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Ibovespa cai para níveis registrados em maio: o que causa a baixa na Bolsa?

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Não faz muito tempo que o Ibovespa, a Bolsa de Valores brasileira, passou dos 120.000 pontos, marca amplamente comemorada no mercado financeiro.

Eram meses de boas perspectivas quanto ao crescimento econômico brasileiro, com boa parte das projeções apontando para um Produto Interno Bruto (PIB) acima de 5% em 2021 e a inflação não causando danos à economia.

As boas projeções, porém, começaram a piorar nas últimas semanas. Segundo um relatório da XP, 2022 deve ser marcado pelo extenso cenário de riscos, além de um mau humor que toma conta dos investidores que acompanham com atenção os acontecimentos em Brasília.

Ontem (17), o Ibovespa fechou em queda de quase 1%, ficando próximo aos 118 mil pontos. É o mesmo patamar verificado em maio deste ano, quando a Bolsa brasileira começou a subir.

No escopo geral, há um clima de mau estar, causado por ambos, fatores externos e internos. Abaixo, confira alguns desses motivos:

Riscos fiscais em Brasília

Para quem está acompanhando as últimas pautas relacionadas à Reforma Tributária e a alteração no Imposto de Renda, sabe que a novela está longe de acabar.

A segunda parte da Reforma Tributária foi enviada pelo governo há mais de um mês, na esperança que ela destrave outra proposta que tramita na Câmara dos Deputados: a que junta o PIS e Cofins em um único tributo.

Até o momento, as alterações feitas no Imposto de Renda não atingiram um consenso no Congresso, causando adiamentos na votação da proposta. 

De acordo com as últimas mudanças promovidas pelo relator, o deputado Celso Sabino (PSDB-PA), a redução no Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ) será de 8,5 p.p., indo de 25% para 16,5%. No texto anterior, a redução seria de 9,5 p.p. A faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) foi ampliada de R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil.

Enquanto articulações são feitas para que a proposta consiga passar, o mercado financeiro enxerga a situação com preocupação, justamente pela instabilidade e incerteza que o impasse causa.

Outra proposta que deve ser votada no Congresso é a PEC dos Precatórios, mais polêmica que a reforma no IR.

Quanto a essa PEC, o governo deve parcelar o pagamento de precatórios acima de R$ 66 milhões, que também são chamados de “superprecatórios”. A medida acontece porque as derrotas do governo na Justiça somarão pagamentos de R$ 89,1 bilhões em sentenças em 2022, valor 62% maior que o registrado em 2021.

De acordo com o governo, a proposta desafogará R$ 33,5 bilhões dos cofres de 2022. Parte desses recursos serão direcionados ao Auxílio Brasil, programa que deve ser a reformulação do Bolsa Família.

A preocupação é que a manobra fiscal se assemelha com as chamadas “pedaladas” fiscais que causaram o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Além disso, causa uma má impressão quanto ao cumprimento de pagamento de dívidas.


Saiba mais

Alteração na Reforma Tributária isenta FIIs e coloca o Brasil próximo da quota de um paraíso fiscal


No cenário internacional, instabilidades causadas pelo Talibã e variante Delta

Com a tomada do Talibã no Afeganistão, o mercado financeiro reage negativamente ao cenário de instabilidade. Além disso, declarações da administração dos Estados Unidos indicam que o ataque aconteceu bem mais cedo que o previsto.

A variante Delta do novo Coronavírus já começa a causar danos econômicos em economias como a China. Além disso, começa a causar preocupações quanto ao abastecimento de petróleo no mundo.

Um avanço descontrolado da infecção pode indicar que as medidas aplicadas pelos países para conter o avanço do vírus nas primeiras ondas da pandemia podem voltar. Caso isso aconteça, a recuperação econômica das grandes potências começa a ficar comprometida.

Por fim, as pressões regulatórias do governo da China colocam mais lenha no fogo. Por lá, o governo declarou que mais de 40 aplicativos da Tencent, uma das maiores companhias do ramo de tecnologia do país, estão violando os dados privados dos consumidores.

As novas pressões podem significar que novas regras e novas punições podem acontecer em um dos maiores setores tecnológicos do planeta.

Foto: Reuters / Divulgação

Juan Tasso - Smart Money

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