A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (25) mais um reajuste nos preços dos combustíveis nas refinarias, a segunda no mês de outubro. A partir de amanhã, a gasolina sobe 7,04% no litro e o diesel 9,15%.
Agora, o preço do litro da gasolina nas refinarias está em R$ 3,19, um aumento de R$ 0,21.
A estatal já havia anunciado um reajuste no início do mês, quando a gasolina e o gás de cozinha (GLP) aumentaram em 7,2%.
“Esses ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”, disse a estatal em comunicado.
De acordo com a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) com dados da semana finalizada na sexta-feira (23), o preço médio da gasolina comum nos postos de combustíveis está em R$ 6,36 por litro. No início do mês, o preço era de R$ 6,09 por litro.
No mês de outubro do ano passado, o preço médio por litro da gasolina comum estava em R$ 4,35. Em um ano, portanto, a gasolina comum subiu 32,5% nos postos de combustíveis.
Quanto ao diesel, o preço médio nos postos está em R$ 4,98. No início do mês, estava em R$ 4,80 por litro.
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O reajuste não foi uma surpresa. Ontem (24), durante um evento em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro havia antecipado o aumento nos combustíveis e disse que “não é malvadão”, e que não é interesse pessoal a alta nos preços.
“infelizmente, pelos números do preço do petróleo lá fora e do dólar aqui dentro nos próximos dias, a partir de amanhã, infelizmente teremos reajuste do combustível”, havia dito Bolsonaro.
Sob pressão e questionado sobre uma possível privatização da estatal, o ministro da Economia classificou a Petrobrás como um “veneno que pode virar vacina”.
“Só o BNDES tem uma fortuna, são bilhões e bilhões em ações da Petrobras. Se nós formos para o novo mercado, nós criamos entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões de riqueza para os brasileiros. Vamos pegar esse dinheiro e vamos ajudar os mais fracos. Vamos acelerar os programas de transferência de renda, fazer os programas sociais. Então, nós temos ferramentas. O importante é que a gente prossiga com as reformas”, disse o ministro.
Para tentar conter a alta nos combustíveis, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto do governo que muda o cálculo que define o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Hoje, o cálculo do ICMS considera uma média dos últimos 15 dias dos preços dos combustíveis nos estados. A proposta muda o cálculo para uma média dos últimos dois anos.
Embora a proposta resulte em uma queda substancial imediata no ICMS incidido sobre os combustíveis, o novo cálculo também levanta questionamentos sobre o futuro dos preços. Caso a gasolina, por exemplo, estiver com preços baixos nas refinarias em 2023, o valor cobrado para o brasileiro pode ser artificialmente maior por conta dos preços de 2021.
Isso porque o cálculo de 2023 considerará uma gasolina que já chega em R$ 7 por litro em vários postos de combustíveis do país.
Foto: Agência Brasil / Reprodução