CuriosidadesEducação Financeira

Aluguel de ações: entenda como funciona o empréstimo de ativos

4 Minutos de leitura

Para ter sucesso no mundo da renda variável, é importante que o investidor esteja sempre atento aos movimentos do mercado e as oportunidades que essas oscilações, positivas ou negativas, podem apresentar. 

Muitas vezes, é necessário ir além das operações mais simples de compra e venda de ações para conseguir ter os melhores resultados, principalmente em momentos em que o mercado está em queda ou ‘andando de lado’. Uma operação que ganhou atenção ao longo dos últimos anos no mercado internacional foi o empréstimo de ativos – popularmente chamado de aluguel de ações. 

No texto de hoje, vamos te explicar o que é esta operação, como ela funciona e o que você precisa para operar neste mercado. Confira! 

O que é o empréstimo de ativos? 

Hoje, as principais corretoras do mercado brasileiros já oferecem o serviço de custódia remunerada, que dão aos seus clientes a opção de alugar ativos da carteira de ações em troca de uma remuneração pré-estabelecida. 

Nestas operações, o investidor que detém o ativo e o cede para empréstimo é chamado de ‘doador’, enquanto o ‘tomador’ é o investidor que contratará o aluguel das ações. Quem define os ativos aptos para o empréstimo de ativos é a B3 – bolsa de valores brasileira. 

Atualmente, os ativos de renda variável elegíveis para aluguel na Bolsa são: 

  • Ações (companhias abertas e listadas na B3); 
  • Units (ativos compostos por mais de um tipo ou classe de valores mobiliários); 
  • Cotas de Fundos de Índices (ETFs); 
  • BDRs Patrocinados; 
  • BDRs Não Patrocinados Nível I; 
  • Cotas de Fundos de Investimentos Imobiliários; 
  • Cotas de Fundos de Investimentos em Participações. 

Títulos do Tesouro Nacional também são elegíveis para empréstimo de ativos, desde que cumpram com os requisitos especificados pela Bolsa. Você pode conferir as regras em detalhe no site da B3

Como funciona o aluguel de ações? 

Para facilitar a explicação, vamos continuar usando o exemplo do mercado de ações. O doador deve informar a sua instituição financeira quais ativos da sua carteira ele tem intenção de disponibilizar para empréstimo. Nas principais corretoras do país, este processo pode ser automatizado de acordo com as necessidades do cliente. 

Os tomadores são investidores que necessitam do ativo, temporariamente, para executar determinada estratégia de renda variável. A operação mais atrelada ao processo de aluguel de ações é a venda a descoberto. 

Uma venda a descoberto funciona da seguinte maneira: um investidor vende uma ação pelo preço atual dela no mercado, sem ter, no entanto, o ativo em sua carteira. O ativo entregue ao comprador é ação alugada do doador. 

Ao realizar uma venda a descoberto, o investidor está apostando na queda de um papel no curto prazo. Desta forma, ele o recompra por um preço inferior ao vendido e devolve o ativo para o doador no prazo estipulado. 

Você já pode ter entendido que o aluguel de ações serve às partes envolvidas, doador e tomador, de maneiras bastante distintas. O doador geralmente é um investidor que tem objetivos de longo prazo com o papel, seja a própria valorização do papel ou o pagamento de proventos realizados pela empresa em questão. Enquanto isso, o tomador tem necessidades de curto prazo. 

O aluguel de ações é uma alternativa de rentabilização extra para a carteira de investidores com foco no longo prazo. Isto porque, parado na carteira, um papel tem potencial de retorno limitado aos proventos oferecidos pelas companhias. Através da custódia remunerada, o doador pode também lucrar em períodos de baixa do mercado e de uma ação através das taxas de empréstimo.


Saiba mais 

A importância da dolarização da carteira de investimentos


Direitos de acionistas 

Enquanto o empréstimo de um ativo está em vigência, é importante destacar que a relação entre o investidor doador e a companhia muda. A B3 transfere temporariamente os ativos do investidor doador ao investidor tomador. 

Desta forma, o investidor que está alugando deixa de ser acionista da empresa em questão. Ele perde, portanto, os direitos de participar de assembleias de acionistas da companhia e de voto. Os proventos são debitados da conta do tomador e creditados como reembolso na conta do doador na data de pagamento dos mesmos. 

É importante se destacar, no entanto, que o doador continua com o direito ao recebimento dos proventos, juros sobre capital próprio (JCP) ou dividendos, distribuídos pelas empresas. Ao final do contrato, o doador também recebe os ativos de volta com quantidade ajustada em casos de bonificação, consolidação ou desdobramentos, por exemplo. 

O direito de subscrição também é preservado. Neste caso, a subscrição é feita usando o tomador do empréstimo como intermediário. 

Durante todas as etapas do processo de empréstimo de ativos, a B3 atua como contraparte central. A Bolsa é responsável ainda por garantir a liquidação do contrato de empréstimo a favor do doador e fornece extratos e notas necessárias para que seja feito o acompanhamento das posições emprestadas.


Quer começar a investir com o auxílio de um assessor de investimentos

Clique no link, conheça a Messem Investimentos e inicie a sua jornada no mundo dos investimentos.

Guilherme Guerreiro

Jornalista Smart Money — Leia, estude, se informe! Apenas novas atitudes geram novos resultados!

1383 posts

Sobre o autor
Jornalista Smart Money — Leia, estude, se informe! Apenas novas atitudes geram novos resultados!
Conteúdos
Postagens relacionadas
ArtigosCuriosidadesDescomplicaEducação Financeira

4 erros de investir na previdência em dezembro

2 Minutos de leitura
Maravilha, tudo bem? Possivelmente você já saiba que a previdência privada do tipo PGBL é o único investimento que oferece um benefício…
ArtigosEducação Financeira

Recupere seu Dinheiro Agora! A Vantagem do PGBL que Você Não Pode Ignorar!

2 Minutos de leitura
Maravilha, tudo bem? Não sei se você já deu conta, mas o final do ano está logo ali. E antes da chegado…
ArtigosEducação Financeira

Investir no PGBL em 2023: Reduza Seu Imposto de Renda até o Final do Ano

1 Minutos de leitura
Com o ano de 2023 em pleno andamento, é hora de considerar estratégias inteligentes para pagar menos imposto de renda e, ao…