Internacional

EUA, Reino Unido e Austrália anunciam novo pacto para conter a China; Cuba publica projeto que abre portas para casamento gay; mercado internacional e mais

9 Minutos de leitura

EUA, REINO UNIDO E AUSTRÁLIA ANUNCIAM NOVO PACTO PARA CONTER A CHINA 

(Agência Brasil) O Pacto de Aukus reúne os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália para fazer frente às pretensões territoriais da China no Indo-Pacífico. O acordo, no âmbito da Segurança e Defesa, prevê que Camberra possa construir, pela primeira vez, submarinos com capacidade nuclear, mas também a estreita colaboração das três nações ao nível das capacidades cibernéticas, quânticas e de inteligência artificial. 

Os analistas consideram o acordo como um dos mais significativos nas áreas de segurança e defesa desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O pacto vai permitir à Austrália a construção de submarinos com propulsão nuclear, com o apoio dos aliados, Estados Unidos e Reino Unido. 

“Estamos investindo na maior fonte de força: as nossas alianças. Estamos nos atualizando para enfrentar, da melhor forma, as ameaças de hoje e de amanhã. Estamos ligando os aliados e parceiros da América de novas formas”, afirmou o presidente norte-americano,Joe Biden, ladeado pelas imagens dos líderes britânico e canadense, em imagens transmitidas pelos canais de televisão. 

Sobre os submarinos, os Estados Unidos e a Austrália garantiram que Camberra não irá recorrer a armas nucleares, ainda que tenham capacidade para as transportá-las. 

“Permitam-me ser muito claro: a Austrália não quer obter armas nucleares ou alcançar uma capacidade nuclear civil”, disse Scott Morrison, o primeiro-ministro australiano. 

O país é um dos signatários do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que visa a impedir a aquisição e o desenvolvimento de armas nucleares. 

Ainda assim, este é o primeiro acordo em várias décadas de partilha de informação e tecnologia com capacidade de propulsão nuclear. Antes dessa quarta-feira, a última vez que os Estados Unidos tinha firmado esse tipo de entendimento foi em 1958, com o Reino Unido. 

Esses submarinos, que no âmbito do acordo passam a ficar estacionados na Austrália, são muito mais rápidos e difíceis de detectar do que os submarinos convencionais, o que confere maior influência norte-americana na região do Indo-Pacífico. 

Camberra torna-se, dessa forma, o sétimo país do mundo a operar submarinos com capacidade nuclear, depois dos Estados Unidos, do Reino Unido, da França, China, Índia e Rússia.  

Com esse entendimento, cai um acordo assinado pela Austrália em 2016, com a França, para a construção de 12 submarinos convencionais, no valor de 56 bilhões de euros. 

O pacto prevê uma cooperação ainda mais estreita, ao nível da segurança e defesa, entre os Estados Unidos, o Reino Unido e a Austrália, três países que já integravam o grupo Five Eyes, em que também estão o Canadá e a Nova Zelândia. 

Além dos submarinos, o acordo Aukus prevê a estreita colaboração dos três países no conhecimento e capacidade cibernéticos, quânticos e de inteligência artificial, bem como de novas tecnologias submarinas. 

Na conferência conjunta, nenhum dos três líderes fez referências diretas à China, tendo assumido apenas que os desafios de segurança regionais “aumentaram significativamente”. 

No entanto, o acordo é visto como uma resposta dos Estados Unidos ao expansionismo de Pequim no Mar do Sul da China e das ameaças chinesas a Taiwan. Em entrevista, Joe Biden falou da importância de “um Indo-Pacífico livre e aberto”. 

“Esta é uma oportunidade histórica para as três nações, aliadas e parceiras com ideais semelhantes, protegerem os valores partilhados e promoverem a segurança e a prosperidade na região”, diz a declaração conjunta. 

A embaixada chinesa em Washington criticou o acordo trilateral e pediu às nações que “deixem a mentalidade de guerra fria e o preconceito ideológico”, afirmou o porta-voz Liu Pengyu. 

CUBA PUBLICA PROJETO QUE ABRE PORTAS PARA CASAMENTO GAY 

(Agência Brasil) Cuba publicou nessa quarta-feira (15) projeto há muito aguardado de um novo código de família que abrirá as portas para o casamento gay se aprovado. Ativistas dos direitos LGBT celebraram de forma comedida, pois permanecem cautelosos sobre a real implementação. 

O novo código define o casamento como “união voluntária de duas pessoas” sem especificar o gênero, em oposição à definição atual de “união de um homem e uma mulher”. 

O projeto ainda precisa ir a um debate, e então receberá emendas para levar em consideração as opiniões dos cidadãos antes de seguir para um referendo. Ativistas temem que a comissão encarregada da medida possa ceder à pressão de grupos religiosos e daqueles que preferem a cultura do machismo tradicional. 

Eles dizem que o governo não deveria ter estipulado um referendo sobre o que são direitos humanos fundamentais. O governo diz que quer construir, em vez de forçar a aceitação da mudança. 

“O projeto do código de família é tudo o que se poderia esperar”, disse Maykel González Vivero, diretor da Tremenda Nota, uma revista digital que se concentra em mulheres, comunidade lésbica, gay, bissexual e transgênero (LGBT) e na comunidade negra. 

“Demorou muito e não houve transparência em seu interminável processo de quase 15 anos. Mas está aí”, acrescentou. 

UNICEF PEDE REABERTURA DE ESCOLAS EM PAÍSES ATINGIDOS PELA PANDEMIA 

(Agência Brasil) O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) pediu que as autoridades do setor de educação reabram as escolas o mais cedo possível em países nos quais milhões de alunos ainda não voltaram às salas de aula 18 meses após o início da pandemia de cvid-19. 

Em 17 países, as escolas permanecem totalmente fechadas e, em 39, estão parcialmente fechadas, informa um relatório divulgado pelo Unicef nesta quinta-feira (16). 

Entre as “quase completamente fechadas”, estão escolas frequentadas normalmente por cerca de 77 milhões de estudantes das Filipinas, de Bangladesh, da Venezuela, da Arábia Saudita, do Panamá e do Kuwait. 

Quase um terço desta cifra corresponde às Filipinas, país que está enfrentando um dos piores surtos de covid-19 da Ásia e onde um novo ano letivo começou nesta semana. 

Segundo o Unicef, os alunos dos seis países representam mais da metade dos 131 milhões de todo o mundo que perderam mais de três quartos do ensino presencial. 

“A crise educacional ainda está aqui e, a cada dia que passa com salas de aula no escuro, pior a devastação”, disse a diretora executiva da agência das Nações Unidas, Henrietta Fore. 

O relatório acrescenta que os professores deveriam ter prioridade na vacinação contra covid-19, depois dos profissionais de saúde e das pessoas sob risco maior, para protegê-los da transmissão comunitária. 

De acordo com a Unesco, os estudantes podem estar mais seguros em casa, mas a disponibilidade de computadores e celulares e da internet, além da qualidade desigual da educação estão entre os desafios que eles continuam a enfrentar. 


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FRANÇA SUSPENDE MILHARES DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE NÃO VACINADOS 

A vacinação contra a covid-19 passou ser obrigatória na França nessa quarta-feira (15) e foram suspensos de suas funções todos os profissionais de saúde que não estejam vacinados e se recusem a tomar um imunizante. A medida, que abrange 2,7 milhões de pessoas mas conta com forte oposição de uma minoria, surge depois de, em alguns países da Europa e nos Estados Unidos (EUA), serem fortes e ruidosos os movimentos antivacinas.

Até ontem, para continuar a trabalhar, todos os profissionais de saúde – de hospitais, de lares de idosos, cuidadores informais, bombeiros, condutores de ambulâncias – tinham de ser inoculado com, pelo menos, uma dose da vacina contra o novo coronavírus. Dois meses após o ultimato do presidente francês, Emmanuel Macron, uma minoria significativa não se vacinou contra o SARS-CoV-2.

“Cerca de 3 mil notificações por suspensão foram enviadas ontem aos funcionários dos centros de saúde e clínicas que ainda não foram vacinados”, disse Olivier Veran à rádio RTL.

De acordo com o ministro francês da Saúde, “dezenas de profissionais” demitiram-se, em vez de aceitar o imunizante.

Alguns médicos, enfermeiros e até cuidadores têm recusado a vacina devido a questões éticas pessoais ou por razões tradicionais, como a crença de que possam existir efeitos secundários graves, embora esses nunca tenham sido confirmados cientificamente. Há também aqueles que discordam da necessidade de medidas de saúde pública para conter a pandemia ou ainda quem tenha dúvidas específicas sobre as vacinas.

Mas agora, quem se recusar a tomar é suspenso, fica sem salário e pode mesmo vir a ser despedido. Segundo o ministro, “grande parte dessas suspensões são apenas temporárias” e estão associadas “principalmente ao pessoal dos serviços de apoio”, não tanto médicos ou enfermeiros.

“Muitos deles decidiram vacinar-se, visto que passou a ser obrigatório”, mas houve dezenas de demissões nesta fase.

“Estamos muito longe dos números de 200 mil a 300 mil trabalhadores da saúde que poderiam ser afastados, segundo algumas fontes, da assistência médica ou de lares e infraestruturas de apoio a idosos por serem contrários à vacinação.

Quem não justificar a recusa da vacina, uma contraindicação ou contaminação recente, “não pode mais exercer a atividade”, de acordo com a lei publicada em 5 de agosto.

Em julho, Macron estabeleceu o prazo até 15 de setembro para que todos os profissionais de saúde recebessem pelo menos a primeira dose de uma vacina, sob pena de suspensão sem remuneração. Apesar do ultimato, milhares de profissionais de saúde continuam sem a vacinação completa, o que tem levantado questões acerca da sobrevivência do sistema de saúde.

O crescimento de movimentos antivacinas na França e em outros países, como os Estados Unidos e o Reino Unido, levou o governo francês a adotar a medida.

De acordo com o último relatório das autoridades, divulgado em 7 de setembro, pouco mais de 88% dos prestadores de cuidados em hospitais e lares receberam pelo menos uma dose e quase 94% entre os profissionais independentes. Ou seja, cerca de 12% dos funcionários hospitalares públicos e 6% dos profissionais de consultórios privados ainda não tinham sido vacinados.

Veran afirmou, contudo, que “a continuidade do atendimento está assegurada”.

O ministro da Saúde fez, por outro lado, um apelo para que todas as pessoas que recebem a vacina contra a gripe todos os anos (entre 17 milhões e 18 milhões de pessoas) venham a receber uma terceira dose contra a covid-19.

“Essa terceira dose é necessária” porque essas pessoas têm um sistema imunológico mais frágil, explicou.

Na terça-feira (14), profissionais de saúde da França manifestaram-se contra a medida, ameaçando uma greve geral nas próximas semanas.

“Há muitas pessoas contra, portanto acho que estamos prontos a passar para uma greve geral”, disse Coralie, enfermeira que se manifestou em frente ao Ministério da Saúde e da Solidariedade em Paris.

Coralie trabalha em um hospital nos arredores da capital francesa e teme como o seu serviço vai funcionar, já que os colegas não vacinados não vão poder trabalhar, o que considera uma situação insustentável.

“Caso essas pessoas sejam retiradas de funções, vai sobrar para nós, as pessoas que se vacinaram devido à pressão das hierarquias, e os pacientes vão demorar ainda mais a ser atendidos”, afirmou.

A vacinação não é só obrigatória para todos os que trabalham nos hospitais, incluindo pessoal administrativo, mas também em todos os lares, unidades de cuidados continuados, centros de saúde, assim como estudantes na área da saúde que vão a essas unidades, além de bombeiros e militares com missões civis.

“Conheço colegas a quem isso vai acontecer, não vão ter salário a partir de amanhã. Mas, por outro lado, vão fazer falta nos hospitais. Temos cada vez menos gente trabalhando”, disse Thierry, que trabalha na cozinha de um hospital em Villejuif, nos arredores de Paris.

Para a CGT, uma das maiores centrais sindicais da França, a medida serve para “esconder” a falta de investimento na saúde, mesmo em tempos de pandemia, e gerar a desconfiança da população nos profissionais do setor.

“O problema não é a vacinação, o problema é que querem nos estigmatizar e apontar o dedo, dizendo que nós contaminamos as pessoas. Assim, não falamos dos verdadeiros problemas: a falta de pessoal e o orçamento reduzido da saúde”, afirmou Asdine Aissiou, secretário-geral da CGT no hospital Pitié-Salpêtrière.

Aissiou afirmou ainda que as negociações com o governo estão completamente “fechadas”, não havendo margem de manobra para rever a medida. Para ele, resta agora “levar a cabo uma ação que ainda não colocamos em prática”, dando a entender que a greve pode ocorrer em breve.

Na França, têm ocorrido várias manifestações em vários pontos do país, sendo muitas delas à porta de hospitais e outras infraestruturas ligadas à saúde.

BOLSAS E CÂMBIO 

Confira os números do mercado europeu: 

  • STOXX 600 (STOXX): +0,44% (465,96) 
  • DAX (GDAXI): +0,23% (15.651,75) 
  • FTSE 100 (FTSE): +0,16% (7.027,48) 
  • CAC 40 (FCHI): +0,59% (6.622,59) 
  • FTSE MIB (FTMIB): +0,78% (25.963,93) 

 Confira os números do mercado asiático: 

  • STOXX 600 (STOXX): +0,70% (467,14 pontos  
  • DAX (GDAXI): +0,56% (15.687,95 pontos  
  • FTSE 100 (FTSE): +0,47% (7.049,65)  
  • CAC 40 (FCHI): +1,14% (6.658,61)  
  • FTSE MIB (FTMIB): +1,16% (26.060,00) 

Confira os números do mercado norte-americano: 

  • Dow Jones (DJI): -0,18% (34.751) 
  • S&P 500 (SPX): -0,16% (4.473) 
  • Nasdaq Composto (IXIC): +0,13% (15.181) 

Confira a cotação das principais moedas estrangeiras: 

  • Dólar: +0,55% (R$ 5,26) 
  • Euro: +0,15% (R$ 6,19) 

Imagem em destaque: Agência Brasil / divulgação 

Guilherme Guerreiro

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