Após uma semana marcada pela aprovação da LDO, que quase triplica o fundo eleitoral para 2022, o presidente Bolsonaro, que teve alta do hospital neste final de semana, se posicionou contrário à proposta.
Em uma tentativa de evitar eventuais apagões, a ONS pediu para que todas as usinas de geração do país, em especial as termelétricas, funcionem sem manutenções.
O destaque para a agenda do dia fica para a publicação do Boletim Focus pelo Banco Central (BC). Além disso, um importante índice inflacionário na Ásia deve marcar o calendário do dia.
As bolsas sentem o impacto gerado pela variante Delta do novo Coronavírus, que já provocou quedas em setores importantes da Europa, e deve causar novas medidas de restrição nos países.
Esses e outros destaques você confere agora.
BOLSONARO CRITICA “FUNDÃO” ELEITORAL E DEFENDE PARLAMENTARES QUE VOTARAM A FAVOR DA PROPOSTA
O presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (18) que a culpa da elevação do “fundão” eleitoral é de Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara dos Deputados.
“Os parlamentares aprovaram a LDO. É um documento enorme, com vários anexos. Tem muita coisa lá dentro. Muitos parlamentares tentaram destacar essa questão [“Fundão” Eleitoral]. O responsável por aprovar isso é o Marcelo Ramos lá do Amazonas, viu presidente [da Câmara]. Ele que fez isso tudo”, disse Bolsonaro.
De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada pelo Congresso Nacional na semana passada, o fundo eleitoral para 2022 vai ser de R$ 5,7 bilhões, quase triplicando os R$ 2 bilhões para 2020.
“Então, num projeto enorme, alguém botou lá dentro essa casca de banana, essa jabuticaba. O Parlamento descobriu, foi tentando destacar para que a votação fosse nominal. Essa questão, o presidente Marcelo Ramos, do Amazonas… Pelo amor de Deus o Estado do Amazonas ter um parlamentar como esse, pelo amor de Deus”, disse Bolsonaro.
O trecho polêmico fez a bancada de oposição ao governo orientar pela votação contrária à proposta. Quanto aos partidos da base do governo, a orientação foi votar “sim”.
Segundo o deputado Marcelo Ramos, criticado por Bolsonaro, o presidente corre de suas obrigações e responsabilidades.
“Se depender do Bolsonaro, ele não é responsável por nenhuma das mais de 530 mil pessoas mortas na pandemia, nem por 15 milhões de desempregados, nem por 19 milhões de brasileiros com fome e nem mesmo pela escandalosa tentativa de roubo na compra de vacinas”, disse Barros ao Metrópoles.
Segundo ele, o presidente vai sinalizar que pretende vetar a proposta que aumenta o fundo eleitoral, mas vai acabar culpando outra pessoa.
“Ele deveria é dizer que vai vetar, mas vai tentar arrumar alguém para responsabilizar também, porque é típico dele e dos filhos correrem das suas responsabilidades e obrigações”, disse Barros.
ONS PEDE QUE TODAS AS USINAS FUNCIONEM SEM PARADA PARA MANUTENÇÃO
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pediu neste final de semana que todas as usinas de geração de energia do país não façam encerramento das atividades para manutenções.
A medida visa evitar eventuais apagões e racionamentos de energia causados pela crise hídrica no Sudeste e Centro-Oeste do país;
Segundo a ONS, em nota enviada ao O Globo, a medida busca “segurança e também a excelência na operação do sistema”.
A crise hídrica é mais um fator que pode esfriar o crescimento econômico do país, além de inserir mais pressão inflacionária, que já está alta. No mês passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumentou a carga extra da bandeira vermelha 2 em mais de 50%.
Segundo órgãos do governo, a estiagem só deve acabar no mês de novembro.
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AGENDA
Em dia lento, o destaque para a agenda brasileira fica para a publicação do Boletim Focus, relatório semanal do Banco Central (BC) que conta com a colaboração de mais de 100 instituições brasileiras.
O relatório serve como um termômetro da economia para a economia do país ao término do ano. Atualmente, as pressões inflacionárias impulsionadas pela crise hídrica já provocaram aumentos nas projeções do IPCA e da meta Selic.
Às 6h da manhã na Zona do Euro, a produção no setor de construção para o mês de maio fechou em 0,90%, uma aceleração comparado com a queda do índice no mês anterior (-0,45%).
Às 7h na Alemanha, foi publicado o Relatório Mensal do Banco Central da Alemanha (Bundesbank).
Às 20h30 no Japão, é publicado o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPC) pelo Japan Statistics Bureau.
Às 22h30 na China, a taxa preferencial de empréstimo é publicada pelo The People Banks of China.
BOLSAS E CÂMBIO
A variante Delta do novo Coronavírus começa a causar danos imediatos de curto prazo na economia global. Pela manhã, os índices europeus iniciam o dia na negativa após o setor de viagens reportar quedas.
No Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson está de quarentena após se encontrar com o ministro da Saúde do país, que está com o diagnóstico de COVID-19 confirmado
A alta no número de infecções pode continuar trazendo más consequências econômicas à economia do continente, que vem atualmente promovendo a abertura e flexibilização das medidas de restrição.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): -1,85%, indo a 446,35 pontos
- DAX (GDAXI): -2,12%, indo a 15.211,40 pontos
- FTSE 100 (FTSE): -2,02%, indo a 6.866,45 pontos
- CAC 40 (FCHI): -2,12%, indo a 6.323,32 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): -2,99%, indo a 24.050,50 pontos
A variante Delta também é uma preocupação na Ásia, em especial no Japão, onde as Olimpíadas estão quase começando.
Por lá, pelo menos 44 pessoas que estão envolvidas com o torneio de alguma maneira já testaram positivo para COVID-19, mesmo com a enxurrada de medidas de buscam conter o avanço do vírus.
- Hang Seng (HK50): -2,23%, indo a 27.456,62 pontos
- KOSPI (KS11): -1,00%, indo a 3.244,04 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): -0,01%, indo a 3.539,312 pontos
- Nikkei 225 (N225): -1,25%, indo a 27.652,74 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +0,37%, indo a 5.113,49 pontos
Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados negativos:
- Nasdaq 100 Futuros: -0,34%, indo a 14.620,25 pontos
- Dow Jones Futuros: -1,01%, indo a 34.215,00 pontos
- S&P 500 Futuros: -0,72%, indo a 4.287,38 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta segunda-feira (19):
- Às 9h05, o Dólar subiu +1,14%, a R$ 5,15
- Às 9h05, o Euro subiu +0,84%, a R$ 6,07
Foto: Agência Brasil / Divulgação