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Entenda o crash do dólar e o fim do “benefício exorbitante”

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Recentemente, economista americano Stephen Roach alertou para uma desvalorização iminente do dólar no mercado internacional. Ex-presidente do Morgan Stanley na Ásia, Roach afirmou que a moeda norte-americana pode se desvalorizar até em 35% em relação a outras moedas de destaque na economia mundial.

Em entrevista à CNBC em junho, o economista afirmou que a economia norte-americana sofre de “desequilíbrios macro significativos há muito tempo, uma taxa de poupança interna muito baixa e um déficit crônico em conta corrente”. Para ele, o “crash do dólar” é inevitável, e virá em breve. Roach ainda alerta que investidores não devem ignorar o crash do dólar como uma possibilidade real em um futuro próximo.

O crash do dólar, se confirmado, poderia representar o fim da hegemonia da moeda norte-americana no mercado internacional. O “benefício exorbitante”, como alguns teóricos batizaram as vantagens do dólar no mercado por ser a principal moeda de reserva ao redor do mundo. Desde meados do Século XX, o dólar se mantém nessa posição mesmo em momentos de oscilação da economia do país.

No final dos anos 70, porém, o dólar passou por uma situação semelhante às projeções de Roach. No período, os EUA enfrentaram um período de estagflação, estagnação da economia com inflação em alta, algo que Roach considera uma possibilidade para a economia norte-americana em meio aos baixíssimos rendimentos das poupanças no país.

Em 2008, em meio a uma crise econômica, a poupança nacional dos EUA foi para o campo negativo pela primeira vez, com rendimentos médios de -1,8% até meados de 2010. Desta vez, Roach estima que as taxas podem chegar até mesmo a -10%. Em média, a poupança representou 7% da renda nacional dos EUA entre 1960 e 2005, número que despencou para 1,4% no primeiro trimestre de 2020.

Em um artigo de opinião publicado na Bloomberg, o ex-presidente do Morgan Stanley na Ásia afirmou que o colapso da poupança nos EUA tende a apontar para uma queda acentuada do déficit em conta corrente. “Moeda de reserva ou não, o dólar não será poupado nessas circunstâncias.”

Roach ainda alertou para os investidores que apostam na teoria do TINA (There is no Alternative), ou seja, se apoiam no fato de que não há alternativa para o dólar como moeda de reserva no mercado internacional. O economista aponta que a participação do dólar nas reservas de bancos internacionais caiu de 70% para 60% nos últimos 20 anos, uma curva que pode se acelerar nos próximos anos com o avanços de políticas anti-globalistas ao redor do mundo, incluindo nos EUA.

Guilherme Guerreiro

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