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Crise hídrica: maior hidrelétrica de SP opera com 1% de capacidade e bandeira tarifária extra não tem data para acabar

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Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível do reservatório da Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira (SP) está operando com 1,45% de sua capacidade total. 

A usina, que fica no Rio Paraná, perto da fronteira com o Mato Grosso do Sul (MS), é a maior do estado de São Paulo e a terceira maior em operação no Brasil. Apesar dos baixíssimos níveis e o risco de colapso, a hidrelétrica segue funcionando normalmente. 

A unidade tem capacidade de geração de 3.444 MW, com 20 unidades geradoras. Segundo dados da usina, ela tem a capacidade de abastecer o Rio de Janeiro e Recife. 

A situação de uma das maiores usinas geradores de energia do país acende mais uma aberta sobre a crise hídrica que o Sudeste e o Centro-Oeste sofrem. A seca já prejudica o abastecimento de energia elétrica em todo o Brasil, obrigando o governo a acionar usinas termelétricas para suprir a demanda. 

Além disso, a crise afeta diretamente o setor industrial, que além de passar pelo risco de racionamentos e eventuais apagões, acaba tendo seu custo de produção elevado, consequência de uma conta de luz mais cara. 

Como as usinas termelétricas costumam ser mais caras que a geração via hidrelétricas, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou diversos reajustes na bandeira tarifária, que já está custando R$ 14,20 de taxa extra a cada 100 kHw consumidos de acordo com o último reajuste feito em agosto. 

“Tendo em vista o déficit de arrecadação já existente, superior a R$ 5 bilhões, e os altos custos verificados, destacadamente de geração termelétrica, foi aprovada determinação para que a Aneel implemente o patamar específico da Bandeira Tarifária, intitulado ‘Escassez Hídrica’, no valor de R$ 14,20 / kWh”, disse André Pepitone, diretor-geral da Aneel, no anúncio do reajuste. 

Segundo o ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, a bandeira tarifária “não tem data para acabar”. 

“Nós trabalhamos com planejamento, metodologia, mas estamos vivendo uma crise hídrica que mês a mês as afluências são menores e isso tira a previsibilidade de quando essa crise hídrica vai terminar”, disse o ministro à RedeTV! Nesta terça-feira (14). 


Saiba mais

Crise no abastecimento de insumos e crise hídrica podem impactar o setor industrial brasileiro


Enquanto a crise pendura, a alta no custo da energia elétrica causa pressões inflacionárias no índice que mede a alta de preços no país. De acordo com dados do IBGE, a energia elétrica aumentou 1,10% em julho na comparação com junho, quando havia aumentado em 7,88%. 

Embora o governo federal tenha dito através do MME que racionamentos e apagões estão descartados, segundo a ONS, a atual geração de energia elétrica será insuficiente a partir do mês de outubro, e recomendou a ativação de mais termelétricas, bem como a importação de países como a Argentina. 

Para tentar diminuir a demanda por suprimento de energia elétrica, o governo anunciou no início de setembro um programa de bonificação para as famílias que conseguissem economizar. O programa de descontos previsto é de R$ 50 para cada 100 kWh economizados. Para ser elegível, o consumidor terá de reduzir o consumo em pelo menos 10% na comparação anual. O desconto anunciado vai até no máximo 20%. 

O agravante da situação é que a crise hídrica deve começar a amenizar apenas a partir de novembro, segundo órgãos governamentais. Até lá, mais reajustes são esperados pela Aneel. 

Juan Tasso - Smart Money

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