No nosso último artigo, conhecemos mais sobre os Fundos de Investimentos e suas principais características. Agora que você já está familiarizado, vamos aprofundar um pouco mais no tema e conhecer os tipos de fundo e para quem eles são indicados. Existem fundos para todos os perfis e objetivos diferentes. O ponto importante está em identificar qual desses tipos vai se adaptar a esses parâmetros.
Antes de aprofundar em uma análise de um fundo, sabemos que devemos fazer a leitura da Lâmina de Informações Complementares. Nesse documento estarão contidas as principais informações do fundo de forma concisa. Nessa etapa, devemos nos atentar ao “público-alvo”, à “política de investimentos” e ao “objetivo do fundo”. Esses dados são suficientes para um primeiro filtro de escolha, pois eles resumem a estratégia de gestão adotada.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) classifica os fundos, conforme sua política de investimentos, nas seguintes modalidades:
Fundos de Renda Fixa
Os Fundos de Investimento em Renda Fixa (RF) podem ainda ser subdivididos em:
- Fundos de Renda Fixa Curto Prazo: São fundos no qual o prazo médio dos títulos que compõem a carteira é de 60 dias e o prazo máximo não ultrapassa 375 dias, caso contrário será considerado um Fundo de Renda Fixa de Longo Prazo. É vedada a cobrança de taxa de performance.
- Fundos de Renda Fixa Referenciados: São fundos que têm pelo menos 80% da carteira direcionados a títulos públicos federais ou títulos privados de baixo risco de crédito. Além disso, no mínimo 95% são atrelados a um índice de referência indicado pelo fundo como seu “benchmark”, ou seja, seu índice de referência. Por isso, fica clara a estratégia do fundo de perseguir esse índice, ficando vedada a cobrança de taxa de performance.
- Fundos de Renda Fixa Simples: Como seu nome sugere, esse tipo de fundo tem uma estratégia bastante simples de investir no mínimo 95% da sua carteira em títulos públicos federais ou títulos privados de perfil de risco de crédito semelhante. Esse tipo de fundo também é vedado de cobrar taxa de performance e ter concentração em títulos privados.
Fundos de Ações
Os Fundos de Investimentos em Ações (FIA), devem ter pelo menos 67% do seu patrimônio em ações ou ativos correlatos. Por essa concentração, esse tipo de fundo é direcionado a investidores com o perfil mais arrojado e que buscam maior potencial de retorno no longo prazo. Além disso, se caracteriza pela possibilidade de uso de derivativos e, ao contrário dos Fundos de Renda Fixa, é permitida a cobrança de taxa de performance.
Fundo Cambial
Como o próprio nome sugere, os Fundos Cambiais têm como objetivo se expor à variação dos preços de moeda estrangeira, com concentração mínima de 80% a esse fator de risco. É destinado a investidores que têm a necessidade de se expor à variação cambial e pode ser aplicada a cobrança de taxa de performance. Vale ressaltar que a aplicação é feita em moeda local.
Fundos Multimercado
Os Fundos Multimercado devem possuir uma política de investimentos que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em especial ou em fatores diferentes das demais classes previstas. Por isso, podem ter diferentes benchmarks associados, fazer uso de derivativos e ainda cobrar taxa de performance. Devido a essa flexibilidade de composição da carteira, acaba sendo a porta de entrada para investidores mais moderados que buscam maior exposição a risco, mas sem comprometer grande parte dos seus recursos.
Esses são os principais tipos de fundos disponíveis no mercado e suas principais características atribuídas a cada uma das modalidades apresentadas. Existem diversos outros detalhes ligados aos Fundos de Investimentos, como sua forma de tributação, que abordaremos em um próximo artigo. Lembre-se que não existe o melhor fundo, mas aquele que melhor se adequa ao seu perfil e seus objetivos.