Ainda marcado por impasses, as negociações quanto ao pagamento de precatórios devem ser retomadas nesta semana, com expectativa de diálogo da equipe econômica com o CNJ.
Para o ministro Guedes, os ruídos políticos atrapalham o desenvolvimento da economia, que deve crescer menos em 2021.
Na agenda do dia, o destaque para o Brasil fica para o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central (BC).
Quanto às bolsas, o mercado experimenta um tom mais positivo.
Esses e outros destaques você confere agora.
NEGOCIAÇÕES DOS PRECATÓRIOS SÃO RETOMADAS NESTA SEMANA
Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, durante um evento promovido pelo Credit Suisse, as negociações quanto aos precatórios são retomadas nesta semana.
As conversas devem envolver tanto a parte do Planalto quanto o Congresso Federal e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que é presidido pelo ministro Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A equipe econômica deve avaliar a proposta feita pelo ministro Fux de encontrar meios mais judiciais para o pagamento de precatórios de 2022, que somam quase R$ 90 bilhões, 65% acima do valor pago em 2021.
Inicialmente, o governo avaliava mandar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que parcelava os “superprecatórios” — pagamentos de dívidas acima de R$ 66 milhões — em nove anos. A medida criaria um espaço no orçamento que viabilizaria a reformulação do Bolsa Família, que deve passar a se chamar de Auxílio Brasil.
Adicionalmente, membros governistas no Congresso Nacional ainda defendiam retirar os precatórios da regra do Teto de Gastos, o que abriria ainda mais espaço no orçamento. A medida, porém, enfrenta resistência, pois coloca o país em uma situação de possível perda de credibilidade ante aos investidores internacionais.
Caso o governo siga com a ideia do CNJ, será estabelecido um limite anual de pagamentos de precatórios, corrigidos pela inflação. Assim, R$ 40 bilhões serão pagos em 2022, menos da metade do valor total.
A resolução quanto ao pagamento de precatórios é prioridade do Planalto, que quer ver seu novo programa social na ativa durante o ano de eleições presidenciais.
GUEDES: “BARULHOS POLÍTICOS” AFETAM A ECONOMIA
Para o ministro da Economia, Paulo Guedes, os “barulhos políticos” atrapalham o desempenho da economia brasileira, que deve ver um crescimento mais magro que o previsto, e uma inflação que passa, segundo ele, pelo “pior momento”.
“Nunca aposte contra a democracia brasileira. Nós estamos avançando o tempo todo. É muito barulho, mas estamos avançando. Somos os único país promovendo reformas estruturais em meio à pandemia”, disse o ministro à investidores internacionais na sexta-feira (10).
Para ele, embora Jair Bolsonaro tenha passado dos limites nas palavras, isso não foi refletido nas ações do presidente. Para ele, a economia brasileira está pronta para crescer novamente.
“Nós estamos na direção certa. Interrompemos a rota errada. Estamos de volta aos negócios e nosso governo está seguro de que vamos seguir na direção correta, disse ele.
Em um evento promovido pela Credit Suisse, o ministro já havia mencionado que o país passa pelo “pior” da inflação, mas que a situação deve melhorar conforme o ano passa.
“Eu imagino que o pior da inflação nós estamos atravessando agora. Daqui para frente a taxa deve começar a cair lentamente. Está agora em 8,8%, 8,9%, quase batendo os 9%. A gente espera que esse ano feche lá em torno dos 7%, já descendo”, disse ele.
Atualmente, a inflação brasileira acumula alta de 9,68% nos últimos 12 meses.
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AGENDA
No Brasil, o destaque do dia fica para a publicação do Boletim Focus às 8h25, relatório semanal divulgado pelo Banco Central (BC) contando com a contribuição de mais de 100 instituições financeiras.
Durante a madrugada, foi publicado o índice de preços por atacado da Alemanha, com registro de alta de 0,5% em agosto, uma desaceleração comparada com o mês imediatamente anterior (1,1%).
Às 6h, teve pronunciamento de Isabel Schnabel, membro do Banco Central Europeu (BCE).
Às 8h nos Estados Unidos, o relatório mensal da OPEP foi publicado.
Às 10h30, discursa Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE).
Às 15h nos Estados Unidos, o balanço orçamentário federal referente ao mês de agosto é publicado.
BOLSAS E CÂMBIO
Pela manhã, os índices europeus registram resultados positivos, com investidores de olho na inflação dos Estados Unidos, que deve ser divulgada ainda nesta semana.
Uma inflação mais alta que o esperado pode significar que as taxas de juros do país vão subir mais cedo que o projetado pelo Fed. Além disso, pode refletir os recentes efeitos provocados pela alta nos casos da variante Delta do novo Coronavírus.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): +0,74%, indo a 469,77 pontos
- DAX (GDAXI): +1,05%, indo a 15.774,30 pontos
- FTSE 100 (FTSE): +0,82%, indo a 7.086,99 pontos
- CAC 40 (FCHI): +0,80%, indo a 6.717,38 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): +1,22%, indo a 26.001,00 pontos
Em uma dirença diferente, os mercados asiáticos fecharam a segunda-feira (13) de forma mista, com o mercado atento nas novas pressões regulatórias da China quanto ao setor de tecnologia.
Nesta semana, Beijing determinou que o Alipay, aplicativo do Ant Group, de Jack Ma, colocasse seu serviço de empréstimo em outra repartição.
A intenção do governo chinês é de acabar com o monopólio de uso de dados pessoais no país. No mês passado, o governo do país também havia pressionado a Tencent a respeito do uso de dados em seus aplicativos.
- Hang Seng (HK50): -1,50%, indo a 25.813,81 pontos
- KOSPI (KS11): +0,07%, indo a 3.127,86 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): +0,33%, indo a 3.715,37 pontos
- Nikkei 225 (N225): +0,22%, indo a 30.447,37 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): –0,44%, indo a 4.991,66 pontos
Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados positivos:
- Nasdaq 100 Futuros: +0,53%, indo a 15.522,80 pontos
- Dow Jones Futuros: +0,63%, indo a 34.824,70 pontos
- S&P 500 Futuros: +0,60%, indo a 4.485,30 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta segunda-feira (13):
- Às 9h03, o Dólar caiu -0,58%, a R$ 5,23
- Às 9h03, o Euro caiu -0,93%, a R$ 6,16
Foto: Supremo Tribunal Federal (STF) / Reprodução