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Prazo de resgate LONGO é bom ou ruim?

2 Minutos de leitura

Hoje eu vou responder uma pergunta que eu recebi bem interessante: “Rondinelli, prazo de resgate longo é bom ou ruim”?

Antes de tudo vamos diferenciar prazo de carência de prazo de resgate.

Prazo de carência é o período mínimo inicial que não é possível solicitar o resgate.

Prazo de resgate é o período compreendido desde a data da solicitação do resgate até o dia do dinheiro efetivamente cair na sua conta.

Por exemplo, se o prazo de resgate for D0 significa que o recurso cairá em sua conta no mesmo dia, mas se o prazo for D180 significa que somente depois de 6 meses que o dinheiro entrará na sua conta.

Quanto menor o prazo de resgate, maior deve ser a parte do fundo alocado em títulos ou ativos de alta liquidez.

Os 2 principais motivos para isso são:

  1. Possibilidade de resgate de alguns grandes investidores, por exemplo: um fundo investindo em outro fundo;
  2. Possibilidade de muitos investidores minoritários solicitarem os resgates de forma simultânea, por exemplo: pânico generalizado, efeito manada, etc.

Uma possível consequência de um prazo de resgate curto será a perda de rentabilidade.

Imagine um fundo multimercado com prazo de resgate D0, talvez o gestor gostaria de alocar um percentual maior na renda variável, mas para se prevenir de possíveis solicitações de grandes resgates ele diminui a parcela das ações para aumentar a parcela de renda fixa com alta liquidez.

Por outro lado, quanto maior o prazo de resgate menor pode ser a parcela do fundo alocado com alta liquidez.

Por exemplo, se o prazo de resgate for D90, mesmo que ocorra grandes solicitações de resgates, o gestor terá 3 meses para vender aos poucos os ativos sem influenciar na própria cotação desses ativos.

A tendência é que quanto maior for o prazo de resgate, maior deva ser a rentabilidade desse fundo, pois o gestor pode deixar um pequeno volume de recursos em ativos de alta liquidez para buscar maiores retornos em ativos mais arriscados.

Na minha opinião, prazo de resgate longo tem um grande risco e uma grande vantagem.

O grande risco é acontecer uma crise entre a solicitação do resgate e o próprio resgate.

A título de curiosidade, em 2020 alguns fundos de investimentos mais agressivos caíram até 60% em questões de dias ou semanas, então imagine um investidor que solicitou o resgate de R$1.000.000, nesse caso pode ter caído na conta dele somente R$ 400.000.

Uma forma de amenizar esse risco é solicitar resgates parciais, ou seja, resgates periódicos, no caso citado acima, poderia ser 10 resgates mensais de R$ 100.000 cada ou 5 resgates bimestrais de R$ 200.000 cada.

Por outro lado, prazo de resgate longo tem uma grande vantagem que é proteger o famoso Zé Cotinha.

Zé cotinha é aquela pessoa que fica olhando a rentabilidade diária do fundo, normalmente ele se desespera quando a cota fica negativa e resgata, por outro lado ele fixa eufórico com as cotas valorizando e investe cada vez mais.

Perceba que o Zé Cotinha sempre vende na baixa e compra na alta, no longo prazo isso é uma arma de destruição em massa de qualquer carteira de investimento.

Agora o que tenho observado na prática é que o Zé Cotinha diante de um prazo de resgate longo não fica efetuando resgates diante de rentabilidades negativas.

Então concluindo, prazo de resgate longo pode ser bom ou pode ser ruim, hão existe uma verdade absoluta, ele pode ser bom por ter a possibilidade de buscar maiores rentabilidades e de proteger o Zé Cotinha, mas por ser ruim por acorrer alguma grande volatilidade entre a solicitação do resgate e o efetivo recebimento.

Para mais conhecimento me siga no instagram: @rondinelliborges

Te espero lá. Forte abraço.

Rondinelli Borges

Criador do Método IAP da Previdência Privada e do Método IRM do Tesouro Direto. Educador financeiro. Auditor Fiscal da Receita Estadual. Especialista em Finanças e Investimentos pela PUC-RS. Especialista em Direito Tributário pelo IBET-SC e pela UNIDERP. Graduado em Engenharia Elétrica pela UFU-MG. É estrategista e praticante do mercado financeiro há mais de 10 anos e tem ajudado muitas pessoas a melhorarem o resultado dos seus investimentos. Mesmo quem achava que era impossível vem tendo resultados fantásticos. Adepto da filosofia de que a maior sofisticação está na simplicidade!

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Sobre o autor
Criador do Método IAP da Previdência Privada e do Método IRM do Tesouro Direto. Educador financeiro. Auditor Fiscal da Receita Estadual. Especialista em Finanças e Investimentos pela PUC-RS. Especialista em Direito Tributário pelo IBET-SC e pela UNIDERP. Graduado em Engenharia Elétrica pela UFU-MG. É estrategista e praticante do mercado financeiro há mais de 10 anos e tem ajudado muitas pessoas a melhorarem o resultado dos seus investimentos. Mesmo quem achava que era impossível vem tendo resultados fantásticos. Adepto da filosofia de que a maior sofisticação está na simplicidade!
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