FECHAMENTO DE JORNAL EM HONG KONG PREOCUPA AUTORIDADES INTERNACIONAIS
O fechamento do jornal Apple Daily em Hong Kong está agitando os noticiários políticos nos últimos dias. O periódico, que teve sua última edição lançada nesta quinta-feira (24), foi forçado a interromper suas atividades após ter funcionários presos, equipamentos confiscados e suas contas bancárias congeladas na última semana.
Com 26 anos de circulação, o Apple Daily vinha se tornando um dos principais símbolos da oposição ao governo chinês em Hong Kong. O jornal tinha um forte discurso pró-democracia, misturado com fofocas sobre celebridades e notícias sobre o governo da China continental.
O presidente dos EUA, Joe Biden, classificou o fechamento do Apple Daily como um “dia triste para a liberdade de imprensa”. Segundo Biden, o fim do periódico aponta para intensificação do controle chinês sob Hong Kong, território semi-autônomo.
Quem também criticou o fechamento do jornal foi a chefe de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet. Segundo ela, Jimmy Lai, dono do jornal, foi preso por “exercitar seus direitos básicos”. Em discurso gravado para evento da Associação de Editores de Imprensa na Ásia, Bachelet afirmou que a nova Lei de Segurança Nacional da China faz com que jornalistas se auto-censuram para evitar cometer “crimes ambiguamente definidos”.
Nesta sexta-feira (25), o governo chinês aprovou a nomeação de duas novas autoridades para o governo de Hong Kong. O até então secretário de segurança da cidade, John Lee, foi promovido a secretário-chefe. No governo de Hong Kong, o secretário-chefe é o “número dois” no comando da cidade, atrás apenas do cargo de Chefe do Executivo, atualmente ocupado por Carrie Lam.
Desde que a administração de Hong Kong foi passada para o governo da China, em 1997, é a primeira vez que um secretário de segurança passa a ocupar o cargo. Autoridades estrangeiras mostram preocupação que as mudanças no governo da cidade abram portas para uma maior repressão do governo chinês no território.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, afirmou que as preocupações de governos ocidentais são descabidas, criticando a fala de Biden. “A posição do líder dos EUA não tem base factual”, apontou. Autoridades de China e Hong Kong reforçam que a liberdade de imprensa no território é respeitada, mas não é absoluta.
Ainda esta semana, Carrie Lam afirmou que estrangeiros “romantizam” os crimes contra a segurança nacional chinesa. A Chefe do Executivo da cidade é grande aliada do governo chinês. No domingo (20), ela afirmou que o plano de desenvolvimento financeiro de Hong Kong passa diretamente por uma maior integração entre a administração da cidade e o governo da China continental.
LEI DA EUTANÁSIA ENTRA EM VIGOR NA ESPANHA
Nesta sexta-feira, entrou em vigor na Espanha a lei que autoriza a eutanásia e a morte assistida. O país é a quinta nação a regulamentar a medida, que já é permitida na Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo e Canadá. A lei, aprovada no parlamento espanhol no dia 18 de março deste ano, é válida apenas para cidadãos espanhóis ou residentes do país.
O projeto de lei para permitir a eutanásia na Espanha foi apresentado pelo Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), partido do primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez. O projeto, aprovado com 202 votos a favor e 141 votos contra, prevê que a morte assistida é possível em casos de pacientes com doenças graves e incuráveis que causem “sofrimento intolerável”.
O protocolo para autorização da eutanásia na Espanha afirma ainda que o paciente precisa estar consciente e em plenas condições de tomar a decisão. O protocolo para atuação dos médicos no processo inclui uma entrevista clínica, onde o profissional responsável pelo paciente dará seu parecer sobre a capacidade do mesmo de solicitar a eutanásia.
Caso o paciente não esteja apto para decidir pela morte assistida, é necessária a existência de documento prévio que expresse a vontade do paciente. A eutanásia na Espanha seguirá um procedimento conhecido como “suicídio assistido”, onde o médico responsável receita um coquetel, chamado de tratamento terminal, que é tomado pelo próprio paciente.
O médico escolhido pelo paciente tem o direito de se negar a contribuir com o processo da morte assistida. O sistema de saúde público espanhol, porém, tem a obrigação de encaminhar ao paciente um profissional disposto a cuidar de seu caso. O pedido de eutanásia precisa ser avaliado ainda por um conselho de médicos e juristas.
NOVA LEI ARGENTINA RESERVA 1% DOS CARGOS PÚBLICOS PARA TRAVESTIS, TRANSEXUAIS E TRANSGÊNEROS
Na noite de ontem, o congresso argentino aprovou uma lei que reserva ao menos 1% das vagas de serviço público para travestis, transexuais e transgêneros. O projeto aprovado ainda criou estímulos para que o setor privado também crie cotas para o público trans nas empresas.
O projeto foi aprovado por maioria esmagadora em votação do Senado argentino. Foram 55 votos a favor, um voto contra e seis abstenções na sessão de ontem. A lei de Promoção do Acesso ao Emprego Formal para Pessoas Travestis, Transexuais e Transgênero “Diana Sacayán – Lohana Berkins” carrega o nome de duas ativistas travestis assassinadas na Argentina na década passada.
Opositores do projeto criticaram o momento em que a lei foi votada, citando as questões de saúde pública e a economia argentina em crise. A senadora Norma Durango, uma das principais promotoras do projeto, citou que o momento pode não ter sido o ideal, mas que a lei traz mudanças de grande importância para a sociedade argentina e que a oportunidade de promover as mesas não poderia ser desperdiçada.
“Talvez este não seja o momento adequado, mas quando é? Quanto tempo mais será necessário esperar para que essas pessoas tenham uma vida digna?”, apontou a senadora. Durango afirmou ainda que a lei é uma forma de compensar a comunidade trans do país por décadas de sofrimento e opressão, proporcionando melhor qualidade de vida a essas populações. “Mais do que discutir cotas para travestis, transexuais e transgêneros, a lei define que esse coletivo começará a ter direitos humanos. A lei visa compensar tanta dor e tanto desamparo durante décadas”.
Atualmente, a expectativa de vida para pessoas trans na Argentina é inferior a 40 anos de idade. Apenas 10% da população trans no país tem emprego com carteira assinada, com 90% dessa população trabalhando no mercado sexual, segundo relatório da ONG Red LacTrans.
Em adição às cotas no serviço público, a nova lei ainda garante benefícios para empresas do setor privado que contratarem pessoas trans. Os encargos trabalhistas gerados pela contratação poderão ser deduzidos dos impostos nacionais. O projeto ainda propões linhas de crédito com taxas de juros menores a empresas que adotarem cotas para travestis, transexuais e transgêneros.
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VALE FECHA PARCERIA COM EMPRESA CHINESA PARA PRODUZIR NÍQUEL NA INDONÉSIA
Ontem, o China Baowu Group, maior produtor de aço do mundo, anunciou uma parceria com a Vale e com a Shandong Xinhai Technology para a produção de níquel “pig iron” (NPI) na Índia. O NPI é matéria-prima do aço inoxidável.
O acordo prevê a cooperação entre a Taigang Iron and Steel, subsidiária do China Baowu Group, com a Vale e a Shandong Xinhai Technology para operação em planta de processamento de níquel na ilha de Sulawesi, na Indonésia.
A mineradora brasileira terá direito a uma fatia de 49% da produção de NPI feito na planta, que conta com oito fornos elétricos rotativos. As duas empresas chinesas irão dividir os 51% restantes da produção. O projeto deve produzir, anualmente, cerca de 73 mil toneladas de NPI.
Nesta sexta-feira, a Vale se posicionou oficialmente a respeito do acordo. A mineradora afirma que o projeto visa ampliar a capacidade de produção de NPI da empresa em solo asiático. A empresa destaca ainda que a planta será alimentada por uma usina a gás, que emite menos carbono em comparação com as termelétricas geralmente usadas. De acordo com a Vale, a mudança é importante para que a empresa alcance o objetivo de se tornar carbono neutro até o ano de 2050.
BOLSAS E CÂMBIO
As bolsas europeias fecharam o dia em alta nesta sexta-feira. Os resultados, ainda que tímidos, refletem o otimismo do mercado quanto à posição do Banco Central Europeu no apoio à retomada econômica. A exceção do dia foi o CAC 40, de Paris, que fechou em baixa. Confira os números do mercado europeu:
- STOXX 600 (STOXX): +0,13% (457,64)
- DAX (GDAXI): +0,12% (15.607,97)
- FTSE 100 (FTSE): +0,37% (7.136,07)
- CAC 40 (FCHI): -0,13% (6.622,87)
- FTSE MIB (FTMIB): +0,35% (25.510,50)
Os índices asiáticos fecharam em alta hoje, refletindo o bom desempenho de empresas exportadoras do continente nesta sexta-feira. Confira os números do mercado asiático:
- Hang Seng (HK50): +1,43% (29.292,37)
- KOSPI (KS11): +0,51% (3.302,84)
- Shanghai Composto (SSEC): +1,15% (3.607,56)
- Nikkei 225 (N225): +0,66% (29.066,18)
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +1,63% (5.239,97)
Em Wall Street, o dia foi de alívio para o mercado. Investidores respiraram aliviados com o último relatório da inflação no país, que tranquilizou o mercado quanto à possibilidade do Fed retirar prematuramente os estímulos para recuperação da economia do país. Confira os números do mercado norte-americano:
- Dow Jones (DJI): +0,69% (34.433)
- S&P 500 (SPX): +0,33% (4.280)
- Nasdaq Composto (IXIC): -0,06% (14.360)
No câmbio, o dia foi de recuperação das principais moedas estrangeiras. Depois de dias em baixa, o dólar e o euro subiram cerca 0,70% nesta sexta. Confira a cotação das principais moedas estrangeiras:
- Dólar: +0,70% (R$ 4,93)
- Euro: +0,76% (R$ 5,89)
Imagem em destaque: Uol / divulgação
