Quem conhece as raízes do Rio Grande do Sul na sua essência, carrega consigo os diversos ditados e provérbios culturais que marcam a história dos pampas.
Dentre as que mais me ensinaram, destaco o dito: “Isso é tosquia de porco, muito grito e pouca lã!”
Eu confesso que inicialmente achei muito engraçado a idéia de um gaúcho tentando tirar lã de um suíno, pois nem que você faça isso em uns mil porcos, não conseguirá extrair a lã que uma ovelha com pouco pelo daria. Traduzindo para os tempos modernos… é como o “secar gelo”.
Trazendo isso para os negócios gastronômicos, sofri na pele a prova real desse ditado. Foram vários os aprendizados em que empreguei uma energia gigantesca em atividades que renderam pouco ou quase nada. Analisando hoje o porquê de tanto esforço por nada, vejo que a necessidades decorrente da falta de caixa para segurar momentos em que o negócio exigia mais dinheiro, fazia com que eu me jogasse em oportunidades que aumentariam meu faturamento, criaria a ilusão de um aumento de caixa, quando na verdade o risco assumido gerava desgaste físico e material e nenhuma criação de receita líquida para honrar compromissos. Um misto de ilusão com uma frustração posterior era o sentimento mais comum.
A grande questão que deve vir a sua mente agora é : Mas qual o erro?
Simples e claro… Não saber precificar seu tempo, produto ou serviço é a raiz do problema.
Segundo pesquisa da Startup Preço Certo, realizada com cerca de 10 mil empreendedores brasileiros, 89% não sabiam precificar de forma correta seus produtos. É como investir em um fundo de investimento olhando a rentabilidade bruta sem avaliar a taxa de administração do papel e qual sua tabela de imposto. Acreditar que irá ganhar um valor com uma negociação, já se imaginar tranquilo no churrascão top com a família e quando for entender a realidade, ficar apenas no churipão!
Diria em sua obra Napoleon Hill, “Quem pensa enriquece”. É simples assim, pensar e pensar antes de realizar qualquer atitude. Fazer um momento de pausa e avaliar todo o negócio é mais que uma necessidade, uma obrigação. Empresários não vivem só correndo atrás da máquina, como dizem muitos, eles vivem tropeçando em seus próprios pés por não parar e pensar. É como o que fazemos nas férias, repensamos nossas vidas e ações. Minha dica é, se não dá para tirar umas férias coletivas, beleza, mas pare pelo menos um dia e faça uma precificação correta de seus produtos. Não sabe como! Procure um especialista e pague seu preço, ele com certeza é mais barato que as perdas que você tem.
imagem: site jornalolhonolance.com.br