AÇÕESCuriosidades

Interesse por renda variável diminui entre investidores, aponta estudo da XP

4 Minutos de leitura

Na semana passada, a XP Investimentos publicou a edição de agosto da Pesquisa XP de Sentimento, realizada com os assessores de investimento de escritórios autônomos filiados à corretora. Ante o mês anterior, a pesquisa revelou uma diminuição no otimismo dos assessores em relação ao Ibovespa, que veio junto com uma queda no interesse por ações, com clientes mais interessados em ativos internacionais ou de renda fixa.

Entre os fatores de risco que mais preocupam, destaque para o risco fiscal e político do atual cenário brasileiro. Entre os entrevistados, 82% citaram o risco político como principal preocupação, aumento de 15% pontos percentuais ante o mês anterior. Este cenário, segundo o relatório da XP, diminuiu o interesse dos clientes pelo mercado de renda variável.

“O percentual de interessados em manter seus investimentos em Renda Variável ficou 46%, uma queda de 5p.p. em relação a julho. Enquanto isso, 38% dos assessores reportaram que seus clientes pretendem diminuir seus investimentos em Renda Variável, um aumento de 25p.p. em relação ao mês anterior”, aponta o estudo. Segundo a XP, o número mostra um pessimismo dos clientes em relação ao mercado de renda variável. “Por outro lado, 16% dos clientes pretendem aumentar seus investimentos em tal classe de ativos, uma queda de 20p.p. em relação à julho”.

De acordo com o relatório da XP, as classes de ativos de maior interesse entre assessores e clientes são:

1 – Investimentos Internacionais (70%)

2 – Tesouro Direto e Renda Fixa (65%)

3 – Fundos de Renda Fixa (40%)

4 – Fundos Imobiliários (35%)

5 – Fundos Multimercado (27%)

6 – Fundos de Renda Variável (22%)

7 – Ouro (9%)

O destaque da Pesquisa XP de Sentimento de agosto foi o aumento no interesse por títulos do Tesouro Direto e outros ativos de renda fixa, com aumento de aproximadamente 27 p.p. no interesse. O relatório também revela uma queda de 20 p.p. no interesse por Fundos Imobiliários e Fundos Multimercado.

“Essas mudanças podem ser explicadas por fatores como o aumento da taxa de juros Selic, bem como busca por proteção dada a volatilidade em meio à um contexto de aumento na percepção de riscos políticas e fiscais, e incertezas quanto à variante Delta da Covid-19 no último mês”, aponta o estudo.

Entre os assessores entrevistados, o otimismo em relação ao final de ano no Ibovespa diminuiu. Em julho, 46% dos entrevistados esperavam que o Ibovespa encerre 2021 entre os 140 mil e os 150 mil pontos. Em agosto, 49% dos assessores afirmaram esperar o índice entre 130 mil e 140 mil pontos ao final do ano.

“A média de palpites calculada foi de 132.831 pontos, uma diminuição de 5,4% em relação ao mês anterior (140.388 pontos na pesquisa passada), e acompanhando a piora nos indicadores ao longo do mês de Agosto”, aponta o estudo.

Luiz Fernando Rodrigues Filho, assessor na Messem Investimentos, afirma que o Risco Brasil é um fator de preocupação constante na vida dos investidores. Segundo ele, esse fator se acentua com o atual cenário político brasileiro, com a atual disputa de poder que acontece em Brasília.


Saiba mais

Nota de R$ 200 completa um ano com apenas 17,7% em circulação


“Essa questão política e fiscal no Brasil é muito complexa, é difícil de falar quando que isso vai acalmar. Mas toda essa discussão e essa  disputa de poder entre o presidente  e o STF é algo que acaba complicando o mercado e trazendo mais volatilidade”, apontou. “Então, no momento em que isso se apaziguar, com certeza vai refletir no mercado também. Mas como a gente tá vivendo um momento pré-eleitoral, é complexo falar se isso vai acabar somente quando tivermos as eleições ou se tem alguma possibilidade de acabar antes”.]

Fernando ainda afirma que o cenário político brasileiro atual ainda é relativamente novo, com o mercado ainda aprendendo a lidar com toda a polarização que vem se acentuando no país ao longo dos últimos anos. Segundo ele, tudo isso faz com que cada vez mais os clientes busquem por proteção em seus investimentos.

“O que vemos é uma busca por proteção, com investidores buscando diluir a volatilidade da sua carteira. E como estamos com um cenário econômico de alta no índice IPCA, muitos investidores buscam aproveitar também esse fator para migrar para produtos de renda fixa atrelados a esse indicador, pois assim protegem suas carteiras da inflação e da volatilidade”.

Guilherme Guerreiro

Jornalista Smart Money — Leia, estude, se informe! Apenas novas atitudes geram novos resultados!

1383 posts

Sobre o autor
Jornalista Smart Money — Leia, estude, se informe! Apenas novas atitudes geram novos resultados!
Conteúdos
Postagens relacionadas
ArtigosCuriosidadesDescomplicaEducação Financeira

4 erros de investir na previdência em dezembro

2 Minutos de leitura
Maravilha, tudo bem? Possivelmente você já saiba que a previdência privada do tipo PGBL é o único investimento que oferece um benefício…
AÇÕESDestaques do dia

Digerindo a decisão de política monetária do Reino Unido, as bolsas amanhecem mistas nesta quinta (11)

1 Minutos de leitura
Na agenda do dia, dados do mercado trabalhista são destaque ainda na parte da manhã.  Nas bolsas, resultados mistos marcam a primeira…
AÇÕESDestaques do dia

Bolsas caem na manhã de quarta (10) no aguardo pela inflação dos EUA

2 Minutos de leitura
Na agenda brasileira, destaque para o setor industrial. No mercado internacional, a inflação dos EUA rouba as atenções.  Nos mercados, quedas marcam…