Já tô vendo a cena: você tá lá, empolgadíssima(o), querendo colocar as finanças em ordem e pensa: agora vai! E até que vai, por algumas semanas ou meses, mas logo você perde o pique e o planejamento vai logo por água abaixo… E, junto, vem a culpa, a frustração e o sentimento de derrota.
Mas não se sinta tão mal, essa é uma realidade recorrente de quem tá sempre tentando se organizar e falhando miseravelmente. E não é pouca gente, viu? É como se fosse o “efeito sanfona” das finanças, a pessoa tem ótimas intenções de melhorar, começa com muita energia, mas, aos poucos, volta pro ponto de partida.
Mas por que será que isso acontece? Eu tenho algumas hipóteses:
1. Falta de clareza
A pessoa quer muito se organizar, entende os benefícios e tá super disposta a chegar lá. Tudo maravilhoso! O problema é que ela não sabe muito bem como fazer isso. Até entende a lógica, precisa rever os gastos, cortar, planejar para o futuro… Mas tudo isso é muito vago e não estimula ninguém a partir para a ação.
Por isso, é muito importante que se tenha um passo a passo que faça sentido, com etapas realizáveis, quem sabe até uma checklist. Sabe aquele prazer de marcar um ✔ na lista? Isso tem um efeito poderoso no nosso cérebro, ativa o sistema de recompensa e dá a sensação de missão cumprida. Esse sentimento é o gás pra continuar!
2. Alta complexidade
“Orçamento” já é uma palavra que soa a chatice, concorda? Pra piorar, muita gente enfia aí no meio um monte de números, cálculos, tabelas e planilhas que só de pensar dá vontade de desistir.
Então, a melhor estratégia pra quem está começando a se organizar é simplificar o processo. Uma característica da espécie humana é querer economizar energia, por isso, qualquer obstáculo desnecessário tem grande potencial de frear nossas chances de sucesso.
Sempre recomendo que se comece pelo papel e caneta, no seu ritmo, sem precisar anotar cada centavo para que primeiro se tenha um panorama da situação e, aos poucos, vá evoluindo em complexidade (mas não quer dizer que tenha que, obrigatoriamente, usar planilhas ultra complexas).
3. Falta de objetivos maiores
Muita gente começa um planejamento financeiro porque alguém disse que deveria, que é bom, que a pessoa precisa disso. Mas será que a própria pessoa tem um objetivo claro?
Para que possamos aumentar as chances de “dar bom”, precisamos de uma motivação interna, quer dizer, um objetivo que realmente nos faça querer passar por todo o trabalho de se organizar financeiramente.
Pode ser uma viagem que só vai ser possível economizando ao longo de vários meses, ou um carro novo, ou uma casa própria… Além disso, também é interessante que se tenha objetivos menores, para serem conquistados num prazo mais curto (lembra do sistema de recompensa?).
E não são só os objetivos materiais que contam, mas também a paz de espírito que um bom planejamento traz. Não há nada como encostar a cabeça no travesseiro sabendo que as contas estão em dia, né?
Então, se você tá passando por esse momento de desmotivação, pode ser que rever o processo pensando nesses 3 pontos te ajude a se reorganizar e recomeçar com muito mais chances de dar certo! Boa sorte!