Segundo dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, subiu 0,96% em julho, representando uma aceleração comparado com a alta de 0,53% de junho.
Essa é a maior variação para um mês de julho desde 2002, quando o índice havia fechado em 1,19%. No ano, o IPCA já acumula alta de 4,76%, ficando próximo do teto da meta estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 5,25%.
A inflação acumulada dos últimos 12 meses foi de 8,99%, acima dos 8,35% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2020, a variação mensal havia sido de 0,36%.
Dos nove grupos pesquisados, oito apresentaram variação positiva no mês de julho, sendo que o grupo de Habitação representou a maior variação (3,10%) e o maior impacto (0,48 p.p).
A segunda maior contribuição (0,32 p.p.) veio do grupo Transportes (1,52%), que acelerou em relação ao mês anterior (0,41%).
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O resultado do grupo Habitação foi influenciado principalmente pela alta da energia elétrica (7,88%), que acelerou em relação ao mês anterior (1,95%) e registrou o maior impacto individual no IPCA de julho (0,35 p.p.).
A alta na energia elétrica é causada pelo aumento da tarifa da bandeira vermelha nível 2, que está em vigor no Brasil por conta da crise hídrica que atinge o Sudeste e Centro-Oeste do país.
Com a ativação de usinas termelétricas para suprir a demanda por energia elétrica, o preço do abastecimento sobe, situação que é refletida nas contas de luz dos brasileiros. Segundo órgãos governamentais, a crise hídrica deve se estender até novembro.
“A partir de 1º de julho, houve reajuste de 52% no valor adicional dessa bandeira tarifária, que passou a cobrar R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos. Antes, o acréscimo era de R$ 6,243. Além disso, o resultado é consequência dos reajustes tarifários de 11,38% em São Paulo (12,45%), a partir de 4 de julho, de 8,97% em Curitiba (11,34%)”, disse o IBGE.
Ainda na Habitação, o gás de botijão (4,17%) e do gás encanado (0,48%) também representaram altas.
No grupo dos Transportes (1,52%), a principal contribuição para o índice de julho veio das passagens aéreas (35,22%), que haviam caído 5,57% em junho.
Nos transportes públicos (4,52%), destacam-se as altas do transporte por aplicativo (9,31%) e do ônibus urbano (0,38%).
“Os preços dos combustíveis (1,24%) aceleraram em relação a junho (0,87%). Em particular, a gasolina teve alta de 1,55%, enquanto havia subido 0,69% no mês anterior, contribuindo com 0,09 p.p. no índice do mês”, diz o IBGE.
Quanto ao grupo de Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio passou de 0,33% em junho para 0,78% em julho, principalmente por conta das altas do tomate (18,65%), do frango em pedaços (4,28%), do leite longa vida (3,71%) e das carnes (0,77%).
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) representou uma alta de 1,02% em julho, acelerando ante o resultado de junho (0,60%).
No ano, o indicador acumula alta de 5,01% e, em 12 meses, de 9,85%, acima dos 9,22% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2020, a taxa foi de 0,44%.