Após uma semana marcada por impasses e embates relacionados ao Auxílio Brasil, os secretários do Orçamento e Tesouro Nacional pediram exoneração do cargo.
Com mais um reajuste nos combustíveis no horizonte, Bolsonaro anunciou a intenção de aprovar uma espécie de “auxílio” para os caminhoneiros.
Na agenda, destaque para a publicação dos dados de transações correntes e investimento estrangeiro direto.
Nas bolsas, um tom positivo marca o último dia da semana.
Esses e outros destaques você confere agora.
QUATRO SECRETÁRIOS DE GUEDES PEDEM DEMISSÃO DO CARGO
Após uma semana marcada por impasses quanto ao lançamento do Auxílio Brasil, novo programa social do governo que deve ser uma ampliação do Bolsa Família, quatro secretários da equipe de Paulo Guedes, da Economia, pediram exoneração dos cargos na noite desta quinta-feira (21).
Saem dos cargos o secretário do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt.
Também pediram exoneração dos cargos a secretária-especial-adjunta de Tesouro e Orçamento, Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.
Segundo uma nota do ministério da Economia, os pedidos de exoneração acontecem por motivos pessoais.
“Funchal e Bittencourt agradecem ao ministro pela oportunidade de terem contribuído para avanços institucionais importantes e para o processo de consolidação fiscal do país”, diz o ministério da Economia.
O ponto de inflexão foi o impasse gerado no lançamento do Auxílio Brasil. O programa seria financiado através de um espaço criado pela aprovação da PEC dos precatórios e a reforma no Imposto de Renda (IR).
O problema é que a reforma do IR está travada no Senado, com altas chances de mudanças promovidas pelo relator da proposta, o senador Angelo Coronel (PSD-BA).
Por isso, o governo estudava a possibilidade de pagamentos de precatórios fora do teto de gastos em 2022. O furo no teto de gastos pode chegar a R$ 100 bilhões.
Pouco antes do pedido de exoneração do cargo, Bruno Funchal reuniu sua equipe e disse que foi uma “questão de princípio”. Apurações apontam que, na terça-feira (19), durante uma reunião que envolveu o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Economia, o secretário do Tesouro e Orçamento se posicionou contrário ao furo do teto.
BOLSONARO DEFENDE UM AUXÍLIO DE R$ 400 PARA OS CAMINHONEIROS
O presidente Jair Bolsonaro disse em uma transmissão ao vivo em suas redes sociais ontem (21) que defende um auxílio de R$ 400 reais para a categoria dos caminhoneiros.
O presidente sinalizou o auxílio para a categoria ao comentar que um novo reajuste nos preços dos combustíveis deve acontecer em um futuro próximo. Segundo ele, os reajustes devem acontecer por conta da variação do petróleo no mercado internacional.
“Se não reajustar, falta. A inflação é horrível, é péssimo, mas pior ainda é o desabastecimento. Como está na iminência de um novo reajuste, o que buscamos fazer, acertado com a equipe econômica, que alguns não queriam, outros acharam que era possível, é dar auxílio para caminhoneiro em havendo um novo reajuste. O que está decidido até o momento, R$ 400”.
O anúncio é tentar recuperar o apoio de uma das categorias de maior base de apoio do presidente. Os caminhoneiros marcaram uma nova greve geral para o início de novembro por conta da alta nos preços dos combustíveis.
Uma das principais lideranças da categoria, o presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, chamou o auxílio anunciado pelo Bolsonaro de “piada de mal gosto”.
AGENDA
No Brasil, o destaque do dia fica para a publicação de dados de transações correntes. Os números são divulgados pelo Banco Central (BC) às 9h30.
No mesmo horário no Brasil, dados de investimento estrangeiro direto são publicados pelo Banco Central (BC).
Às 14h30, a Receita Federal publica dados da receita tributária federal.
Durante a madrugada, Hong Kong divulgou que seu Índice de Preços ao Consumidor (IPC) fechou setembro em 1,4% na taxa anual. No mês anterior, a taxa anual havia ficado em 1,6%.
No Reino Unido, as vendas do setor de varejo caíram -0,2% em setembro, ficando bem abaixo das expectativas dos economistas (0,5%) e representando uma leve melhora comparado com o mês imediatamente anterior (-0,6%).
Na França, dados preliminares do Índice de Atividade Econômica (PMI) composto indicam um índice fechando a 54,7 pontos em setembro, de acordo com as expectativas e representando uma desaceleração da economia comparado com os dados do mês imediatamente anterior (55,3 pontos).
Na Alemanha, o Índice de Atividade Econômica (PMI) composto preliminar fechou em 52,0 pontos em setembro, representando uma desaceleração da economia comparado com dados do mês imediatamente anterior (55,5 pontos).
Na Zona do Euro, o Índice de Atividade Econômica (PMI) composto preliminar fechou em 54,3 pontos em setembro, ficando um pouco abaixo das expectativas e representando uma desaceleração comparado com o mês anterior (56,2 pontos).
No Reino Unido, o Índice de Atividade Econômica (PMI) composto preliminar fechou setembro registrando 56,8 pontos, ficando acima das expectativas e representando uma desaceleração comparado com os dados do mês imediatamente anterior (54,9 pontos).
Desde às 7h da manhã, acontece a cúpula de líderes da União Europeia.
Nos Estados Unidos, o Índice de Atividade Econômica (PMI) composto preliminar de setembro será publicado às 10h45.
Às 12h, tem discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos.
Às 15h, dados do balanço orçamentário federal dos Estados Unidos são publicados pelo Department of the Treasury.
BOLSAS E CÂMBIO
Bons resultados de companhias impulsionam as bolsas europeias no início desta manhã, que registram resultados positivos na maioria dos índices.
Apesar disso, fatores que marcaram o mês de outubro continuam preocupando os investidores, como a crise na cadeia de abastecimento dos Estados Unidos e a possibilidade de aumento de juros em todo o mundo com os resultados inflacionários ficando acima do previsto.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): +0,65%, indo a 472,78 pontos
- DAX (GDAXI): +0,71%, indo a 15.582,35 pontos
- FTSE 100 (FTSE): +0,51%, indo a 7.226,80 pontos
- CAC 40 (FCHI): +1,03%, indo a 6.755,33 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): +0,41%, indo a 26.635,00 pontos
Em uma direção um pouco diferente, os índices asiáticos registram resultados mistos nesta sexta-feira (22).
Além dos fatores que impulsionam o mercado global, a indicação de que a Evergrande, companhia do ramo imobiliário que está na beira do colapso, pagou uma dívida de US$ 83,5 milhões, ajudam as bolsas a desempenharem bem no último dia da semana.
- Hang Seng (HK50): +0,42%, indo a 26.126,93 pontos
- KOSPI (KS11): –0,04%, indo a 3.006,16 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): –0,34%, indo a 3.582,60 pontos
- Nikkei 225 (N225): +0,34%, indo a 28.804,85 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +0,64%, indo a 4.959,73 pontos
Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados mistos:
- Nasdaq 100 Futuros: –0,20%, indo a 15.459,00 pontos
- Dow Jones Futuros: +0,07%, indo a 35.629,00 pontos
- S&P 500 Futuros: +0,05%, indo a 4.552,00 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta sexta-feira (22):
- Às 9h03, o Dólar subiu +0,33%, a R$ 5,67
- Às 9h03, o Euro subiu +0,39%, a R$ 6,59
Foto: Agência Brasil / Reprodução
