Educação Financeira

Circuit Braker: o que é e para que serve

3 Minutos de leitura

No dia 9 de março de 2020, uma das maiores pandemias da história da humanidade começava a preocupar o mercado financeiro global nas principais economias do mundo. 

Naquela época, não se sabia exatamente o quão grave seria, ou o quanto duraria, mas o registro de casos na China, Europa e Estados Unidos já acendia um alerta vermelho nos governos. 

O que era praticamente certeza é que o vírus Sars-CoV-2 mais um capítulo da extensa história da humanidade com pandemias. Poucos anos antes, em 2009, a gripe suína, causada pela cepa H1N1, já mostrava o que uma infecção global generalizada poderia causar nas economias. 

Foi naquele dia 9 de março de 2020 que o Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, caiu 10% poucos momentos após sua abertura. A queda abrupta era resultado não só do avanço da COVID-19 pelo mundo, mas também pelos problemas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) com a Rússia. 

Com quedas acima de 30% nos preços do petróleo no mercado internacional, investidores começaram a liquidar suas posições. Por isso, para evitar um cenário mais grave, o Ibovespa passou por um Circuit Braker de 30 minutos. 

O que é o Circuit Braker? 

Muitos consideram o Circuit Braker como um evento relacionado a momentos de crise, e isso não está muito longe da realidade. 

Você já ouviu falar na frase “o mercado é irracional”? Isso acontece porque em bolsas de valores, por exemplo, muito considera-se o “sentimento” do mercado, dos investidores e o clima geral. 

Quando uma pandemia de circunstâncias catastróficas avança pelo mundo ao mesmo tempo em que o mercado de commodities passa por graves problemas, é mais que natural que investidores comecem a liquidar suas posições como uma forma de se protegerem da altíssima volatilidade. 

Quando o Circuit Braker é acionado, as negociações cessam no Ibovespa por 30 minutos. É uma forma de acalmar os ânimos e proteger os investidores da própria pressa de se livrarem de ativos que estão desvalorizando rapidamente. 

Caso as negociações retornem e mais uma queda de 10% aconteça, o mecanismo é acionado novamente. Abaixo, acompanhe uma regra simples de como funciona: 

  • 10% de queda após a abertura: 30 minutos; 
  • 15% de queda após a abertura: 1 hora; 
  • 20% de queda após a abertura: paralização por tempo indeterminado. 

Leve em consideração que essas regras não se aplicam nos últimos 30 minutos de pregão do dia. 


Saiba mais

Do papel ao algoritmo: conheça a evolução dos pregões na Bolsa de Valores brasileira


Quantas vezes isso aconteceu no Ibovespa? 

Em 2020, o Ibovespa passou por cinco Circuit Brakers, todos de alguma forma relacionados com a pandemia. 

Como citamos anteriormente, a primeira interrupção aconteceu no dia 9 de março. No dia 11, mais uma queda de 10% marcou a rotina dos investidores e o mecanismo foi acionado. No dia 12, dois Circuit Brakes foram acionados. 

Por fim, no dia 16 de março, a bolsa brasileira passou por mais uma queda de 10% e as negociações foram interrompidas. 

Embora 2020 tenha sido um dos anos mais marcantes para o mecanismo da B3, Circuit Brakers aconteceram na bolsa brasileira desde 1997. Abaixo, confira todas as vezes em que ele precisou ser acionado: 

1997: ano marcado por uma crise na Ásia, com a bolsa de Hong Kong apresentando quedas acima de 10%. A situação impactou os mercados do mundo inteiro. No Brasil, nos dias 27 de outubro, 7 e 12 de novembro, o mecanismo foi acionado após quedas de 10% após a abertura do mercado. 

1998: a Rússia passava por momentos de dificuldade econômica, o que também impactou o desempenho das bolsas globais. No Brasil, entre agosto e setembro, a bolsa precisou ser interrompida cinco vezes. 

1999: as mudanças no regime cambial fizeram as bolsas caírem acima de 10% nos dias 13 e 14 de janeiro. 

2008: ano para sempre conhecido como o da crise dos suprime. O evento impactou praticamente todas as grandes economias globais. No Brasil, o Circuit Braker foi usado seis vezes entre setembro e outubro. 

2017: em meio à crise política, a bolsa precisou ser interrompida após cair 10%. Na época, a divulgação entre o então presidente da república Michel Temer e Joesley Batista, dono da JBS, impactada o mercado. 

Juan Tasso - Smart Money

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