Educação Financeira

Retrospectiva 2020 – Os fatos que impactaram a economia durante o ano que fugiu das previsões

6 Minutos de leitura

Estamos chegando ao final de 2020, um ano que, com certeza, fará parte dos livros de história e ficará na memória de todos nós como um ano de dificuldades e superações. Começamos o ano com grandes expectativas, apostando no crescimento econômico do país, apoiadas em reformas e privatizações, além da grande agenda de eventos culturais que movimentam a economia.

  • Janeiro

Janeiro começou marcado por tensões entre EUA e Irã, após um bombardeio, autorizado por Donald Trump no aeroporto de Bagdá, matar Qassem Soleimani, um dos homens mais poderosos do Irã. Mais tarde, em resposta, o Irã bombardeou a base de soldados americanos, sem deixar mortos.

  • Fevereiro

O ano foi marcado por várias alterações de comandos no governo. Já em fevereiro dois postos importantes no governo sofreram mudanças: a Casa Civil e o Ministério da Cidadania. A infecção provocada pelo novo Coronavírus já era o assunto mais comentado globalmente e foi nesse mês que passou a receber o nome oficial de covid-19. No mesmo mês, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso da doença no país.

  • Março

Março já começou com muita tensão, causada pela incerteza em relação à volta do Coronavírus e pelo conflito do Petróleo que acontecia entre Rússia e Arábia Saudita, o que ocasionou uma elevação na oferta pelo excesso de produção, desproporcional à demanda que vinha reduzindo devido aos fechamentos de algumas cidades no mundo, levando a cotação do Petróleo para patamares negativos.

Além disso, no dia 11, a Organização Mundial da Saúde decretou oficialmente o status de pandemia. No dia 20 foi decretado o estado de calamidade no Brasil e houve o fechamento das fronteiras aéreas no dia 27. As Olimpíadas, maior evento esportivo do mundo, que estavam marcadas para começar em 24 de julho, no Japão, foram adiadas para 2021.

Este foi, sem dúvidas, o mês mais marcante para o investidor. Foram seis circuit breakers em apenas oito pregões. No dia 12/03 o mecanismo que interrompe as negociações para reduzir a acentuada volatilidade, foi acionado duas vezes. No dia 23 de março o índice Ibovespa chegou a acumular uma queda de 45,3%, marcando um fundo.

  • Abril

Março talvez tenha sido o mês mais turbulento do ano, mas há quem possa discordar, já que o mês de Abril não ficou para trás. No mês quatro tivemos mais mudanças no governo, marcado pela saída de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde no auge de uma pandemia e pela saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça, um dos braços do presidente Bolsonaro.

Em abril foi sancionado o pagamento do auxílio emergencial com o objetivo de diminuir os impactos da pandemia e das paralisações de atividades dos grupos mais vulneráveis. Pesquisa recente do IBGE mostra que sem o auxílio emergencial, mais de 6,5 milhões de famílias teriam, à época, uma renda per capita de 12 reais. Com o auxílio essa renda passou para 349 reais, representando um saldo de 2700%.

  • Maio

O Ministério da Saúde ainda passou por outra mudança em maio, quando Nelson Teich, o então substituto de Luiz Henrique Mandetta, anunciou sua saída apenas um mês após ter assumido o cargo. Em paralelo, houve também o depoimento do ex-ministro Sérgio Moro que durou mais de 9 horas, sendo um evento que atraiu os olhares do mercado, devido a possíveis desdobramentos.

  • Junho

Alvo de investigações do Supremo Tribunal Federal, o economista Abraham Weintraub anunciou sua saída do Ministério da Educação. Alguns dias depois, o seu substituto, Carlos Alberto Decotelli, foi anunciado, mas logo após optou pela sua demissão, motivada por uma série de informações falsas encontradas em seu currículo.

Além disso, no mês de junho, o Brasil chegou ao registro de 1 milhão de casos de infecções do novo Coronavírus e o mundo atingiu o número de 500 mil mortes pela doença. No final do mês, o Ministério da Agricultura emitiu alerta sobre a possível chegada de uma nuvem de gafanhotos no país que poderia afetar o setor agrícola.

  • Julho

O Congresso Nacional oficializou, no dia 2 de julho, o adiamento das eleições municipais de 2020 para os dias 15 e 29 de novembro (antes estavam previstas para 4 e 25 de outubro). O ano foi marcado pelo aumento de ataques cibernéticos. No dia 16 de julho, o Twitter anunciou que havia sido vítima de um ataque hacker, que atingiu 130 contas, contando com perfis de grandes personalidades internacionais, como o de Barack Obama.

  • Agosto

Em meio à pandemia e aos aumentos de gastos causados por ela, a Câmara dos Deputados decidiu manter o veto presidencial que impede o aumento de salários dos servidores públicos até 31 de dezembro de 2021. Outro acontecimento importante foi a saída de dois secretários da equipe econômica de Paulo Guedes que deixaram o cargo em agosto. O secretário especial de Desestatização, Desinvestimentos e Mercados, Salim Mattar, e o secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Ubel, contabilizando, até então, 7 trocas na equipe.

  • Setembro

O PIB do segundo trimestre foi, pela segunda vez consecutiva, indicador de recessão, apresentando um encolhimento recorde de 9,7% após um encolhimento de 2,5% no primeiro trimestre. O impacto negativo se deve principalmente ao fechamento da economia para conter o avanço da pandemia. Os setores apresentaram quedas expressivas: Indústria (-12,3%), Serviços (-9,7%), Consumo das Famílias (-12,5%) e Investimentos (-15,4%).

A nota de 200 Reais entrou em circulação no dia 02 de setembro, 18 anos após o lançamento de uma nova cédula pelo Banco Central. A justificativa foi a de diminuir a circulação de dinheiro vivo, economizando com a impressão, assim como a de auxiliar no pagamento do auxílio emergencial, que aumentou os saques nos bancos.

Setembro também foi um mês marcante para o investidor, o Tesouro Selic, principal título de renda fixa pública e referência de segurança por possuir o menor risco do mercado, apresentou rentabilidade negativa. Esse evento não acontecia desde 2002.

  • Outubro

Levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), vinculado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações, apontou que outubro registrou o pior cenário de queimadas, desde que o órgão passou a acompanhar as chamas dos biomas brasileiros, em 1998. O aumento representa 180% em relação ao registrado no mesmo período de 2019.

Com o avanço dos números da segunda onda do Covid-19, Alemanha instaura novo lockdown parcial. Espanha volta a decretar estado de emergência e Irlanda também volta a impor lockdown com algumas ponderações. A volta dos fechamentos dos mercados aumentou as incertezas para os próximos meses.

  • Novembro

O mês de novembro ficou marcado pelas eleições americanas. Após uma das campanhas eleitorais mais tensas e tumultuadas das últimas décadas, o democrata Joe Biden venceu a disputa pelo cargo mais poderoso do mundo. A contagem de votos durou quatro dias consecutivos. No Brasil, foram realizadas as eleições municipais, com partidos de centro e direita liderando vitórias nas prefeituras.

  • Dezembro

No dia 15 de dezembro o índice Ibovespa zerou as perdas da pandemia, atingindo os níveis de fevereiro. Outro fato relevante foi a entrada de mais de 2 milhões de investidores na bolsa de valores, impulsionados pela baixa rentabilidade oferecida na renda fixa, já que a taxa Selic que se manteve em baixas históricas durante o ano.

Mesmo com alta taxa de desemprego e com o poder de compra reduzindo diante do aumento da inflação elevada principalmente pelos alimentos, o PIB do terceiro trimestre veio com uma alta de 7,7%, com destaque para o comércio puxado pelo consumo estimulado com auxílio emergencial.

O dólar iniciou o ano em R$4,02, atingiu o topo de R$5,90 em maio e atualmente gira em torno dos R$5,20. O câmbio veio apresentando quedas após a vitória de Biden e durante o ano o Banco Central precisou atuar para conter as flutuações. Os principais institutos e analistas estão com boas expectativas de crescimento para 2021, após uma recessão global neste ano. No Brasil, o Boletim Focus desta semana projetou crescimento do PIB em 3,49% para o ano que vem, e projeção de queda de 4,40% neste ano.

As vacinações começaram aos poucos a serem iniciadas pelo mundo. O Reino Unido foi o primeiro país do mundo a começar a usar a vacina Pfizer/BioNTech, seguido de Estados Unidos, Canadá, Arábia Saudita, Israel e os 27 países da União Europeia. Ao todo, mais de dois milhões de pessoas já foram vacinadas. Isso aumenta o otimismo e diminui o medo para a chegada de 2021.

Kamila Alves

Postagens relacionadas
ArtigosCuriosidadesDescomplicaEducação Financeira

4 erros de investir na previdência em dezembro

2 Minutos de leitura
Maravilha, tudo bem? Possivelmente você já saiba que a previdência privada do tipo PGBL é o único investimento que oferece um benefício…
ArtigosEducação Financeira

Recupere seu Dinheiro Agora! A Vantagem do PGBL que Você Não Pode Ignorar!

2 Minutos de leitura
Maravilha, tudo bem? Não sei se você já deu conta, mas o final do ano está logo ali. E antes da chegado…
ArtigosEducação Financeira

Investir no PGBL em 2023: Reduza Seu Imposto de Renda até o Final do Ano

1 Minutos de leitura
Com o ano de 2023 em pleno andamento, é hora de considerar estratégias inteligentes para pagar menos imposto de renda e, ao…