De acordo com dados publicados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conhecido como a inflação oficial brasileira, subiu 1,16% no mês de setembro.
Segundo a pesquisa, é a maior variação para o mês desde 1994, quando a inflação foi de 1,53%.
No ano, o IPCA acumula alta de 6,90%, e, nos últimos 12 meses, de 10,25%, acima dos 9,68% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Agora, o IPCA corre o risco de terminar 2021 registrando o dobro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 5,25%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, oito apresentaram variação positiva em setembro. Entre os maiores destaques, está o maior impacto (0,41 p.p.) e a maior variação (2,56%) que vieram de Habitação, que acelerou em relação ao resultado de agosto (0,68%).
Em seguida, vieram os Transportes (1,82%) e Alimentação e Bebidas (1,02%).
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No caso do grupo Habitação, o resultado do mês foi influenciado, principalmente, pela alta da energia elétrica (6,47%).
“Em setembro, passou a valer a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. No mês de agosto, a bandeira em vigor era a vermelha patamar 2, em que o acréscimo é menor (de R$ 9,492 para os mesmos 100 kWh)”, diz o IBGE.
A alta na energia elétrica é pressionada pela crise hídrica que afeta o Sudeste e Centro-oeste do país. Com os reservatórios em baixa histórica, o governo aprovou a ativação de usinas termelétricas, que costumam ser mais caras para suprir a demanda nacional.
Ainda assim, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Brasil terá que importar energia elétrica de países como a Argentina para conseguir evitar possíveis apagões e racionamentos.
No caso do grupo de Transportes, as principais influências vieram dos combustíveis (2,43%), influenciado principalmente pela alta da gasolina (2,32%) e etanol (3,79%).
O aumento no combustível gera um cabo de guerra entre a Petrobras, governo federal e governo dos estados. Do lado do governo, as pressões causadas pelo ICMS, imposto estadual, são o principal vilão de uma gasolina cara. Da parte dos estados, os constantes reajustes na petroleira, que é pressionada pela variação no mercado internacional, contribuem para esse cenário.
Ainda no grupo de Transportes, destaca-se a alta o aumento de 29,19% nas passagens aéreas e dos transportes por aplicativo (9,18%).
No grupo de Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio subiu 1,19%, com destaque para as frutas (5,39%), café moído (5,50%) e frango inteiro (4,50%).