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Taxa no IR dos dividendos entre empresas deve cair, Pacheco reage às falas de Bolsonaro; e mais…

5 Minutos de leitura

O ministro da Economia indicou que a taxa no Imposto de Renda (IR) dos dividendos que são pagos entre empresas deve sofrer alteração. A sinalização acontece após ampla pressão do setor, especialmente das companhias organizadas em holding.

Após inúmeras falas de Bolsonaro a respeito do sistema eletrônico de votação, diversos políticos e entidades se manifestaram contra as sinalizações do presidente de que, a depender do sistema de apuração, “não teremos eleições”.

A segunda-feira (12) é lenta na agenda. O destaque do dia fica para a publicação do Boletim Focus pelo Banco Central (BC), contando com importantes projeções quanto à economia brasileira.

Nas bolsas, o mercado europeu segue em tendência de queda, enquanto a Ásia se recupera pelo baque gerado pela nova variante de COVID-19.

Esses e outros destaques você confere agora.

GUEDES INDICA QUE A TAXA NO IR DOS DIVIDENDOS ENTRE EMPRESAS DEVE CAIR

Após ampla pressão do setor empresarial, o ministro da Economia, Paulo Guedes, deve alterar ou retirar, ou ajustar, a taxa no Imposto de Renda (IR) na distribuição de dividendos entre empresas.

A informação foi publicada pelo jornal Valor Econômico no início da manhã. Segundo a apuração, a tributação, que foi enviada ao Congresso Nacional junto à segunda parte da Reforma Tributária, é especialmente polêmica entre empresas organizadas em formato holding.

Atualmente, de acordo com a proposta enviada pela equipe econômica, a taxa de 20% do Imposto de Renda (IR) sobre os dividendos serve para todas as situações. Isso inclui a distribuição de empresas para empresas, e não apenas empresas para pessoas físicas, como é o caso dos acionistas.

Segundo as companhias organizadas em holding, o risco que elas correm com a aprovação da taxação é de acúmulo de créditos tributários, além de bitributação. Segundo especialistas escutados pelo Valor Econômico, como o valor de dividendos para Pessoas Físicas (PF) costuma ser menor que os distribuídos entre empresas, as companhias não vão conseguir aproveitar todo o crédito.

O ministro Paulo Guedes já havia reclamado na sexta-feira (09) que vem sofrendo pressões categóricas contra a proposta de tributação sobre os dividendos. 

“Nós temos tecnologia para fazer tudo direito. Mas você sabe que é muito mais difícil no mundo real. Tem lobby, tem pressão, tem de tudo: lobisomem, mula sem cabeça, criatura do pântano, pirata privado”, disse Guedes durante um evento promovido pela FGV.

Segundo ele, a tributação faz parte de um alinhamento da política econômica brasileira com o resto do mundo. “É muito difícil você explicar o imposto sobre dividendos estar entre 20 e 40% no mundo inteiro, e no Brasil é zero”, disse.

PACHECO RESPONDE ÀS FALAS DE BOLSONARO SOBRE A REALIZAÇÃO DAS ELEIÇÕES EM 2022

Sem citar nomes, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respondeu às falas de Bolsonaro a respeito da possibilidade de não-realização das eleições presidenciais em 2022.

“Todo aquele que pretender algum retrocesso ao Estado democrático de direito, esteja certo de que será apontado pelo povo brasileiro e pela história como inimigo da nação”, disse ele. “Não podemos admitir qualquer fala ou ato que seja atentatório à democracia. As eleições são realidade no Brasil e são inegociáveis. Frustração das eleições é algo que o Congresso não concorda e repudia”.

As falas vieram após declarações do presidente Jair Bolsonaro a respeito do sistema eleitoral. Ele defende que as eleições sejam realizadas a partir de um modelo auditável, e que o sistema eletrônico é fraudulento. Segundo o presidente, “ou fazemos eleições limpas, ou não teremos eleições”.

Bolsonaro chegou a acusar de fraude as eleições presidenciais de 2014, quanto a ex-presidente Dilma Rousseff superou o rival Aécio Neves. Aécio, porém, nega que tenha acontecido qualquer tipo de fraude na época.

A situação se agravou no sábado (10), quando Bolsonaro, durante um evento em Porto Alegre, além de atacar o sistema eletrônico de apuração dos votos, alegou uma relação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) com pedofilia.

“O ministro Barroso defende a redução da maioridade para estupro de vulnerável, ou seja, beira a pedofilia o que ele defende. Também defende o aborto, a legalização das drogas”, disse o presidente.

Inúmeras figuras políticas e entidades se manifestaram a respeito das recentes falas do presidente. Uma dessas pessoas é o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria do Governo. Segundo ele, as falas são “absurdas”.

“Algumas ameaças são absurdas, como de o presidente da República dizer que talvez não tenha eleição. Eleição é fundamento básico da democracia”, disse ele.

Para o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), a situação é preocupante.

“Ele estaria preparando o campo para o insucesso? Não tenho expertise para colocá-lo num divã e saber o que está por trás disso, mas desde 1996 não tivemos uma impugnação minimamente séria. É preocupante”, disse o ministro.


Saiba mais

Partidos e empresas se manifestam contra a segunda parte da Reforma Tributária que altera o IRPF e IRPJ


AGENDA

A segunda-feira (12) na agenda econômica deve ser lenta. No Brasil, o destaque fica para a publicação do Boletim Focus às 8h25 pelo Banco Central (BC). O relatório semanal conta com a colaboração de mais de 100 instituições financeiras a respeito de importantes índices econômicos.

Às 7h da manhã, dados do Índice de Preços no Consumidor (IPC) de Portugal foram publicados pelo National Institute of Statistics (INE). O índice fechou com alta de 0,2% em junho, mantendo o mesmo crescimento de maio.

Às 10h30 nos Estados Unidos, discursa Williams, membro do FOMC.

Um pouco mais tarde, às 13h, o Relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE) dos Estados Unidos é publicado pelo United States Department of Agriculture.

BOLSAS E CÂMBIO

A preocupação com a nova variante delta do novo Coronavírus segue causando impacto nas bolsas mundiais. Na Europa, a maioria dos índices iniciam a manhã na negativa.

O receio dos investidores é que a nova variante desacelere o processo de normalização social e de serviços, impulsionados pelo avanço da vacinação em massa da população.

Às 8h da manhã:

  • STOXX 600 (STOXX): -0,02%, indo a 457,54 pontos
  • DAX (GDAXI): -0,18%, indo a 15.659,55 pontos
  • FTSE 100 (FTSE): -0,72%, indo a 7.070,25 pontos
  • CAC 40 (FCHI): -0,38%, indo a 6.504,70 pontos
  • FTSE MIB (FTMIB): -0,04%, indo a 25.041,50 pontos

Os mercados asiáticos fecharam apresentando carga positiva nos seus principais índices, recuperando as perdas registradas na semana passada, que foram impulsionadas pelas pressões regulatórias chinesas e receios quanto à variante delta do novo Coronavírus.

  • Hang Seng (HK50): +0,65%, indo a 27.451,00 pontos
  • KOSPI (KS11): +0,89%, indo a 3.246,47 pontos 
  • Shanghai Composto (SSEC): +0,67%, indo a 3.547,84 pontos
  • Nikkei 225 (N225): +2,25%, indo a 28.569,02 pontos
  • Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +1,25%, indo a 5.132,71 pontos 

Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados mistos:

  • Nasdaq 100 Futuros: +0,18%, indo a 14.837,25 pontos
  • Dow Jones Futuros: -0,53%, indo a 34.568,50 pontos
  • S&P 500 Futuros: -0,30%, indo a 4.336,88 pontos

Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta segunda-feira (12):

  • Às 9h05, o Dólar caiu -0,06%, a R$ 5,25
  • Às 9h05, o Euro caiu -0,35%, a R$ 6,22

Foto: Agência Brasil / Divulgação

Juan Tasso - Smart Money

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