Internacional

Retirada de diplomatas do Afeganistão acelera; Irã eleva nível de enriquecimento de urânio; mercado internacional e mais

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RETIRADA DE DIPLOMATAS DO AFEGANISTÃO ACELERA; TALIBÃ PROMETE PAZ

(Agência Brasil) Mais de 2.200 diplomatas e outros civis já foram retirados do Afeganistão em voos militares, disse uma autoridade de segurança à Reuters nesta quarta-feira (18). Os esforços para retirar pessoas, depois que o Talibã tomou a capital do país, ganharam força.

O grupo diz que quer paz, que não se vingará de antigos inimigos e que respeitará os direitos das mulheres nos moldes da lei islâmica. Milhares de afegãos, no entanto, muitos dos quais ajudaram forças estrangeiras lideradas pelos Estados Unidos (EUA) ao longo de duas décadas, estão desesperados para deixar o país.

“Continuamos com muita rapidez, a logística não mostra nenhum tropeço até o momento”, disse o representante da segurança. Não está claro quando os voos civis serão retomados.

Entre os que partem estão pessoal diplomático, seguranças estrangeiros e afegãos que trabalhavam para embaixadas.

O funcionário não detalhou quantos afegãos estão entre as mais de 2.200 pessoas que partiram, nem ficou claro se essa cifra inclui os mais de 600 homens, mulheres e crianças afegãos que se espremeram em uma aeronave militar de carga norte-americana C-17 no domingo.

O Talibã, que luta desde que foi deposto em 2001 para expulsar forças estrangeiras, tomou Cabul no domingo (15), após uma ofensiva relâmpago no momento em que forças ocidentais lideradas pelos EUA se retiravam, em observância a um acordo que incluiu a promessa dos militantes de não atacá-los quando partissem.

Forças dos EUA que controlam o aeroporto tiveram que interromper os voos na segunda-feira (16), depois que milhares de afegãos assustados invadiram o campo aéreo em busca de uma rota de fuga. Os voos foram retomados nessa terça-feira, quando a situação foi controlada.

O Reino Unido disse que conseguiu retirar cerca de mil pessoas por dia, e a Alemanha transportou 130. A França informou que retirou 25 de seus cidadãos e 184 afegãos, e a Austrália disse que 26 pessoas chegaram em seu primeiro voo de volta de Cabul.

Como o Talibã se consolida no poder, um de seus líderes e cofundadores, o mulá Abdul Ghani Baradar, voltou ao Afeganistão pela primeira vez em mais de dez anos. Uma autoridade do Talibã disse que os líderes se mostrarão ao mundo diferentemente do passado, quando viviam escondidos.

“Não queremos nenhum inimigo interno ou externo”, disse o principal porta-voz do movimento, Zabihullah Mujahid.

As mulheres terão permissão para trabalhar e estudar e “serão muito ativas na sociedade, mas dentro dos moldes do Islã”, acrescentou.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, chamou a atenção de líderes de países ocidentais, ao dizer que o Talibã será julgado por suas ações, não por suas palavras.


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IRÃ ELEVA NÍVEL DE ENRIQUECIMENTO DE URÂNIO

A Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) revelou nesta terça-feira (17) que o Irã aumentou os níveis de enriquecimento de urânio nos últimos meses. Os níveis atuais, segundo a agência, são próximos aos vistos para produção de armas nucleares.

A medida eleva as tensões e torna ainda menores as chances de que a negociação para reativar o acordo nuclear de Teerã seja bem sucedida. O acordo, firmado em 2015 e agora suspenso, proíbe o Irã de produzir urânio enriquecido em troca de incentivos financeiros para o país do Oriente Médio.

Em abril, a pureza do urânio enriquecido no Irã estava em 20%, com o material sendo processado em 164 centrífugas IR-6 na planta piloto de enriquecimento de Natanz, na região central do Irã.

Desde maio, o Irã está processando urânio a uma pureza de 60% e, agora, o país está usando também um novo conjunto adicional de centrífugas IR-4. O nível de pureza previsto no acordo nuclear suspenso era de 3,67%.

O Irã, no entanto, nega que o urânio enriquecido esteja sendo usado para o desenvolvimento de armas nucleares. Segundo afirma um porta-voz do Ministério de Relações Exteriores iraniano, o objetivo do refinamento de urânio no país é a produção de combustível para reatores nucleares.

Autoridades do país ainda afirmam que estão dispostas a negociar a retomada do acordo nuclear, desde que os Estados Unidos também voltem a fazer parte do mesmo.

ESTADOS UNIDOS ANUNCIAM TERCEIRA DOSE DE VACINAS CONTRA COVID

O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira planos para administrar uma terceira dose de vacinas contra a Covid-19 a partir de setembro. A dose de reforço chega como medida para conter o avanço da variante Delta do novo coronavírus no país.

O reforço vacinal já estava autorizado para transplantados, grupo com sistema imunológico mais fraco. Agora, a dose adicional será disponibilizada para profissionais da saúde e idosos, mesma população que teve preferência na fase inicial da vacinação no final de 2020.

Serão ofertadas doses de reforço das vacinas da Pfizer e da Moderna. “Nosso plano é proteger o povo americano, ficar à frente desse vírus”, afirmou Rochelle Walensky, diretora do Centro de Controle de Doenças (CDC). Autoridades de saúde norte-americanas afirmam estar no aguardo de mais dados sobre os efeitos de uma dose adicional do imunizante da Janssen, que atualmente é aplicado em dose única.

O reforço vacinal, aplicado pelos Estados Unidos e outros países, vai contra as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a entidade, não há dados o suficiente que corroborem com a estratégia de aplicar uma terceira dose das vacinas.

A posição oficial da OMS até o momento é que deve se priorizar a imunização em países mais pobres ao invés da aplicação de doses de reforço em países mais ricos. 

A cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, afirmou que os planos de vacinação no mundo todo precisam ser estruturados com cuidado. Segundo Swaminathan, a lentidão no processo de vacinação pode ocasionar o surgimento de novas variantes do vírus que estendam ainda mais a pandemia de Covid-19.

Nesta quarta-feira, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirmou em seu Twitter que se limitar a interesses nacionais nesse momento não é a melhor forma de combater a pandemia.

“Não é do interesse dos líderes apenas se concentrar em estreitas metas nacionalistas quando vivemos em um ambiente interconectado e a Covid-19 vírus está mudando rapidamente. Nossa resiliência mútua é tão forte quanto nosso elo mais fraco”, afirmou

PAPA FRANCISCO PEDE QUE FIÉIS SE VACINEM CONTRA COVID-19

Nesta quarta-feira, o papa Francisco incentivou os fiéis a se vacinarem contra a Covid-19. Segundo Francisco, quem se vacina está demonstrando amor pelos mais vulneráveis.

“A vacinação é uma forma simples, mas profunda, de promover o bem comum e cuidar uns dos outros, especialmente dos mais vulneráveis. Rezo a Deus para que todos possam contribuir com seu pequeno grão de areia, seu pequeno gesto de amor”, disse o papa em vídeo publicado no canal oficial do Vaticano no YouTube.

Segundo o Vaticano, a mensagem é direcionada às populações da América Latina. “Um gesto singelo, mas profundo por um futuro melhor”, afirma a descrição do vídeo.

Papa Francisco está vacinado contra a Covid-19 desde janeiro deste ano. Na ocasião, ele classificou a vacinação como uma obrigação ética. Confira a seguir o vídeo (em espanhol) em que o papa incentiva os fiéis a se vacinarem:

https://www.youtube.com/watch?v=C-isNHmNxlQ&ab_channel=VaticanNews


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Inflação da Zona do Euro fica acima da meta do BCE e registra 2,2% na taxa anual


BOLSAS E CÂMBIO

O mercado internacional teve um dia de resultados mistos nesta quarta-feira. Os índices europeus atuaram sem um sinal único em um dia marcado pela publicação dos dados da inflação na Zona do Euro, acima do previsto pelo mercado.

Confira os números do mercado europeu:

  • STOXX 600 (STOXX): +0,14% (474,42)
  • DAX (GDAXI): +0,28% (15.965,97)
  • FTSE 100 (FTSE): -0,16% (7.169,32)
  • CAC 40 (FCHI): -0,73% (6.770,11)
  • FTSE MIB (FTMIB): +0,50% (26.357,21)

Na Ásia o dia foi de alta para os principais índices do continente. O pregão foi de recuperação após as pressões do governo chinês ao setor de tecnologia do país pressionarem os índices do continente para baixo. Na China, o setor financeiro impulsionou os índices na expectativa de novos incentivos fiscais para fomentar o crescimento da economia chinesa. Confira os números do mercado asiático:

  • Hang Seng (HK50): +0,47% (25.867,01)
  • KOSPI (KS11): +0,50% (3.158,93)
  • Shanghai Composto (SSEC): +1,11% (3.485,29)
  • Nikkei 225 (N225): +0,59% (27.585,91)
  • Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +1,17 (4.894,24) 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street reagiram mal à divulgação da ata da reunião de julho do Federal Reserve, banco central do país. O documento revelou que o Fed pode diminuir o volume de compra de títulos ainda este ano, antes do previsto por investidores do país, pressionando os índices de Nova York. Confira os números do mercado norte-americano:

  • Dow Jones (DJI): -1,08% (34.960,69)
  • S&P 500 (SPX):  -1,07% (4.400,27)
  • Nasdaq Composto (IXIC): -0,89% (14.525,90)

No câmbio, as principais moedas estrangeiras dispararam ante o real nesta quarta, que subiram quase 2%. Confira a cotação atualizada do dólar e do euro:

  • Dólar: +1,94% (R$ 5,37)
  • Euro: +1,95% (R$ 6,29)

Imagem em destaque: G1 / divulgação

Guilherme Guerreiro

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