2020 foi um ano marcado pela paralisação econômica. Com a pandemia de COVID-19 iniciando em março, fechando comércio, provocando medidas restritivas sanitárias e incentivando o isolamento social, a economia brasileira, assim como tantas outras, sofreu uma verdadeira interrupção.
No meio disso tudo, após um período marcado pelo desrespeito das normas sanitárias, a deterioração da economia continuou acontecendo até o final de 2020, com a segunda onda da pandemia causando mais óbitos e número de casos confirmados que a primeira.
No ano passado, o Real só desempenhou melhor que as moedas da Zâmbia e Venezuela. Ante ao dólar, a desvalorização foi de 28,5% no ano.
Em 2021, porém, o cenário do câmbio brasileiro começou a mudar, impulsionado pela retomada de outros países, abertura do comércio interno, Auxílio Emergencial e boom das matérias-primas.
De acordo com um estudo da Austin Rating, que considera 120 países no levantamento, o Real foi a 6ª moeda de melhor desempenho até agora em 2021. Até agora, a valorização ante ao dólar foi de 3,2%, ficando acima de países como Rússia (2,8%) e Reino Unido (2,3%).
Atualmente, de acordo com dados desta segunda-feira (21), o dólar está valendo R$ 5,03. Em abril do ano passado, a moeda estava acima de R$ 5,80.
O país que mais valorizou sua moeda ante o câmbio foi Moçambique, com 15,4% de variação positiva no ano.
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Um dos motivos que fazem o câmbio brasileiro valorizar-se ante ao Real é o recente superciclo das commodities, causado principalmente pela grande onda de investimentos em infraestrutura nos Estados Unidos e China. Neste caso, o Brasil, país exportador, passa a se beneficiar.
Além disso, com a alta nos investimentos nos EUA, a moeda norte-americana fica com maior liquidez, se desvalorizando ante ao Real.
Outro motivo que faz o Real desempenhar bem no primeiro semestre do ano é seu plano de retomada econômica. Quanto a isso, as perspectivas quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) seguem altas. Segundo o Boletim Focus desta segunda-feira (21), publicado semanalmente pelo Banco Central (BC), a alta da economia brasileira deve ser de 5% em 2021.
Fatores internos seguem sendo um fator de preocupação para o segundo semestre do ano. Enquanto as perspectivas seguem boas, a crise hídrica e o atraso da vacinação em massa podem frear o crescimento do país.
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