Nós já estamos acostumados com o uso de índice no nosso dia a dia, especialmente para compreendermos a situação social das nações e das mais diversas esferas da economia.
No Brasil, temos vários, como os abrangentes IPCA, IGP-M e PIB, que medem a inflação do país, inflação dom aluguel e crescimento econômico, respectivamente. Temos também os índices de produção da indústria, do varejo, de preços ao produtor, e muito mais.
Todos os índices possuem uma função específica, seja por função social ou econômica. Hoje, porém, vamos falar de um índice que não é muito conhecido e com certeza parece estranho, mas faz muito sentido.
Índice Big Mac
Fundado em 1986 pela revista The Economist, o índice Big Mac é um modo simples de se analisar o poder de compra de uma nação tendo como base a teoria da Paridade do Poder de Compra (PPC).
É um índice que tenta, baseando-se no custo de um Big Mac, comparar diversos países e suas moedas nacionais com o Dólar dos Estados Unidos, onde o famoso lanche da cadeia de fast-food tem origem.
Mas por que um Big Mac?
Se você já viajou para fora do país, uma coisa é bem clara. Se você comprar um Big Mac no Japão, Estados Unidos, França e Coréia do Sul, vai se deparar com uma coisa surpreendente: todos eles possuem praticamente os mesmos ingredientes.
Claro, o gosto talvez mude por conta das diversas fontes dos ingredientes, mas fundamentalmente a receita do Big Mac é a mesma para todos.
O famoso lanche do McDonald’s, portanto, respeitando as variações de câmbio de cada nação, é um ótimo item de referência para comparar a capacidade de consumo entre as populações.
De forma resumida, o índice Big Mac é uma das formas mais simples de se analisar as variações de câmbio.
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Como funciona?
Para começar, é preciso descobrir o preço médio do Big Mac no país de referência, no caso os Estados Unidos. Em dezembro de 2021, um Big Mac estava custando US$ 5,81.
Depois, basta descobrir o preço médio do país que você quer comparar. No caso do Brasil, em dezembro de 2021, um Big Mac estava custando R$ 22,90.
Agora, temos que descobrir a taxa de câmbio utilizando a razão entre os preços dos lanches. Se calcularmos a razão entre o preço do lanche no Brasil (R$ 22,90) pelo preço do lanche nos EUA (US$ 5,81), descobrimos que a taxa de câmbio é de 3,94.
Isso significa que, em termos práticos, o índice Big Mac no Brasil é de 3,94. Ou seja, caso o Dólar estivesse custando R$ 3,94 em dezembro de 2021, o poder de compra do brasileiro e do norte-americano seria essencialmente o mesmo.
O problema é que a moeda norte-americana estava custando R$ 5,31 em dezembro de 2021. Por isso, o cálculo final mostra que a moeda brasileira está desvalorizada em 25,8%.
Para motivos de comparação, em dezembro de 2018 a moeda brasileira estava subvalorizada em 18,5% considerando o índice Big Mac, indicando que o poder de compra do brasileiro reduziu nos últimos anos.
O índice não é perfeito
Embora seja uma maneira simples de comparar as moedas nacionais, o índice Big Mac não é a maneira definitiva de se compreender o poder de compra entre países.
Para começar, o lanche favorito de muitos consumidores não está presente em todos os países. Mais importante que isso, o índice tem carência de variedades e complexidades que se encontram em índices como o IPC.
Além de tudo isso, o preço de um Big Mac pode ser influenciado pelos custos de distribuição e salários médios de funcionários, que são totalmente traduzidos apenas na razão entre as moedas nacionais.
Mesmo assim, o índice Big Mac é um bom começo para tentar entender como a teoria de Paridade do Poder de Compra (PPC) funciona, e como aplicá-la de maneira fácil considerando um item tão comum quanto é o lanche do Mc Donald’s.
