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Copom eleva Selic para 6,25% ao ano

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Após dois dias de reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou hoje que decidiu por unanimidade elevar a taxa Selic para 6,25% ao ano. É o quinto aumento consecutivo da taxa básica de juros. 

A decisão foi tomada na 241ª reunião do comitê, a sexta de 2021, realizada entre terça (21) e quarta (22). A elevação da taxa em mais 1,00 ponto percentual ficou dentro do esperado pelo mercado. Nos meses de março, maio e junho a taxa havia sido elevado em 0,75 ponto percentual. Na reunião anterior, realizada em julho, a Selic teve sua primeira elevação de 1,00 ponto percentual no ano. 

Em nota publicada pelo Banco Central, o Copom justificou a elevação da taxa básica de juros. “Primeiro, reduções nas projeções de crescimento das economias asiáticas, refletindo a evolução da variante Delta da Covid-19. Segundo, o aperto das condições monetárias em diversas economias emergentes, em reação a surpresas inflacionárias recentes,” aponta. 

“No entanto, os estímulos monetários de longa duração e a reabertura das principais economias ainda sustentam um ambiente favorável para países emergentes. O Comitê mantém a avaliação de que questionamentos dos mercados a respeito dos riscos inflacionários nas economias avançadas podem tornar o ambiente desafiador para países emergentes”. 

Para o comitê, os indicadores continuam apontando para uma boa recuperação da economia brasileira nos últimos meses. Principalmente por conta dos dados do PIB no segundo trimestre de 2021, a atividade econômica brasileira não atuou como fator de preocupação para o cenário prospectivo. 

A inflação, no entanto, segue elevada e como fator de preocupação. “A alta nos preços dos bens industriais – decorrente de repasses de custos, das restrições de oferta e do redirecionamento da demanda em direção a bens – ainda não arrefeceu e deve persistir no curto prazo. Ademais, nos últimos meses os preços dos serviços cresceram a taxas mais elevadas, refletindo a gradual normalização da atividade no setor, dinâmica que já era esperada”, apontou. 

A nota divulgada ainda cita outros itens que têm pressionado a inflação brasileira. Entre eles estão a carne, o combustível e, principalmente, a energia elétrica. O comitê aponta também que o momento é de combate à inflação, mas que a cautela também é necessária e por isso o aumento da taxa básica de juros deve seguir de maneira gradual. 

“O Copom considera que, no atual estágio do ciclo de elevação de juros, esse ritmo de ajuste é o mais adequado para garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante e, simultaneamente, permitir que o Comitê obtenha mais informações sobre o estado da economia e o grau de persistência dos choques. Neste momento, o cenário básico e o balanço de riscos do Copom indicam ser apropriado que o ciclo de aperto monetário avance no território contracionista”, aponta a nota. 

Seguindo o que considera o ‘cenário básico’, as projeções do Copom para a Selic foram elevadas, com o comitê projetando que a Selic encerre o ano de 2021 em 8,25% ao ano. Para 2022, a entidade estima que a taxa básica de juros chegue a 8,50% a.a. e então caia para 6,75% a.a. ao final de 2023. 

Este ‘cenário básico’ citado como referência pelo Copom considera uma taxa de câmbio do dólar em aproximadamente R$ 5,25, assim como uma inflação ao consumidor de 8,5% para 2021, 3,7% para 2022 e 3,2% para 2023. 

Imagem em destaque: Suno / divulgação 

Guilherme Guerreiro

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