Após um dia tenso no Senado Federal, o Ministério da Defesa e Forças Armadas lançaram uma nota conjunta criticando as declarações do presidente da CPI da Covid, que recebeu Roberto Dias ontem (07).
Em uma audiência na Câmara, o ministro Paulo Guedes voltou a defender a tributação de dividendos para conseguir arcar com a redução de impostos do IRPJ e IRPF.
A agenda do dia deve ser marcada pela publicação da inflação oficial brasileira referente ao mês de junho. A expectativa do mercado é que o índice desacelere comparado com o mês anterior.
Quanto às bolsas, o mercado reage às falas do Fed que indicam que o país pode esfriar suas políticas de incentivo à economia no ano que vem. Segundo a instituição, isso deve acontecer por conta das pressões inflacionárias.
Esses e outros destaques você confere agora.
FORÇAS ARMADAS PROMETEM REAÇÃO “MAIS DURA” CASO A CPI VOLTE A CITAR POSSÍVEL CORRUPÇÃO NA ALA MILITAR
Após um dia tenso dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado Federal, uma nota das Forças Armadas abre uma nova crise política no Congresso.
Durante a sessão de ontem (07), que ficou marcada pelo pedido de prisão emitido contra o ex-diretor da Saúde, Roberto Dias, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), citou possível envolvimento do exército nas “falcatruas” do governo.
“Os bons das Forças Armadas devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muito tempo, fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das Forças Armadas envolvidos com falcatrua dentro do governo”, disse o presidente da comissão.
Pouco tempo depois, o Ministério da Defesa e as Forças Armadas emitiram uma nota de repúdio às declarações do senador, dizendo que as acusações são “graves” e “infudadas”.
Em resposta a nota, o presidente da comissão disse que “podem fazer 50 notas, só não me intimidem. Quando estão me intimidando, estão intimidando o Senado”.
O dia da CPI também foi marcado pelo pedido de prisão de Roberto Dias. Segundo Omar Aziz, o depoente faltou com a verdade diversas vezes durante o questionamento dos senadores.
Dias pagou uma fiança de R$ 1.100 e foi liberado na noite de ontem (07). Seu depoimento foi encaminhado para o Ministério Público (MP).
GUEDES VOLTA A DEFENDER TRIBUTAÇÃO DE DIVIDENDOS PARA ARCAR COM O CUSTO DE REDUÇÃO DE TAXA DO IRPF E IRPJ
O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a defender uma tributação robusta dos dividendos, que são pagos aos acionistas pelas empresas, para arcar com os prejuízos de arrecadação com a redução das taxas do IRPF e IRPJ.
“O que nós fizemos foi: vamos tributar os rendimentos de capital em aproximadamente 60 bilhões, 40 nós devolvemos para as empresas e 20 nós desoneramos o assalariado de baixa renda”, disse Guedes durante uma audiência na Câmara dos Deputados ontem (07).
Segundo o texto da segunda parte da Reforma Tributária, que foi enviada ao Congresso Nacional ainda neste mês, os dividendos ficam isentos em até R$ 20 por mês (R$ 240 ao ano).
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AGENDA
No Brasil, o grande destaque do dia fica para a publicação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) referente ao mês de junho. A considerada inflação oficial brasileira é publicada às 9h pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A média das projeções indicam que a inflação deve ficar em 0,59% no mês de junho, desacelerando em relação ao mês de maio (0,83%).
Na Alemanha, dados sobre a balança comercial do país foram publicados pelo Escritório Federal de Estatística Alemão. O país obteve um superávit de € 12,6 bilhões no mês de maio, ficando abaixo das expectativas de € 15,4 bilhões.
Às 8h30, é publicada a declaração de política monetária do Banco Central Europeu (ECB em inglês).
Às 9h30 nos EUA, dados dos pedidos iniciais de seguro desemprego são publicados pelo Department of Labor. A expectativa é que o índice siga caindo conforme a tendência iniciada em janeiro.
Às 12h, são publicados nos Estados Unidos os estoques de petróleo bruto pela Energy Information Administration (EIA).
Finalizando o dia, às 22h é publicado o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da China referente ao mês de junho. O consenso é de uma retração de -0,1% ante os -0,2% de maio.
BOLSAS E CÂMBIO
Após as recentes sinalizações do Fed quanto à economia dos Estados Unidos, os índices europeus iniciam a manhã registrando perdas substanciais.
Investidores reagem às falas do Fed que indicam que o ano de 2022 pode ser marcado por menos estímulos do governo à economia, além de possíveis aumentos na taxa básica de juros do país.
Atualmente, com a taxa de juros sendo mantida de 0% a 0.2%, a economia norte-americana deve representar uma das mais fortes recuperações nesse momento pós-pandemia. O problema é que a alta linha de investimentos causa pressões inflacionárias no país.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): –1,82%, indo a 451,16 pontos
- DAX (GDAXI): -1,77%, indo a 15.415,55 pontos
- FTSE 100 (FTSE): -1,70%, indo a 7.029,45 pontos
- CAC 40 (FCHI): -2,11%, indo a 6.389,92 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): -2,60%, indo a 24.626,50 pontos
Acompanhando Wall Street e Europa, as bolsas asiáticas fecharam registrando baixas nos seus principais índices.
Além das falas do Fed, o mercado também reage às pressões estatais chinesas nas principais empresas tech do país.
- Hang Seng (HK50): -2,79%, indo a 27.105,00 pontos
- KOSPI (KS11): -0,99%, indo a 3.252,68 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): -0,79%, indo a 3.525,50 pontos
- Nikkei 225 (N225): -0,88%, indo a 28.118,03 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): -1,02%, indo a 5.088,26 pontos
Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados negativos:
- Nasdaq 100 Futuros: -1,22%, indo a 14.622,25 pontos
- Dow Jones Futuros: -1,32%, indo a 34.112,00 pontos
- S&P 500 Futuros: –1,27%, indo a 4.394,62 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta quinta-feira (08):
- Às 9h05, o Dólar subiu +0,67%, a R$ 5,26
- Às 9h05, o Euro subiu +0,93%, a R$ 6,24
Foto: Agência Senado / Reprodução