Destaques do dia

Precatórios de 2022 dificultam compra de vacinas, vice-presidente da Câmara diz que Auxílio Brasil significa abandono da austeridade fiscal; e mais

5 Minutos de leitura

Segundo um secretário do Ministério da Economia, as contas para a compra da terceira dose de vacinas contra COVID-19 não deve fechar com o pagamento de precatórios em 2022.

Para o vice-presidente da Câmara dos Deputados, as investidas do governo para encontrar espaço fiscal para o novo Bolsa Família representa o abandono de dois fundamentos importantes.

Na agenda do dia, o mercado está de olho nos dados trabalhistas dos Estados Unidos, além da inflação em países asiáticos.

Nas bolsas, o mal estar dos economistas continua. A variante Delta do Coronavírus começa a mostrar as caras em danos às economias.

Esses e outros destaques você confere agora.

SECRETÁRIO DO MINISTÉRIO DA ECONOMIA DIZ QUE CONTA DOS PRECATÓRIOS INVIABILIZA COMPRA DE 3ª DOSE DE VACINAS

Segundo o secretário de Orçamento do Ministério da Economia, Ariosto Culau, o fracasso da PEC dos Precatórios significaria um cenário que inviabilizaria a compra de terceira dose das vacinas contra COVID-19.

“O Ministério da Saúde nos apresentou o plano que viabiliza a questão da 3ª dose, a implementação das medidas do plano de imunização. São valores que a gente poderia atender num cenário onde se vislumbrava um espaço fiscal de R$ 30 bilhões, mas que se vê comprometido em razão desse aumento que nós tivemos de precatórios”, disse o secretário.

Os precatórios para 2022 surpreenderam as contas do governo. O aumento de mais de R$ 30 bilhões de um ano para outro, chegando a R$ 90 bilhões em dívidas na Justiça, acabaram atrapalhando os planos do Planalto de criar o Auxilio Brasil, programa que deve substituir o Bolsa Família.

Assim, o governo pretende enviar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que parcela em nove anos os precatórios acima de R$ 66 milhões, também chamados de “superprecatórios”. A medida desafogaria R$ 33,5 bilhões nas contas públicas.

A PEC também garantiria, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, o pagamento de salários no funcionalismo público.

VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA: NOVO BOLSA FAMÍLIA SIGNIFICA ABANDONO DA AUSTERIDADE FISCAL

Segundo Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara dos Deputados, as investidas do governo federal para a viabilização de um programa social em um ano eleitoral representam o abandono da austeridade fiscal e controle da inflação.

“Para mim está claro que há um abandono da política de austeridade fiscal, porque a prioridade absoluta do presidente é turbinar o programa de transferência de renda. Não por um desejo de ajudar os brasileiros, mas por uma métrica absolutamente eleitoral, porque ele começa a enxergar que essa pode ser a última tábua de salvação para o projeto dele de reeleição. Se o preço disso foi romper o teto de gastos, que se rompa”, disse ele em entrevista à Reuters.

Segundo ele, embora o ministro da Economia tenha sinalizado o contrário, furar o Teto de Gastos já está decidido na cabeça de Paulo Guedes. “A discussão não é se vai romper. É como vai romper”, disse.

O deputado também criticou a segunda parte da Reforma Tributária que promove mudanças no Imposto de Renda (IR). Segundo ele, a proposta pode sofrer uma derrota no Plenário da Câmara por conta da falta de apoio.

“Você não pode achar que está bem resolvida uma reforma que todo mundo é contra. Tem um manifesto dos setores econômicos circulando, que cada semana eu recebo, cada dia agora eu recebo ele com mais assinaturas. A aviação é contra, o agronegócio é contra, a indústria é contra, o mercado financeiro é contra, a construção civil é contra. Todo mundo é contra. Não tem como aprovar um negócio nesse ambiente aqui na Casa”, disse ele.


Saiba mais

Alteração na Reforma Tributária isenta FIIs e coloca o Brasil próximo da quota de um paraíso fiscal


AGENDA

Sem destaques para o Brasil, o dia é marcado pela publicação de dados trabalhistas dos Estados Unidos e da inflação em importantes países asiáticos.

Pela madrugada, foram publicados dados da balança comercial da Espanha. O país fechou com déficit de -0,98B. No mês anterior, a balança comercial havia registrado um superávit de 0,14B.

Em Hong Kong, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) fechou o mês de julho registrando um aumento de 3,70% na comparação anual. É uma aceleração considerável considerando o aumento de 0,70% na taxa anual do mês imediatamente anterior.

Às 9h30 nos Estados Unidos, são publicados os pedidos iniciais de seguro desemprego. Após uma leve alta no mês de julho, o índice já apresenta o mesmo patamar registrado no início do mês de junho, indicando que a tendência de queda iniciada no início do ano continua.

Às 20h30 no Japão, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) referente ao mês de julho é publicado. A expectativa é que a taxa anual registre uma retração de -0,4%. No mês anterior, a taxa anual havia ficado em 0,2%.


Neste episódio do Short Squeeze, Guilherme Guerreiro recebe Vinicius Teixeira, sócio da Messem Investimentos, para falar sobre Growth Hacking e como você pode acelerar o crescimento dos seus negócios com algumas mudanças estratégicas.


BOLSAS E CÂMBIO

O início desta quinta-feira (19) é marcado mais uma vez pela queda acentuada dos índices. Os economistas reagem às últimas sinalizações quanto ao crescimento econômico global e como isso pode ser afetado pelo avanço da variante Delta do novo Coronavírus.

De acordo com a última reunião do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos deve começar a diminuir suas compras mensais de ativos, já que a entidade não precisa mais fornecer a liquidez necessária na mesma escala.

A alta nos casos da variante Delta do novo Coronavírus pode causar mais danos econômicos a curto prazo, a depender da aplicação de medidas sanitárias que visam barrar o avanço da doença.

O mal estar dos economistas afeta inclusive a Bolsa de Valores brasileira. O Ibovespa fechou ontem (18) caindo 1,07%, chegando a 117.903 pontos, mesmo patamar de maio deste ano.

Às 8h da manhã:

  • STOXX 600 (STOXX): -1,85%, indo a 465,64 pontos
  • DAX (GDAXI): -1,81%, indo a 15.676,80 pontos
  • FTSE 100 (FTSE): -2,00%, indo a 7.025,94 pontos
  • CAC 40 (FCHI): -2,46%, indo a 6.603,44 pontos
  • FTSE MIB (FTMIB): -1,85%, indo a 25.870,50 pontos

Na mesma direção, as bolsas asiáticas fecharam registrando baixas nos seus principais índices.

Na China, as projeções quanto ao crescimento econômico já começaram a esfriar por conta do fator trazido pela variante Delta do novo Coronavírus.

Além disso, o mercado segue de olho nas pressões regulatórias de Beijing, que podem atingir o grande setor de tecnologia do país. A preocupação do governo central é com o uso de dados de consumidores, que podem estar sendo usados de forma antiética pelas grandes companhias.

Uma dessas companhias é a Tencent. O governo chinês determinou que pelo menos 40 aplicativos da gigante da tecnologia sejam retificados para que não sofram as punições devidas.

  • Hang Seng (HK50): -2,13%, indo a 25.316,33 pontos
  • KOSPI (KS11): -1,93%, indo a 3.097,83 pontos
  • Shanghai Composto (SSEC): -0,57%, indo a 3.465,55 pontos
  • Nikkei 225 (N225): -1,10%, indo a 27.281,17 pontos
  • Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): -0,66%, indo a 4.862,14 pontos 

Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados negativos:

  • Nasdaq 100 Futuros: -0,60%, indo a 14.768,50 pontos
  • Dow Jones Futuros: -0,84%, indo a 34.666,10 pontos
  • S&P 500 Futuros: -0,76%, indo a 4.366,80 pontos

Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta quinta-feira (19):

  • Às 9h03, o Dólar subiu +1,64%, a R$ 5,43
  • Às 9h03, o Euro subiu +1,68%, a R$ 6,36

Foto: Conif / Reprodução

Juan Tasso - Smart Money

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