Educação Financeira

Mega caps, blue chips, mid caps, small caps e micro caps: qual é a diferença?

6 Minutos de leitura

Você já se deparou com uma matéria sobre as “vantagens de se investir em small caps”? E em blue chips? O que você sabe sobre micro caps?

O mercado financeiro possui diversos tipos de nomenclaturas, oficiais e não-oficiais. Elas são usadas diariamente por investidores e portais de investimentos para uma melhor compreensão desse complexo mundo que é a economia.

Quando falamos sobre companhias indexadas nas Bolsas de Valores, a maioria das pessoas vai dizer que existem dois principais grupos: Blue chips e small caps. 

Alguns, inclusive, preferem usar mid caps e mega caps como termologia. Existem também os micro caps.

Afinal, o que exatamente significam esses termos?

Capitalização de mercado

Em um resumo rápido, esses termos financeiros definem o “tamanho” da companhia indexada, seu valor de mercado e atuação dentro das Bolsas nacionais e internacionais.

É daí que vem o termo “caps”, que significa, diretamente, capitalização.

Os termos não são “oficiais”, ou seja, não são usados oficialmente pelas Bolsas de Valores e instituições como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Eles apenas servem para os investidores conseguirem identificar com rapidez a categoria que uma determinada companhia se encaixa.

Por isso, a depender do portal de economia e investidor, os termos usados podem variar. Eles mais se tratam de um consenso geral do mercado que de uma nomenclatura oficial.

Definir que categoria essas companhias se encaixam é de fundamental importância. Ao fazer investimentos, é crucial que você, investidor, pesquise profundamente sobre os índices de interesse, e entenda a sua atuação no mercado.

Além de ajudar na categorização das companhias, definir o valor de mercado delas ajuda a diversificar sua carteira de investimentos. Uma carteira saudável e diversa não investe, por exemplo, apenas em blue chips, ou apenas em small caps, ou apenas em micro caps.

Abaixo, entenda o que cada categoria significa:

Blue Chips

As blue chips são as companhias mais valiosas das Bolsas de Valores, com fortíssima geração de caixa e robusta governança corporativa. São empresas que não atuam apenas no mercado nacional, e representam, no caso do Brasil, uma boa porcentagem da B3.

Além do alto valor de mercado, essas companhias contam com uma boa relação com investidores, maior estabilidade e crescimento constante. Pagam bons dividendos e representam um investimento que, geralmente, é de baixo risco. Ou seja, a valorização pode não acontecer de forma muito rápida.

Nas bolsas, as blue chips possuem alta liquidez, ou seja, são fáceis de comprar e vender tamanha a procura por investidores. Devido a sua solidez, costumam ser escolhas estáveis para a sua carteira de investimentos.

Percebeu que o termo blue chips é o único que não possui “caps” no nome? O termo é antigo, mas provavelmente faz referências às fichas azuis do jogo de Poker, que representam um alto valor ante as demais.

Como essa definição é especulativa, não existe um valor fixo, ou uma lista fixa, de empresas que se encaixam no termo. Elas, porém, geralmente tem uma capitalização acima de US$ 10 bilhões.

Você certamente conhece a maioria das companhias brasileiras e internacionais conhecidas por serem blue chips. Fora do país, a Coca-Cola e a Apple, por exemplo, são duas das blue chips mais conhecidas pelos investidores.

Abaixo, conheça algumas blue chips brasileiras:

  • Vale (VALE3);
  • Petrobras (PETR4);
  • Banco do Brasil (BBAS3);
  • Ambev (ABEV3);
  • Bradesco (BBDC4).
Imagem: Petz

Small caps

Small caps significam, traduzido diretamente do termo, “baixa capitalização” (small capitalization). Diferente das blue chips, são companhias que não possuem um altíssimo valor de mercado, mas também representam um papel importante na Bolsa de Valores.

Na bolsa oficial brasileira, a B3, existe uma carteira específica para small caps.

O SMLL (Índice Small Caps) é, segundo a B3, “o resultado de uma carteira teórica de ativos, elaborada de acordo com os critérios estabelecidos nesta metodologia”.

Para a B3, “o objetivo do SMLL é ser o indicador do desempenho médio das cotações dos ativos de uma carteira composta pelas empresas de menor capitalização”.

Diferente das blue chips, que já são grandes e estáveis, as small caps passam por um período de alta volatilidade, podendo crescer exponencialmente no mercado. São, portanto, investimentos que representam um risco maior. O payoff, porém, pode ser mais lucrativo para a sua carteira de investimentos.

São companhias que geralmente se endividam mais que o normal para conseguirem executar seus planos expansionistas de investimentos. Isso, por si só, causa instabilidade nos papéis.

Geralmente, são companhias que são avaliadas entre US$ 300 bilhões a 2 bilhões. Alguns definem que são companhias avaliadas em até US$ 8 bilhões e US$ 10 bilhões.

Abaixo, confira algumas small caps brasileiras:

  • Azul (AZUL4);
  • Cielo (CIEL3);
  • Embraer (EMBR3);
  • Gol (GOLL4);
  • Unipar (UNIP6).

Blue chips e small caps são as duas categorias mais populares usadas por investidores.

Existem, porém, outras definições que podem ser úteis nos estudos sobre companhias e seus índices nas Bolsas. Elas, inclusive, podem intercalar com os tipos de caps que vimos até agora, então leia atentamente.

Mega caps

As mega caps são companhias que representam um valor de mercado acima de US$ 200 bilhões. A categoria não é muito mencionada na maioria dos lugares justamente pelo volume bem limitado de companhias.

No Brasil, por exemplo, não existem companhias com o valor de mercado acima de US$ 200 bilhões.

Abaixo, confira algumas dessas companhias, que certamente você conhece:

  • Google (US$ 323,6 bilhões);
  • Apple (US$ 2,4 trilhões);
  • Toyota (US$ 245,79 bilhões);
  • Microsoft (US$ 2 trilhões).

Saiba mais

O que é e quem são os big players do mercado financeiro?


Mid caps

Alguns investidores usam o termo mid caps para se referir às companhias cuja capitalização seja menor que US$ 20 bilhões, mas acima de US$ 5 bilhões. A capitalização, portanto, é média.

A intenção de existir uma categoria “meio termo” é de referenciar companhias que possuem um certo nível de volatilidade no mercado, mas não tanto quanto uma pequena empresa em grande ascensão.

Para muitos, as mid caps são escolhas perfeitas para investidores que já entendem do mercado financeiro e buscam sair um pouco da zona de conforto, mas sem se aventurar em mares de altíssima volatilidade.

Neste caso, elas também já possuem um bom relacionamento com o investidor, já pagando dividendos e tendo uma sólida governança corporativa.

Diferente das blue chips, as mid caps possuem crescimento expansivo, podendo beneficiar sua carteira em um prazo bem menor.

Abaixo, confira uma lista de algumas das mid caps mais conhecidas do mercado:

  • Magazine Luiza (MGLU3);
  • Natura (NTCO3);
  • B2W (BTOW3);
  • Marfrig (MRFG3).

Micro caps

Chegamos no embrião da B3. As micro caps são, como você pode imaginar, companhias cuja capitalização é muito pequena.

A maioria das definições dizem que as micro caps são empresas listadas na Bolsa de Valores cujo valor de mercado é de US$ 50 milhões a US$ 300 milhões.

Assim como as small caps que podem chegar a até US$ 10 bilhões em capitalização, essas micro caps possuem um alto potencial de crescimento, e costumam ser companhias novas no mercado, ou empresas que atuam em algum setor muito específico.

Como são companhias com um patrimônio mais limitado, os investimentos direcionados a elas costumam ser de altíssimo risco. As variações macroeconômicas podem afetar o desempenho dos papéis de diversas maneiras, podendo representar perdas severas na carteira.

Quanto a isso, bons investidores, que pesquisaram a fundo a empresa antes de investir nos papéis, podem identificar uma boa fundação daquilo que pode virar, quem sabe, uma mid cap um dia.

Confira algumas das micro caps indexadas na B3:

  • Excelsior (BAUH4);
  • Gafisa (GFSA3);
  • Brasilagro (AGRO3);
  • Alper S.A. (APER3).

Em qual devo investir?

Como comentamos anteriormente, essas categorias nada mais são que consensos especulativos sobre as empresas listadas nas Bolsas de Valores de todo o mundo. Portanto, uma pesquisa série sobre uma determinada ação não vai considerar apenas essa categorização.

Diferentes investidores possuem diferentes objetivos com investimentos. Alguns preferem uma maior estabilidade, mesmo que isso signifique ganhos mais curtos e em longo prazo. Para esse investidor, companhias mais sólidas costumam ser a escolha mais popular.

Do lado oposto, investidores de risco costumam procurar índices de alta volatilidade, como as small caps e mid caps. Neste caso, o perigo está justamente na alta variação dos papéis, podendo representar perdas significativas.

De qualquer maneira, é recomendado um investidor amador, que não possui muito conhecimento sobre o mercado financeiro, busque a orientação correta através de uma ampla pesquisa e o uso de assessores de investimentos.

Juan Tasso - Smart Money

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