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GIRO INTERNACIONAL: Primeiro-ministro da Suécia renuncia após sofrer censura no Parlamento; Turquia lança projeto de canal que ligará Europa e Ásia; saiba mais sobre furacão no México, imposto corporativo global e o mercado internacional

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PRIMEIRO-MINISTRO DA SUÉCIA RENUNCIA APÓS SOFRER CENSURA NO PARLAMENTO

O primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, apresentou sua renúncia do cargo nesta segunda-feira (28). Na semana passada, o Parlamento da Suécia havia votado a favor de uma moção de desconfiança.

Foi a primeira vez na história do país nórdico que uma moção de desconfiança foi aprovada no Parlamento. A moção de desconfiança é um artifício usado em diversos países com regimes parlamentaristas, onde os congressistas fazem uma votação para atestar que o governo não tem mais apoio do legislativo. A medida também é conhecida como voto de censura.

A lei sueca prevê que, a partir da aprovação do voto de censura, o premiê tem uma semana para convocar novas eleições antecipadas ou para deixar o cargo para que o Parlamento forme um novo governo. Löfven tinha até hoje para tomar a decisão e acabou escolhendo pela renúncia, pois considera que eleições antecipadas não eram o “melhor para a Suécia”.

Líder da esquerda no país, Stefan Löfven perdeu apoio dos partidos da sua até então base aliada após decidir suspender o congelamento dos preços de aluguel no país. O país tem uma política de preços bastante rígida no setor de aluguéis, com o objetivo de manter os custos de moradia acessíveis, principalmente nos grandes centros urbanos.

A decisão do premiê irritou o Partido Operário Social-Democrata da Suécia, o mesmo pelo qual se elegeu primeiro-ministro em 2014. O partido alegou preocupação com a iminente escalada dos preços de aluguel no país, que poderia levar a um aumento da desigualdade. A medida desagradou também a extrema-direita no país e, sem apoio no Parlamento, o premiê se viu isolado.

A pandemia também desgastou bastante a imagem do chefe do executivo sueco. Nos primeiros meses da pandemia, Löfven foi um dos entusiastas da teoria da “imunidade de rebanho”, incentivando a circulação do novo coronavírus. Como resultado da falta de medidas para conter o avanço da doença, a Suécia teve as piores taxas de morte por habitantes entre todos os países nórdicos.

TURQUIA LANÇA PROJETO DE CANAL QUE LIGARÁ EUROPA E ÁSIA

O presidente turco, Tayyip Erdogan, lançou neste sábado (26) um projeto avaliado em US$ 15 bilhões para construir um canal de 45km na área oeste de Istambul para ligar a Ásia e a Europa. O objetivo do governo com o Kanal Istanbul é desafogar o Estreito de Bósforo, que marca a fronteira entre os dois continentes.

O Kanal Istanbul é mais um dos chamados “megaprojetos” de Erdogan. No poder desde 2003, o líder do Partido Islâmico de Justiça e Desenvolvimento tem feito diversos investimentos pesados em infraestrutura para impulsionar a economia turca nos últimos anos. Os exemplos mais notáveis são do novo aeroporto da cidade e da terceira ponte sobre o Estreito de Bósforo, inaugurados em 2016.

O Estreito de Bósforo é uma das rotas marinhas mais movimentadas do mundo, e também uma das mais estreitas. Em alguns pontos, a largura do canal natural chega a apenas 750m, o que gera um afogamento do tráfego em diversos momentos.

A ideia de um novo canal é antiga, Erdogan a apresentou em 2011, quando ainda era primeiro-ministro da Turquia. O projeto é inspirado nos canais do Panamá e Suez, duas das grandes rotas marítimas artificiais do mundo. O governo turco espera que a obra do novo canal seja concluída em até 6 anos.

A construção do novo canal é duramente criticada pelas lideranças de oposição na Turquia, sendo alvo de preocupação nas esferas ambiental e econômica. O prefeito de Istambul, Ekrem Imamoglu, classificou o projeto como “assassino”, alertando para os riscos que a construção pode trazer para o meio ambiente.

Cientistas afirmam que a construção do Kanal Istanbul pode alterar severamente os níveis de salinidade no Mar Negro e o no Mar de Mármara. Além do impacto ambiental, estima-se que aproximadamente 1 milhão de pessoas precisam ser realocadas para novos lares. Na esfera diplomática, o canal também enfrenta resistência da comunidade internacional, com uma agência de notícias russa citando que a construção do mesmo pode minar o apoio a seus aliados na região.

PROVÁVEL FURACÃO AMEAÇA COSTA DO MÉXICO

O Centro de Furacões dos Estados Unidos (NHC), informou neste sábado que a tempestade Enrique se intensificou e chegou ao status de furacão. O furacão se intensificou entre ontem (27) e hoje, deixando autoridades em alerta para a possibilidade de enchentes na costa do Pacífico.

A tempestade está atualmente a cerca de 200km de Cabo Corrientes, no litoral oeste do México, e já deve se enfraquecer nesta segunda. O furacão ainda deve produzir até 30cm de chuva até esta terça-feira na região de Colima.

Segundo o NHC, há a possibilidade de novas enchentes e deslizamentos de terra nos estados mexicanos de Michoacán, Jalisco e Guerrero. “Estes volumes podem provavelmente produzir enchentes rápidas e potencialmente fatais, além de deslizamentos de terras em porções do sudoeste do México”, apontou o órgão norte-americano.

Neste domingo, foram relatadas diversas perdas relacionadas à tempestade. Cerca de 100 casas nos municípios de Copalillo e Coahuayutla de Guerrero ficaram destelhadas, e aproximadamente 30 deslizamentos de terra foram reportados ontem, afetando diversos trechos de estrada na região serrada do sudoeste mexicano.

A tempestade deve perder o status de furacão nesta terça-feira, sendo relegado a tempestade tropical, de acordo com o NHC. A tempestade Enrique deve seguir rumo a península da Baixa Califórnia, na divisa entre o México e os EUA.

MINISTRO ARGENTINO DEFENDE IMPOSTO CORPORATIVO GLOBAL SUPERIOR A 15%

Em uma reunião do G24 nesta segunda-feira, o ministro de Finanças da Argentina, Martín Guzmán, defendeu a criação do imposto corporativo global. O político ainda defendeu que a alíquota do imposto internacional seja superior aos 15% em discussão.

Guzmán afirmou que uma alíquota maior é mais justa para os países emergentes. No início deste mês de junho, os países do G7 fecharam acordo para a criação de um imposto corporativo global a ser cobrado de multinacionais a partir do lucro das mesmas. O ministro argentino discursou a favor da implementação do tributo internacional.

“O que está em discussão está aquém do que o mundo precisa para superar os desafios que enfrentamos com a pandemia. A desigualdade é um grande problema que temos que resolver. Tributar as empresas multinacionais é uma obrigação para resolver um dos aspectos mais tóxicos da globalização”, afirmou Guzmán em sua fala na reunião do grupo de países emergentes.

Segundo ele, a alíquota de 15% é muito baixa e pode fazer com se sobre muito pouco capital para os países emergentes, como é o caso do Brasil e da Argentina. Guzmán teme que a má distribuição desses recursos possa aumentar ainda mais a desigualdade entre os países desenvolvidos e as nações emergentes.

“15% é muito baixo porque existe um risco substancial de que, se não for modificado, os países em desenvolvimento não receberão os benefícios. Isso requer um acordo político e de combate ao lobby que está presente nesses debates. O mundo precisa andar mais rápido nesse sentido e com princípios que reforcem a possibilidade de se chegar a algo entre 21%, o que seria bom, e 25%, o que seria ainda melhor”.


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BOLSAS E CÂMBIO

No mercado internacional, o dia foi marcado por quedas nas bolsas. A variante Delta do novo coronavírus, descoberta na Índia, tem causado diversos surtos de Covid-19 ao redor do mundo e coloca a retomada de economias em cheque.

Na Europa, os principais índices do mercado operaram em baixa hoje, com o FTSE MIB (Milão) caindo mais de 1% nesta segunda-feira. Confira os números do mercado europeu:

  • STOXX 600 (STOXX): -0,60% (454,88)
  • DAX (GDAXI): -0,34% (15.554,18)
  • FTSE 100 (FTSE): -0,88% (7.072,97)
  • CAC 40 (FCHI): -0,98% (6.558,02)
  • FTSE MIB (FTMIB): -1,11% (25.277,10)

No mercado asiático, o dia foi de baixas discretas na maioria dos índices. A exceção nesta segunda-feira foi o Shanghai Shenzhen CSI 300, que fechou o dia em alta de 0,23%. Confira os números do mercado asiático:

  • Hang Seng (HK50): -0,04% (29.281,00)
  • KOSPI (KS11): -0,03% (3.301,89)
  • Shanghai Composto (SSEC): -0,03% (3.606,37)
  • Nikkei 225 (N225): -0,06% (29.048,02)
  • Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +0,23% (5.251,76) 

Nos EUA, o dia foi bom para o setor de tecnologia. A semana começou com o Facebook chegando a US$ 1 trilhão em valor de mercado pela primeira vez na sua história, em dia de novas máximas históricas da Nasdaq e do S&P 500. Confira os números do mercado norte-americano:

  • Dow Jones (DJI): -0,44% (32.283,27)
  • S&P 500 (SPX): +0,23% (4.290,61)
  • Nasdaq Composto (IXIC): +0,98% (14.500,50)

No câmbio, o dólar e o euro voltaram a cair ante o real nesta segunda. Confira a cotação das principais moedas estrangeiras:

  • Dólar: -0,20% (R$ 4,92)
  • Euro: -0,34% (R$ 5,87)

Imagem em destaque: Money Times / divulgação

Guilherme Guerreiro

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