A votação do voto impresso, medida defendida pelo presidente Jair Bolsonaro, deve acontecer na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (10). Segundo Lira, a votação não deve ter problema por acontecer no mesmo dia de um desfile militar.
A PEC dos Precatórios, que abre caminho para a criação do Auxílio Brasil, que substituirá o Bolsa Família, foi entregue ao Congresso Nacional ontem (09).
Na agenda, o grande destaque do dia fica para a publicação da inflação brasileira no mês de julho.
Nas bolsas, os efeitos incertos causados pelo avanço da variante Delta do novo Coronavírus provocam ganhos magros nos índices.
Esses e outros destaques você confere agora.
VOTAÇÃO DO VOTO IMPRESSO ACONTECE EM MEIO A DESFILE MILITAR
Segundo declarações públicas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), o voto impresso deve ir ao plenário da Casa nesta terça-feira (10).
A expectativa da oposição é que a votação da PEC, que está fadada a não passar pelos deputados, termine de vez as investidas do presidente da república, Jair Bolsonaro, contra a urna eletrônica.
Segundo o vice-presidente da república, Hamilton Mourão (PRTB), a decisão cabe ao legislativo.
“Acho que, a partir daí, não tem mais o que fazer. Está definido pelo Legislativo, pronto. Cumpra-se”, disse ele. “Eu tenho dito a vocês, várias vezes, que isso é um assunto do Legislativo. Aquilo que o Legislativo decidir, nós temos que cumprir”.
Também acontece hoje (10) em Brasília uma demonstração das Forças Armadas de veículos blindados e armamentos. O evento deve contar com a presença de Jair Bolsonaro e do ministro da Defesa, Walter Braga Netto.
Embora parlamentares tenham chamado atenção para a coincidência do dia, para o presidente da Câmara, o ato é uma “infeliz coincidência”, e que a votação pode ser adiada.
“Não é uma coisa inventada, mas também nunca houve um desfile para a operação Formosa na Esplanada dos Ministérios que foi parar na frente do Palácio do Planalto. Eu acredito que, com relação à votação, não deveremos ter problema. Se os deputados quiserem e a população achar que é conveniente, podemos, a gente pode adiar a votação”, disse Lira.
PEC DOS PRECATÓRIOS É ENTREGUE AO CONGRESSO
O governo entregou ontem (09) a PEC dos Precatórios, que parcela em nove anos os pagamentos obrigatórios do governo em decisões na Justiça.
A PEC existe para que o governo consiga achar espaço fiscal no Orçamento para incluir o novo Bolsa Família, que deve passar a se chamar Auxílio Brasil. Como a conta dos precatórios passou de R$ 90 bilhões para 2022, praticamente o dobro que a conta de 2021, o governo viu um risco de não conseguir fazer a reformulação do programa social.
A ideia do Auxílio Brasil é dobrar os atuais R$ 192 de pagamentos para R$ 400 por família. Segundo o presidente, porém, é preciso ter responsabilidade fiscal:
“Nós acertamos aqui no mínimo 50% de reajuste no Bolsa Família. Nós queremos 100%, mas temos que ter responsabilidade. A economia não pode quebrar. Se quebrar a economia não adianta você ganhar 1 milhão de reais por mês que você não vai dar para comprar um pãozinho”, disse Bolsonaro em uma rádio.
Saiba mais
Entenda como o governo federal pretende financiar o novo Bolsa Família com a PEC dos precatórios
AGENDA
O grande destaque do dia no Brasil é a publicação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conhecido como a inflação oficial brasileira, às 9h da manhã. O índice é publicado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Projeções indicam que a inflação brasileira deve acelerar consideravelmente e fechar em 0,94% em julho. Em junho, a inflação ficou em 0,53%.
Às 8h, foi publicada a ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que elevou a meta Selic para 5,25%.
Às 13h nos Estados Unidos, a perspectiva energética de curto prazo é publicada pela Energy Information Administration.
Às 15h30, discursa Charles Evans, presidente do Fed de Chicago.
BOLSAS E CÂMBIO
O início da manhã desta terça-feira (10) é misto para as bolsas europeias. Os economistas seguem a tendência de ontem de um certo pessimismo quanto ao avanço da variante Delta do novo Coronavírus.
Os economistas também esperam ansiosamente pela publicação de dados inflacionários no continente europeu e nos Estados Unidos. Os índices devem esclarecer como o avanço da variante Delta afetou as economias, e se a alta dos preços nos Estados Unidos ainda está estável.
Outro aspecto que chama a atenção de economistas é a alta nos preços do petróleo na segunda-feira (09), marcando um rebound após três semanas de quedas nos preços.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): +0,28%, indo a 471,98 pontos
- DAX (GDAXI): +0,15%, indo a 15.768,65 pontos
- FTSE 100 (FTSE): -0,11%, indo a 7.124,15 pontos
- CAC 40 (FCHI): +0,11%, indo a 6.820,86 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): +0,17%, indo a 26.183,50 pontos
Na mesma direção, os índices asiáticos fecharam de forma mista, mas apresentando saldos positivos na maioria das bolsas do continente.
Os ganhos magros se devem pelo pessimismo dos investidores quanto à recuperação econômica dos países. Ainda é incerto dizer como a variante Delta do novo Coronavírus vai afetar as maiores economias do mundo, mas restrições de voos já foram aplicadas em diversas regiões, como na China.
- Hang Seng (HK50): +1,23%, indo a 26.605,62 pontos
- KOSPI (KS11): -0,53%, indo a 3.243,19 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): +1,01%, indo a 3.529,93 pontos
- Nikkei 225 (N225): +0,24%, indo a 27.888,15 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): +1,16%, indo a 5.043,15 pontos
Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados mistos:
- Nasdaq 100 Futuros: +0,09%, indo a 15.139,50 pontos
- Dow Jones Futuros: -0,06%, indo a 34.978,00 pontos
- S&P 500 Futuros: -0,02%, indo a 4.425,00 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta terça-feira (10):
- Às 9h05, o Dólar caiu -0,73%, a R$ 5,23
- Às 9h05, o Euro caiu -0,91%, a R$ 6,13
Foto: Marinha do Brasil / Reprodução
