Segundo o Boletim Focus, relatório semanal divulgado pelo Banco Central (BC) contando com a contribuição de mais de 100 instituições financeiras, o IPCA, conhecido como a inflação oficial brasileira, fechará o ano em 8,96%.
As expectativas quanto a inflação deste ano subiram em 0,27 p.p. na comparação com o boletim divulgado na semana passada. É a 29ª semana consecutiva de alta nas projeções.
Atualmente, a inflação brasileira é pressionada principalmente pela alta na conta de luz e nos preços dos combustíveis nos postos de gasolina. No caso da crise hídrica, que assola o Sudeste e Centro-oeste, a seca segue obrigando o brasileiro a pagar por uma bandeira tarifária mais cara.
No caso dos combustíveis, os reajustes nas refinarias fizeram com que a gasolina subisse mais de 50% desde o ano passado. A alta é provocada não só pela queda do Real ante o Dólar, mas também pela variação do mercado internacional.
Com a inflação prejudicando a economia brasileira e os efeitos provocados pela pandemia de COVID-19 não totalmente superados, as expectativas quanto ao Produto Interno Bruto (PIB) do país também começam a deteriorar.
Segundo o boletim, o crescimento do país deve ser de 4,97% em 2021, uma queda de 0,04% p.p. comparado com o boletim da semana passada.
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Selic e Câmbio
A taxa básica de juros brasileira, a Selic, é uma das ferramentas mais importantes do Banco Central (BC) para tentar controlar uma alta acelerada dos preços. Por isso, é natural que com o avanço acima do esperado da inflação, os juros tendem a subir.
De acordo com o boletim, a Selic deve terminar o ano em 8,75 a.a., uma alta de 0,50 p.p. comparado com o relatório da semana anterior.
Atualmente, a taxa Selic está em 6,25% a.a. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está marcada para acontecer nesta terça e quarta-feira (27).
Quanto ao câmbio, os economistas projetam que o Dólar deve acabar o ano em R$ 5,45, uma alta de R$ 0,20 comparado com o boletim da semana anterior.
Foto: Agência Brasil / Reprodução