Há algum tempo já ouvimos falar sobre as perspectivas da atividade do assessor de investimentos, também conhecidos como Agentes Autônomos de Investimentos (AAI).
Esses profissionais, que atuam em empresas afiliadas a uma corretora de investimentos, são credenciados pela Ancord (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias), se popularizaram após as corretoras decidirem abrir as suas plataformas e assim, distribuir produtos de várias marcas diferentes. Isso possibilitou que o assessor tivesse a condição de oferecer uma diversidade maior de aplicações financeiras aos seus clientes e, portanto, prestar um serviço mais completo.
Nos últimos anos já identificamos um aumento significativo na quantidade de profissionais nessa área no Brasil, e a pergunta é – ainda existe espaço para crescimento nesse nicho?
Diversos fatores me levam a crer que estamos ainda no início de um movimento de “desbancarização”, que não envolve apenas a migração de clientes e capital financeiro para as chamadas arquiteturas abertas, mas também, de profissionais que até então atuam em grandes bancos.
Cito os quatro principais motivos que justificam a gigante perspectiva de crescimento do mercado de assessoria financeira. A começar pela grande concentração de recursos investido em banco. Estima-se que 90% do capital em aplicações financeiras ainda estejam investidos em bancos, que em geral possuem menos variedades de produtos e um atendimento defasado.
O segundo ponto trata-se aos níveis atuais de juros. O Brasil deixou de ser um país de rentistas e hoje pratica uma taxa básica de juros no patamar de 2,75%. Com isso o famoso 1% ao mês que encontrávamos a 7 anos atrás deixou de existir. Dessa forma os investidores acabam precisando procurar alternativas diferentes de aplicações financeiras e então que entra a figura do especialista, o assessor de investimento que irá ajudá-lo a entender os investimentos e assim, o cliente poderá escolher aqueles que melhor atendem ao seu perfil. Comparando com o mercado norte americano, o movimento foi igual, conforme os ‘yields do bonds americanos’ foram caindo a quantidade de “financial advisor” (atividade que mais se assemelha aos AAIs) aumentou muito na época.
Também é importante avaliar que no ano passado o número de investidores na bolsa de valores praticamente dobrou, enquanto o número de assessores cresceu por volta de 35%. Por se tratarem de alternativas mais complexas de investimentos, é natural precisar de mais auxílio no momento de entrar em um nicho de aplicação diferente, e nesse ponto, abrir espaço para mais profissionais nessa área. Por fim, temos a questão da remuneração. O assessor de investimentos possui um ganho totalmente meritocrático, alinhado com o tamanho da sua “carteira” de investimentos, sem limite de ganho financeiro. Logo, quanto mais produz, maior tende a ser sua remuneração. Esse aspecto geralmente está atrelado ao NPS – Nível de Satisfação dos Clientes. Quanto mais clientes satisfeitos, maior são os números de indicações e novos aportes, o que influencia diretamente no seu ganho. Bons assessores chegam a ter remunerações acima de R$ 500 mil por ano.