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Bolsonaro publica carta pacificadora, vice da Câmara quer retirar os precatórios do Teto; e mais

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Em uma tentativa de acalmar os ânimos e barrar os diálogos de um possível impeachment, o presidente Jair Bolsonaro publicou uma carta de “trégua” na noite desta quinta-feira (09), após dias marcados pelas repercussões negativas das manifestações do 7 de setembro. 

Na Câmara, o vice-presidente da Casa deve apresentar uma proposta que retira o pagamento de precatórios da regra do Teto de Gastos, medida amplamente criticada pelo setor econômico. 

Na agenda, o destaque para o Brasil fica para a publicação de dados do varejo pelo IBGE. 

As bolsas iniciam o último dia da semana em tom positivo, de olho nas decisões de Biden quanto à população não vacinada dos Estados Unidos. 

Esses e outros destaques você confere agora. 

BOLSONARO PUBLICA CARTA PACIFICADORA 

Em uma tentativa de acalmar os ânimos após os discursos durante os protestos do 7 de setembro, o presidente Jair Bolsonaro publicou uma carta titulada ‘Declaração à Nação’ na noite desta quinta-feira (09). 

Segundo interlocutores, a carta aberta publicada foi redigida pelo ex-presidente Michel Temer, e acontece após as conversas sobre uma possível abertura de processo de impeachment ficarem mais quentes no Congresso Nacional. 

“Nunca tive nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes. A harmonia entre eles não é vontade minha, mas determinação constitucional que todos, sem exceção, devem respeitar”, diz a carta. 

Segundo o presidente, as palavras que marcaram o discurso durante as manifestações partiram do “calor do momento”. 

“Reitero meu respeito pelas instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país. Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição”, diz a carta. 

Por fim, Bolsonaro diz que sempre prezou pelo diálogo entre os Poderes pela “manutenção da harmonia e independência entre eles”. 

Por um lado, a carta do presidente não agrada a base eleitoral que acreditava em atitudes mais contundentes com os discursos. Por outro, a carta agrada o setor político e do mercado financeiro, que enxerga a tentativa de estabilidade como positiva. 

Com a trégua nas tensões, o Ibovespa fechou a quinta-feira (09) registrando alta de 1,73%, após dias marcados por repercussões negativas por conta das manifestações e greve dos caminhoneiros. 

VICE-PRESIDENTE DA CÂMARA QUER RETIRAR OS PRECATÓRIOS DO TETO DE GASTOS 

Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara dos Deputados, deve apresentar uma proposta ao Congresso que retira o pagamento de precatórios da regra do Teto de Gastos. 

“Tivemos o cuidado de estabelecer essa regra a partir de 2022, abatendo o valor de 2016. Se eu tirasse simplesmente do teto o precatório, teríamos o espaço de R$ 89 bilhões, mas a PEC tira o espaço do teto menos o valor do precatório de 2016”, disse Ramos. 

Os precatórios são um ponto latente para o governo. Os pagamentos de dívidas na justiça devem somar quase R$ 90 bilhões em 2022, 50% a mais que o valor a ser pago em 2021. 

Por isso, o governo articula inúmeras medidas de “desafogamento” das contas públicas para tentar viabilizar a reformulação do Bolsa Família, que deve passar a se chamar de Auxílio Brasil, enquanto mantém as contas do país nos eixos. 

O governo estuda uma medida mais judicial em conjunto com o Tribunal de Contas da União (TCU) para evitar a proposta de parcelamento das dívidas e evitar uma eventual perda de credibilidade do país. 

A proposta de Marcelo Ramos, porém, é amplamente criticada pelo mercado financeiro, justamente pelo risco do Brasil perder a confiança do mercado internacional. 


Saiba mais

Guedes: vacinação pode ser prejudicada pelos precatórios


AGENDA 

No Brasil, o destaque do dia fica para a publicação das vendas do setor de varejo do mês de julho. Os dados são publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) às 9h. 

Pela madrugada, foram publicados dados do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido referente ao mês de agosto. O PIB do país subiu 0,1% no mês, e 7,5% na variação anual. 

Ainda no Reino Unido, a produção industrial subiu 1,2% em julho na comparação com o mês passado, quando registrou queda de 0,7%. 

Por fim, no Reino Unido, a balança comercial do mês de julho registrou um déficit de -12,71B. No mês imediatamente anterior, a balança havia ficado em -11,99B. 

Na Alemanha, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação nula no mês de agosto. No mês anterior, a inflação havia subido 0,9%. Na variação anual, a alta de preços do país ficou em 3,9%. 

Na China, a Medida Ampla de Oferta Monetária (M2) anual registrou 8,2% na base anual. 

Às 9h nos Estados Unidos, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) referente ao mês de agosto é publicado. 

Às 13h, ainda nos EUA, é publicado o Relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE) do United States Department of Agriculture. 

BOLSAS E CÂMBIO 

As bolsas europeias iniciam o último dia da semana registrando altas nos principais índices do continente. 

Entre os fatores que marcaram a semana, estão a possível mudança de política de compra de ativos nos Estados Unidos e os impactos gerados pela variante Delta do novo Coronavírus nos países desenvolvidos. 

Nos EUA, o mercado está de olho no decreto de Joe Biden que deve obrigar companhias que possuem mais de 100 empregados a exigirem a vacinação contra COVID-19. A drástica medida deve tentar melhorar a adesão à vacinação no país, que é baixa. 

Às 8h da manhã: 

  • STOXX 600 (STOXX): +0,30%, indo a 468,96 pontos 
  • DAX (GDAXI): +0,41%, indo a 15.687,95 pontos 
  • FTSE 100 (FTSE): +0,30%, indo a 7.045,42 pontos 
  • CAC 40 (FCHI): +0,34%, indo a 6.707,34 pontos 
  • FTSE MIB (FTMIB): +0,07%, indo a 25.929,00 pontos 

Acompanhando o mercado europeu, os índices asiáticos registram resultados positivos nesta sexta-feira (10). 

Por lá, os economistas seguem de olho nas pressões regulatórias chinesas sobre as companhias do setor de tecnologia. 

  • Hang Seng (HK50): +1,91%, indo a 26.205,91 pontos 
  • KOSPI (KS11): +0,36%, indo a 3.125,76 pontos 
  • Shanghai Composto (SSEC): +0,27%, indo a 3.703,11 pontos 
  • Nikkei 225 (N225): +1,25%, indo a 30.381,84 pontos 
  • Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +0,88%, indo a 5.013,52 pontos  

Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados positivos: 

  • Nasdaq 100 Futuros: +0,41%, indo a 15.624,40 pontos 
  • Dow Jones Futuros: +0,49%, indo a 35.050,10 pontos 
  • S&P 500 Futuros: +0,44%, indo a 4.512,90 pontos 

Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta sexta-feira (10): 

  • Às 9h03, o Dólar caiu -2,00%, a R$ 5,19 
  • Às 9h03, o Euro caiu -1,95%, a R$ 6,15 

Foto: Agência Brasil / Divulgação

Juan Tasso - Smart Money

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