Segundo Bostjan Vasle, membro do Banco Central Europeu (BCE), os pacotes de estímulos da entidade financeira que marcaram o difícil período da pandemia de COVID-19 já têm data para acabar.
Em entrevista à Reuters, o membro do BCE alertou a respeito do alto risco de uma inflação mais alta nos próximos meses, acompanhando grandes economias como os Estados Unidos, que também estão com uma inflação acima do esperado.
“Há sinais iniciais de que em partes da economia e em certas regiões, o risco em relação ao mercado de trabalho pode se tornar mais significativo”, disse Vasle. “Em algumas partes da economia, a mão de obra está escassa, e se essa tendência continuar ou se espalhar para outros setores pode representar um risco para a inflação. É por isso que acho que devemos ter muito cuidado com os efeitos secundários”.
A rodada de estímulos do BCE aconteceu em um momento crítico da pandemia nos países europeus, mas a grande maioria dos países já recuperaram suas produções pré-pandemia. Mesmo assim, a maior autoridade monetária do continente ainda não reduziu seus auxílios para boa parte das nações do bloco.
Até o fim do ano, o BCE decidirá se deve manter o Programa de Compra de Emergência Pandêmica de € 1,85 trilhão.
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Ainda ontem (18), Ignazio Visco, outro membro do BCE, disse que a instituição financeira deve manter o nível atual de flexibilidade nas medidas de estímulos. Além disso, disse que uma forma de conseguir atingir esse objetivo é comprar dívidas emitidas pela União Europeia.
“Acho que a flexibilidade deve permanecer, certamente temos que discutir como ajustar nossos programas de compras”, disse ele para a Bloomberg Television. “Isso ajudará contra choques inesperados e a evitar a fragmentação, que pode aumentar novamente.”
Foto: Reuters / Reprodução