Apesar da assinatura de um novo decreto que passou a restringir ainda mais a vida dos italianos de norte a sul na última semana, o Primeiro Ministro italiano Giuseppe Conte mostrou-se bastante confiante que a distribuição de vacinas contra o coronavírus acontecerá ainda esse ano.
São esperados até o final de outubro os resultados da vacina de Oxford e Astra Zeneca. Além disso, a produção das vacinas já iniciou em algumas fábricas. A projeção é de que até o início de dezembro cheguem as primeiras doses: dois ou três milhões para os italianos. Outros milhões chegarão logo depois, segundo Conte.
Mesmo com todas as preocupações e discussões envolvendo a vacina para o COVID-19, as bolsas européias fecharam em alta na reta final desta semana. Uma das grandes assuntos da semana era justamente o debate entre os candidatos à presidência nos Estados Unidos. No final das contas os índices europeus não foram tão impactados pelo debate ao contrário do que se esperava.
Até o momento o país decretou estado de emergência até o dia 31 de janeiro de 2021. Isso significa que a entrada e saída de pessoas está restrita nas fronteiras. Se você pensa em ir para a Itália até Janeiro, observe com atenção todas as diretrizes e requisitos de viagem no site do Ministero degli Affari Esteri (decreto).
O grande enigma que por hora passa a assombrar os italianos é se o país deverá entrar em um novo lockdown, o que sem dúvidas seria devastador, ainda mais por conta da baixa nas temperaturas que chega junto com as festas de final de ano. Talvez a segunda onda não seja somente uma questão de variáveis meteorológicas, mas também por conta de uma certa ‘falta de preocupação’ por parte da população que acreditava que o ‘pior já passou’.
Na última semana o próprio Primeiro Ministro Giuseppe Conte fez um telefonema inesperado ao rapper Fedez. O motivo da ligação? Pedir ajuda ao famoso influencer e cantor para impactar a faixa etária mais jovem sobre a importância do usa de máscara para inibir o contágio. Fedez fez uma publicação em suas redes sociais fazendo um apelo aos seus seguidores para que a questão seja levada mais a sério.
Um segundo lockdown seria preocupante por vários motivos. O principal deles é justamente uma previsão que assusta as empresas italianas de todos os tamanhos, mas principalmente as pequenas e médias: o ano de 2020 corre o risco de fechar com 1 milhão de postos de trabalho a menos. Os setores mais afetados são: hotelaria, cultura e lazer. Isso obviamente significa também um risco para quem deseja procurar emprego na Itália. Já que os setores mais afetados são justamente esses três, fica mais difícil para os ítalo-brasileiros encontrar emprego logo de cara. A dica para quem vai para a Itália é justamente manter uma reserva de segurança mais elevada e tentar barganhar no aluguel.
O risco aumenta quando analisamos dados levantados por uma pesquisa realizada que indica que 59% das empresas italianas não possuem condições satisfatórias de controle e equipamentos de proteção: máscaras, sanitizadores de mão, protocolos de redução de contágio (direto ou indireto), etc.
Ainda assim, o próprio Premier anunciou um pacote de medidas para tentar salvar a economia de uma certa forma. Em breve escreverei sobre este pacote aqui mesmo.
Não sendo tão dramáticos mas um pouco apreensivos: esperamos que Conte esteja certo e que a vacina chegue logo. A dúvida que fica é: será que aqui no Brasil iremos ter a mesma sorte ou podemos também sofrer uma segunda onda com prejuízos imensuráveis?