Educação Financeira

O desenvolvimento econômico brasileiro após a Proclamação da República

5 Minutos de leitura

É comemorado nesta quarta-feira o 7 de Setembro, um dos feriados históricos mais importantes brasileiros. 

Com origem em 1822, a história conta que, supostamente, d. Pedro proclamou o grito de independência sob as margens do Ipiranga, quebrando as ligações com Portugal. 

Você já conferiu a história da economia do império brasileiro no nosso material exclusivo da nossa newsletter, época marcada pelas grandes exportações de matéria prima apesar do pequeno mercado interno. 

Hoje, você vai conferir uma retrospectiva dos grandes ciclos que sucederam o grito de Proclamação da República e os principais acontecimentos que marcaram a economia brasileira nos últimos anos. 

Muito algodão, café e borracha 

Antes mesmo do nosso período de industrialização no início dos anos 90 e após o grito de independência no Ipiranga, tivemos três grandes ciclos econômicos: o do café, da erva-mate e o da borracha

Algodão foi o primeiro grande produto que marcou este período. Chamado também de “ouro branco”, o produto foi muito importante para as exportações brasileiras a partir do século XVIII. 

Na época, a revolução industrial inglesa criou uma gigantesca demanda pelo algodão com o surgimento das fábricas têxteis. 

São Paulo, Bahia, Pernambuco e Ceará supriram parte dessa demanda. O período também é conhecido por historiadores como Renascimento Agrícola, com produtos tropicais ganhando um grande protagonismo na produção nacional. 

Outro importante ciclo econômico foi o do café, ou “ouro negro” como também era chamado. Ele já estava presente na economia brasileira no século XVIII, mas antes de virar um dos principais produtos de exportação da economia brasileira, foi um dos grandes responsáveis pela ascensão econômica pós-1850. 

O grão em si não tem origem brasileira, com a sua história iniciada na África e sua infusão na Arábia. Mesmo assim, foi no Brasil que a popular bebida ganhou sua popularidade. 

O café encontrou sua casa nas terras roxas do Vale do Paraíba e no oeste do estado de São Paulo. Em 1894, as produções do porto de Santos se tornaram um dos principais centros exportadores do grão no mundo. 

No fim do século XIX, 50% do consumo global de café era de responsabilidade brasileira.  

Por fim, o ciclo da borracha fecha a lista pré-industrial. Iniciado no início do século XIX, o ciclo é separado em dois: um iniciado em 1879 e outro em 1942. 

A produção, na época, era focada no Amazonas, Roraima e Pará. 


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Industrialização 

Já no governo de Getúlio Vargas, em 1930, a grande revolução industrial brasileira se inicia. 

A indústria brasileira já tinha visto bons momentos anteriormente, com a criação das primeiras fábricas em 1800 após a extinção da lei que proibia a instalação dessas indústrias. 

Parece estranho proibir a atividade de manufatura, mas a Portugal não interessava um grande desenvolvimento industrial brasileiro na época, já que fortaleceria a economia e instigaria um possível movimento de independência. 

Mesmo assim, a liberação das indústrias nos anos 1800 não exatamente levaram a uma verdadeira grande revolução industrial, já que a demanda no mercado interno ainda era fraca e majoritariamente escravocrata. 

Em 1930, porém, a situação já era bem diferente. Foi um período conhecido pelo nacional-desenvolvimentismo, com o estado investindo pesado em empresas públicas. Na época, a renda por habitante cresceu em 2,8% ao ano. 

Foi nesse período, mais especificamente em 1940, em que a Companhia Siderúrgica Nacional foi construída em Volta Redonda. O investimento foi caríssimo e contou com um empréstimo obtido juntamente aos Estados Unidos. 

A Companhia Vale do Rio Doce, Fábrica Nacional de Motores e Fábrica Nacional de Álcalis também foram construídas pós-1940, marcando este grande momento nacional- desenvolvimentista. 

A época, porém, não foi perfeita. Foi um período marcado por altas taxas de endividamento externo e grandes pressões inflacionárias. 

Milagre econômico 

A tendência de altos gastos para bancarem grandes planos desenvolvimentistas seguiu durante o período chamado de “milagre econômico” brasileiro. 

Já na década de 60, obras como a ponte Rio-Niterói, Itaipu e Transamazônica marcaram o período de crescimento de 12% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano. 

Por outro lado, esses gastos exorbitantes causaram grandes pressões no endividamento brasileiro e uma inflação galopante a 18% ao ano. A concentração de renda também aumentou muito durante o período. 

Durante os anos 70, o país ainda passou pela crise internacional do petróleo. O início dessa crise foi um pouco inusitado: a disparada de preços aconteceu após o descobrimento de que a commodity era um recurso natural não é renovável. 

Entre outubro de 1973 e março de 1974, a commodity disparou mais de 400%, marcando o fim do período conhecido como o milagre econômico brasileiro. 

Década perdida 

O choque no petróleo obrigou as principais economias do mundo a elevarem as taxas de juros a espera de uma grande pressão na inflação. Países como o Brasil saíram prejudicados pois suas dívidas eram emitidas em Dólar. 

Os empréstimos internacionais praticados pelos Estados Unidos, por exemplo, dispararam de uma taxa de juros de 8% ao ano anterior ao choque do petróleo para 19% ao ano ao final de 1981. 

Ao final de 1982, o Brasil tinha US$ 4,2 bilhões em dívidas como o Fundo Monetário Internacional (FMI). 

Ainda existiu outro fator agravante: a retração econômica dos países provocou uma súbita queda na demanda por matérias primas exportadas por economias como a brasileira. 

Grandes planos econômicos da época, como o Collor, Bresser e Cruzados falharam em controlar a hiperinflação brasileira, que bateu 2000% ao final de 1980. Neste período, era comum ver o congelamento de preços e prateleiras de supermercados vazias. 

Plano Real 

O Plano Real em 1994 foi o único efetivo após 12 planos que tentaram trazer estabilidade para a economia brasileira. 

Na época, enfrentando o ceticismo após o grande número de tentativas falhas, o Ministério da Fazenda, Banco Central e Casa da Moeda trabalharam em conjunto para este plano econômico que contou com três principais fases: 

  • Ajuste fiscal com a criação do Fundo Social de Emergência (FSE); 
  • utilização de uma moeda escritural, a Unidade Real de Valor (URV); 
  • Novo padrão monetário nacional, o Real. 

Abaixo, acompanhe a variação da inflação brasileira com a implementação do Plano Real: 

Fonte: Banco Central 

Era Lula e crise econômica 

O governo de Lula entre 2003 e 2011 foi marcado pelo continuamento das políticas de controle da inflação do governo Felipe Henrique Cardoso. 

Foi a época de maior prosperidade da economia brasileira apesar da crise mundial em 2008 que causou um período de 6 meses de recessão. 

Alguns dos destaques para a época ficam para o pagamento da dívida brasileira com o FMI em 2005 e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita que triplicou. Foi também ali que o Brasil ganhou o grau de investimento pela Standard & Poor’s. 

Em 2014, a sucessão do governo de Lula foi marcada pela crise econômica durante a administração de Dilma Rousseff. 

Na época, a economia brasileira contraiu em 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016, enquanto a taxa de desemprego atingia 13,7%. 

A crise política também agravou na época, com problemas que culminaram no impeachment da então presidente brasileira. 

Mesmo assim, graças as políticas e estabilidade aprovadas nos anos anteriores, a economia brasileira nunca mais viu as altíssimas altas inflacionárias que marcaram os anos 80.  


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Juan Tasso - Smart Money

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