Internacional

Produção de combustíveis fósseis é incompatível com metas do Acordo de Paris, aponta ONU

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A Organização das Nações Unidas (ONU) publicou nesta quarta-feira (20), o relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Segundo o documento, as principais economias do mundo produzirão mais do que o dobro da quantidade de combustíveis fósseis necessária para alcançar as metas do Acordo de Paris. 

 

Segundo a ONU, a manutenção da extração de combustíveis como carvão, gás e petróleo são incompatíveis com o objetivo de manter as temperaturas globais em níveis considerados seguros. 

Ao assinar o Acordo de Paris, as potências inicialmente se comprometeram a limitar o aumento da temperatura global em no máximo 2,0 graus Celsius acima dos níveis pré-industriais. Em seguida, a meta foi renovada para 1,5° C. 

O Pnuma mede a diferença na produção de combustíveis fósseis feitas pelos governos com os níveis necessários para o cumprimento das metas do Acordo de Paris. O relatório aponta que os 15 países que mais produzem combustíveis fósseis planejam produzir 45% do que seria necessário para deixar o aumento da temperatura em 2° C acima dos níveis pré-industriais. Em relação à meta de 1,5° C, os níveis são 110% acima do considerado seguro. 

Ainda segundo o relatório divulgado, as maiores potências só planejam reduzir a produção de petróleo e gás a partir de 2040. Até lá, apenas a produção de carvão deve ser reduzida e, mesmo assim, de forma modesta. A diretora executiva do Pnuma, Inger Andersen, afirmou que, apesar dos dados alarmantes, ainda há tempo para reverter a produção de combustíveis fósseis e limitar o aquecimento global para no máximo 1,5° C acima dos níveis pré-industriais. 

“Ainda há tempo para limitar o aquecimento de longo prazo a 1,5° C [acima dos níveis pré-industriais], mas esta janela de oportunidade está se fechando rapidamente”, apontou. “Os governos devem adotar medidas rápidas e imediatas para fechar a lacuna na produção de combustíveis fósseis e garantir uma transição justa e equitativa. É assim que se parece a ambição climática”. 

Andersen disse ainda que a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2021 (COP26) será determinante para o cumprimento das metas do Acordo de Paris. O evento ocorrerá entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro na cidade de Glasgow, na Escócia. 

Sobre o relatório, o secretário-geral da ONU António Guterres destacou que governos e a iniciativa privada devem redirecionar o capital para financiar o desenvolvimento de energias limpas. 

“É urgente que todos os financiadores públicos remanescentes, bem como privados, incluindo bancos comerciais e gestores de ativos, mudem o financiamento do carvão para energias renováveis, a fim de promover a descarbonização total do setor elétrico e o acesso à energia renovável para todos”, apontou Guterres. 

O chefe da ONU ainda considerou um grande passo para um mundo mais limpo os recentes anúncios de acabar com a produção de carvão nas principais economias do mundo. 

As 15 potências analisadas pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente foram: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Austrália, Brasil, Canadá, China, Emirados Árabes, Estados Unidos, Índia, Indonésia, México, Noruega, Reino Unido e Rússia. 

Guilherme Guerreiro

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