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Todo começo tem um fim: o divórcio entre a Construtora Triunfo e a Triunfo Participações e Investimentos

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Especulação? Uma visão sobre a companhia que acumula valorização de mais de 100% em 12 meses.

Todo começo tem um fim: o divórcio entre a Construtora Triunfo e a Triunfo Participações e Investimentos

Especulação? Uma visão sobre a companhia que acumula valorização de mais de 100% em 12 meses.

No ano de 1999 é constituída a companhia Triunfo Participações e Investimentos S.A, sendo a Construtora Triunfo sua principal acionista e fundadora, cujo objetivo principal era obter participação em companhias do segmento de infraestrutura. No mesmo ano, ainda deteve a Rio Bonito Serviços de Apoio Rodoviário Ltda e, na virada do século, adquiriu a Portonave S.A (em 16%). Mais tarde, no ano de 2005 detêm mais 25% da Econorte, passando a ter ½ da companhia. 

O fim do casamento entre a Construtora Triunfo e a Triunfo Participações e Investimentos aconteceu no ano de 2006, em uma reorganização societária.

Em 2007, a companhia decide abrir seu capital na bolsa de valores brasileira para arrecadar recursos, que serão também utilizados em investimentos e dão início às operações da Portonave. Em novembro daquele ano, a Triunfo compra a totalidade da Econorte (100%).

No ano seguinte de sua oferta pública inicial (IPO), a empresa, mais uma vez, investe em empreendimentos portuários, desta vez aumentando a posição participativa na Concepa e Rio Guaíba, a fim de ter mais liquidez nas negociações de suas ações. Naquele ano (2008) ainda adquiriu 100% das cotas da emissão da Terminal Portuário Brites e constituiu a Santa Rita S.A. Essas seriam apenas o início de um grande ciclo de aquisições pela companhia.

As unidades de negócios da companhia são focadas no setor de infraestrutura, com a participação como sócia, cotista ou acionista produzindo investimentos, além de prestadora de serviços no ramo de engenharia civil e afins. Contudo, a companhia atua em:

i) concessionárias de serviços públicos de transporte rodoviário;

ii) administração de aeroportos;

iii) administração de geração de energia.

Participação por segmento

Fonte: RI da companhia

Sustentabilidade

Questões envolvendo o meio ambiente, boa governança e presença ativa na sociedade tem sido recorrente até mesmo no universo dos investimentos. Não por menos, companhias que conseguem seguir esses princípios desempenham suas atividades com mais eficiência, atraindo cada vez mais clientes que buscam essas práticas sustentáveis.

A Triunfo, anualmente, publica seus relatórios de sustentabilidade, seguindo a Global Reporting Initiative (GRI). O segmento da companhia está repleto de regulações e legislações ambientais para que as empresas não agridam o meio ambiente. A empresa, segundo o Formulário de Referência (2021), busca obter todas as licenças e autorizações ambientais exigidas por lei. 

Recuperação Extrajudicial

Vale destacar que a companhia se encontrava-se em processo de recuperação extrajudicial desde 2017, tramitando na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais. Em 2020, a justiça decretou o fim do regime de recuperação judicial da Aeroportos Brasil Viracopos, apresentando um grande passo da companhia para sua reestruturação.   

Quais os rumos da companhia com o fim da pandemia?

Com um olhar mais amplo, vendo o retorno de outros países – inclusive em níveis pré-pandemia – com o avanço da população vacinada, tudo leva a crer que o setor de infraestrutura irá se aquecer a partir do ano que vem, mesmo com o aumento da taxa de juros previsto, os investimentos devem retornar com melhores ânimos.

Além disso, por parte do setor público terá uma maior necessidade de investimentos na infraestrutura nacional para a retomada do emprego e renda da população. Entretanto, tal medida ainda é um grande desafio, já que as contas públicas ainda estão apertadas.

Olhar Interno: mais cautela

Apesar do cenário macroeconômico apontar para uma recuperação setorial, a companhia ainda apresenta muitos problemas internos. Mesmo com a recuperação judicial, a Triunfo ainda possui um longo caminho até sua estabilização, já que detém uma alta dívida e tem mostrado não conseguir cumprir com suas obrigações financeiras. No balanço patrimonial da empresa ocorrem frequentes prejuízos trimestrais. As altas expressivas nos últimos tempos devem-se principalmente pela recuperação judicial da Aeroportos Brasil Viracopos. Os fundamentos da companhia mostram que é preciso ter estômago para aguentar sua instabilidade…

MÚLTIPLOS

P/LPEG RATIOLPAP/EBITDA
3,60,894,6

INDICADORES DE RENTABILIDADE

ROEROAROIC
18,3%15,8%8,4%
MARGEM BRUTAMARGEM EBITDAMARGEM LÍQUIDA

DADOS DE MERCADO

MARKET CAPEVBETA
R$ 570 miR$ 2,2 B2,15

INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO

DÍV. LÍQ/PLDÍV. LÍQ/EBITDALIQ. CORRENTE
2,70,2

Fonte: Economatica – 15/07/2021

Clique aqui caso queira saber a opinião da Sara Invest sobre essa e outras companhias, além da análise de seus indicadores.

Marco Saravalle

Marco Saravalle é analista CNPI-P e sócio-fundador da BM&C e da Sara Invest. Foi estrategista de Investimentos do Banco Safra, estrategista de Investimentos da XP Investimentos, Analista e co-gestor de fundos de investimentos na Fator Administração de Recursos e GrandPrix e analista de ações na Coinvalores e Socopa. Iniciou sua carreira no programa de Trainee do Citibank. Formado em Ciências Econômicas pela PUC-SP, Pós-graduado em Mercado de Capitais pela USP e Mestrando em Economia e Finanças pela FGV/EESP. Atualmente é Diretor Administrativo/Financeiro da Apimec Nacional, membro do comitê de educação da CVM e presidente do Conselho da ONG de educação financeira, Multiplicando Sonhos.

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Sobre o autor
Marco Saravalle é analista CNPI-P e sócio-fundador da BM&C e da Sara Invest. Foi estrategista de Investimentos do Banco Safra, estrategista de Investimentos da XP Investimentos, Analista e co-gestor de fundos de investimentos na Fator Administração de Recursos e GrandPrix e analista de ações na Coinvalores e Socopa. Iniciou sua carreira no programa de Trainee do Citibank. Formado em Ciências Econômicas pela PUC-SP, Pós-graduado em Mercado de Capitais pela USP e Mestrando em Economia e Finanças pela FGV/EESP. Atualmente é Diretor Administrativo/Financeiro da Apimec Nacional, membro do comitê de educação da CVM e presidente do Conselho da ONG de educação financeira, Multiplicando Sonhos.
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