Você já deve ter ouvido falar em PIB, mas o que, significativamente, o PIB de um país representa?
Será que a melhor forma de medir a economia de um país seria por meio desse indicador macroeconômico? Ou será que estão esquecendo de te contar algo?
Sumário:
- Entendendo o PIB
- O PIB não conta boa parte da história
- PIB Nominal X PIB Real
- O que entra no cálculo do PIB?
Em linhas gerais, o Produto Interno Bruto (PIB) é um dos indicadores macroeconômicos usados para medir a atividade econômica de um país, ele é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade. Todos os países calculam o PIB nas suas determinadas moedas. No Brasil quem faz o cálculo do PIB é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Quando se fala em bens e serviços finais, entende-se aqueles que não são utilizados durante o processo de produção, isto é, as matérias primas.
Se somássemos as matérias primas estaríamos fazendo uma dupla contagem. Um exemplo claro, utilizado pelo instituto para explicar como calcular o PIB: se o país produz R$ 100 de trigo, R$ 200 de farinha de trigo e R$ 300 de pão. Nessa sequência, um é insumo para a produção do seguinte, utilizando o trigo, é produzida a farinha de trigo, e utilizando a farinha de trigo, é produzido o pão.
O que seria considerado para o cálculo do PIB seria apenas R$ 300 de pão.
Então, pode-se dizer que o PIB é o total de riqueza existente no país? Não, mas ele pode traduzir a dinamicidade de determinada economia, apontando um possível crescimento ou decrescimento. Além de permitir que comparações entre economias globais sejam feitas.
O PIB, ainda, facilita que sejam visualizados quais os setores da economia que possibilitaram gerar mais ou menos renda em respectivo período.
Ele é um indicador de fluxo de novos bens e serviços finais produzidos durante um período. Caso um país não produza nada em um ano, o seu PIB será zero. Por essa razão, esse indicador ajuda a entender a economia de um país, porém camufla informações relevantes, como qualidade de vida, distribuição de renda, educação, desemprego e saúde.
O PIB não conta boa parte da história
Um país pode apresentar um PIB pequeno e ter um alto padrão de vida, ao mesmo tempo que pode apresentar um PIB altíssimo e um padrão de vida baixo. Exemplos disso são Índia e Canadá. No ano passado (2020), a Índia ocupou sexto lugar no ranking das maiores economias de acordo com o PIB, enquanto Canadá ocupava o nono lugar. Sabe-se que os canadenses têm mais qualidade de vida que os indianos, então, avaliar economias observando somente PIB, não corresponde a analisar a realidade por completo.
Uma outra forma de visualizar é o PIB per capita, que é a divisão do PIB pelo total de habitantes do local. Esse número visualiza o contexto como se todas as pessoas tivessem partes iguais, como um país de distribuição de renda equilibrada e condições iguais.
Em tese, quanto maior o PIB per capita, mais qualidade de vida e mais acesso a bens e serviços. No entanto, de acordo com o Índice de Gini, que mede desigualdade de renda, o Brasil é um dos países com maior disparidade, então avaliar o Brasil pelo PIB per capita seria enxergar a realidade de forma turva.
PIB Nominal X PIB Real
Há duas classificações para o PIB: nominal e real.
O PIB Nominal trata do cálculo feito a partir dos preços de produtos e serviços no momento em que foram produzidos. Já o PIB Real mede o volume de produtos e serviços, descontando a inflação.
Por ignorar o impacto da inflação, o PIB real é mais adequado para acompanhar se um país foi mais eficiente de um ano para o outro.
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O que entra no cálculo do PIB?
Para entender como o cálculo é feito, primeiro, precisamos estar cientes que é possível calculá-lo de três formas que demonstram o valor da riqueza gerada pelos atores econômicos: rendimento, despesa ou produção.
Quando calculando o PIB pelo rendimento, entram na conta os rendimentos que foram gerados e distribuídos na economia durante determinado período. Os elementos para o cálculo são: salários (S), arrendamentos (R), lucros (L), juros (J), amortizações (A) e impostos indiretos arrecadados pelo Estado (T), deduzidos dos subsídios à produção (Z).
A fórmula para o cálculo se resume ao somatório dos rendimentos do período:
PIB = S + R + L + J + A + (T – Z)
Quando calculando o PIB pela despesa, os elementos que entram na conta são as despesas geradas pelos diferentes agentes econômicos. Considera-se: consumo das famílias (C), gastos públicos do Estado (G), investimentos das empresas (I), despesa com exportação por meio dos estrangeiros (X), despesa com importação efetuadas pelos agentes econômicos (Q).
Para o cálculo, é feita uma soma de todas as despesas do período analisado:
PIB = C + G + I + X – Q
As importações (Q) são deduzidas das despesas dos agentes em produtos e serviços porque se originam no exterior e não contam como produto gerado pelo país.
Calculando o PIB pela produção, a medição é feita pela produção dos agentes econômicos. Nesse método é considerada a soma do valor acrescentado bruto (VAB) do período, somado à impostos arrecadados em vendas finais, subtraído de subsídios concedidos.
PIB = ΣVAB + Impostos sobre produtos e serviços líquidos de subsídios
Agora, além de entender um dos termômetros da economia, você também pode calculá-lo.