Você certamente já ouviu falar nos ‘Grandes Players’, ‘Big Players’ ou ‘Players Institucionais’. Já deve inclusive ter clicado em uma reportagem sobre “como investir de acordo com os big players”, ou “como pensar do mesmo jeito que os tubarões do mercado financeiro pensam”.
Por conta dos termos serem um pouco vagos, muitas pessoas relacionam os ‘Big Players’, de forma simples, com as grandes empresas do mercado financeiro.
Essas pessoas não estão necessariamente erradas, mas os termos falam de um grupo um pouco mais específico e seleto. São instituições que possuem um altíssimo nível de influência no mercado financeiro, realizando grandes operações que se beneficiam da alta volatilidade do mercado.
Abaixo, você vai conhecer quem são os grandes players do mercado financeiro e como eles movimentam altíssimas quantidades de dinheiro, confundindo o mercado e ditando tendências para investidores menores.
O que é, exatamente, um “Big Player”?
De forma direta, os big players são grandes corporações financeiras que detêm boa parte do capital do mundo, e movimentam esse grande volume de capital para fazer operações.
Como esses investidores são players institucionais, muitos os chamam de verdadeiros tubarões que abocanham sardinhas (pequenos investidores).
Segundo uma pesquisa realizada na Suíça em 2011, existem atualmente 43 mil empresas transnacionais atuantes no mercado financeiro global.
Essas empresas não são pequenas, mas mesmo assim não representam aquelas chamadas de big players do mercado financeiro. Isso porque segundo essa mesma pesquisa, são na verdade 174 companhias que controlam as outras 43 mil de alguma forma.
Como a tendência atual do mercado financeiro é de concentração de capital, é possível que este número possa ser bem menor que o registrado em 2011.
Quando movimentam ações, esses players institucionais não brincam com pouco dinheiro. As movimentações visam se beneficiar diretamente com a liquidez do mercado, influenciando não só os índices mas vários investidores que seguem os passos dos tubarões.
Como os ‘Big Players’ movimentam dinheiro?
Para muitos, como esses players institucionais possuem grande capacidades de cálculos precisos sobre a atual situação do mercado, eles acabam indo na direção contrária a dos investidores comuns.
Como assim? Eu explico.
Geralmente, quando uma ação começa a valorizar acima do esperado, a tendência é que investidores comecem a vender suas posições antes que as ações inevitavelmente caiam.
A mesma coisa acontece quando as bolsas caem mais que o esperado. Em um momento “estável”, talvez seguido de uma leve alta após a grande desvalorização, a tendência é que grande parte dos investidores comprem as ações e esperem que ela valorize.
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Quando você é um player institucional, porém, as coisas podem ser vistas de maneiras diferentes.
Você, um verdadeiro tubarão do mercado, tem muito mais recursos tecnológicos e funcionários muito competentes que analisam o mercado financeiro de maneira ímpar. Assim, você vai comprar as ações quando todo mundo quer vender, e vender quando todo mundo quer comprar, visando o longo prazo e muitos retornos financeiros.
Mas isso faz sentido? Faz.
Imagine que uma determinada ação está bem desvalorizada, com vários investidores pequenos perdendo dinheiro e retirando posições. No chão, grandes volumes de papéis podem ser comprados por estes big players, alavancando e criando mais interesse nos investidores.
Quando essa determinada ação está no topo, com investidores pequenos comprando papéis, quem está vendendo são os grandes players institucionais, que compraram esses papéis dessa mesma ação específica a preço de banana.
Esse tipo de movimentação não é tão simples quanto pode parecer. Grandes players do mercado possuem muitas conexões com as pessoas e instituições mais importantes do planeta. Quando você fica sabendo de uma notícia muito importante sobre o mercado, pode ter certeza que esses tubarões sabem com muito mais tempo de antecedência.
Vale lembrar que esses players são formados por equipes extensas e muito bem preparadas. São grandes corporações, afinal.
Outra vantagem que essas instituições possuem é o acesso à softwares e hardwares avançados, que podem calcular e operacionalizar a compra e venda de ações através de complexas análises feitas em tempo real.São computadores e serviços que não são tão acessíveis assim.
Por isso, mesmo a par de algumas estratégias usadas por estes tubarões, ter o mesmo nível de recurso estratégico para realizá-las é praticamente impossível.
Quem são esses grandes players?
Não é necessário citar todas as instituições que compõem a pesquisa da Suíça. Abaixo, confira alguns dos grandes players do mercado que você com certeza já ouviu falar sobre:
- Goldman Sachs;
- Deutsche Bank;
- ExxonMobil;
- J. P. Morgan;
- PetroChina;
- Barclays;
- UBS AG;
- Vanguard Group;
- AXA;
- Merrill Lynch & Co;
- Berkshire Hathaway.
Além de serem grandes atuantes do mercado financeiro, essas instituições são bem sólidas e difíceis de quebrar.
A Goldman Sachs, por exemplo, é amplamente acusada por fraudes no sistema financeiro. Em 2008, chegou a ir à falência após ser um dos players que contribuíram para a crise dos subprime, referente ao mercado imobiliário.
Hoje em dia, a Goldman tem grandes planos expansionistas e segue sendo um dos grandes tubarões do mercado.
Cuidado ao tentar surfar na onda!
Como você pode assumir com facilidade, sobram no mercado financeiro os serviços e investidores que tentam “surfar na onda” dos tubarões do mercado financeiro, tentar seguir os passos para fazer boas jogadas nas Bolsas.
E fique atento com a palavra “tentar”. Grandes movimentos dessas instituições não vêem com carimbos e recibos. As grandes jogadas geralmente são “escondidas”, divididas em várias pequenas aplicações.
Você pode se dar bem ao identificar um grande fluxo de dinheiro sendo aplicado em uma determinada ação, mas isso não é uma regra, e exige bastante conhecimento de mercado.
Essas grandes instituições possuem grandes capacidades operacionais. Por isso, seguir seus passos às cegas pode ser uma péssima decisão. Na direção contrária, pode ser que também seja uma das suas melhores decisões.
Foto: Reuters / Divulgação
