O ano de 2022 certamente superou as expectativas do mercado, e nem sempre para o lado positivo.
O mercado energético certamente foi o grande protagonista do ano. Com o início da invasão da Rússia na Ucrânia, o mundo foi pego de surpresa em uma crise energética sem precedentes. No meio do caminho, problemas com políticas restritivas na China enviaram enormes sinais vermelhos para o mercado.
Isso tudo acontecendo em uma economia global em recuperação após uma das piores pandemias da história.
O sintoma disso foi um ano marcado pela altíssima inflação nas grandes economias, com o IPC batendo 9,1% na taxa anual de julho nos Estados Unidos, 11,6% na taxa anual de novembro da Zona do Euro e 12,13% em maio no Brasil.
Para tentar controlar a alta dos preços, as economias optaram por ajustes nas taxas de juros, efetivamente desacelerando o crescimento econômico para reduzir as pressões.
Em dezembro, tanto o Fed dos EUA quanto o BCE europeu e o Bank of England desaceleraram o ritmo das taxas, indicando que ela já começou a dar o efeito desejado na inflação.
Mesmo assim, sinalizações do Jerome Powell indicam que a curva ainda subirá por mais tempo.
O que esperar para 2023?
De acordo com um relatório da J.P. Morgan, o Produto Interno Bruto (PIB) global está projetado para expandir 1,6% em 2023, metade do projetado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) para o crescimento de 2022.
Estados Unidos, de acordo com a J.P. Morgan, crescerá 1% no ano que vem, enquanto o Euro expandirá 0,2% e China 4%.
O grande receio é que o mercado global caia em recessão no ano que vem, sintoma dos ajustes nas taxas de juros para conter a inflação. Isso não deve ser o caso, porém, logo no início do ano.
Mesmo assim, o mercado deve acompanhar de perto os desenvolvimentos da crise energética na Europa. Hoje, o abastecimento de gás natural está limitado e caro, e os diálogos com o governo russo seguem ruins.
Abaixo, acompanhe a variação dos custos de gás natural desde dezembro de 2020. Os contratos, que chegaram a bater € 340 por megawatt-hora, hoje estão custando € 97.
Quanto a inflação, que chegou a bater 10% em alguns países europeus e Brasil, o J.P. Morgan projeta uma desaceleração para 3,5% globalmente no início de 2023.
Cenário interno
No Brasil, a grande preocupação para o início de 2023 é a situação fiscal e as medidas aplicadas pelo novo governo, especialmente com a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição.
Crises ficais costumam aflorar os ânimos do mercado financeiro, além de espantar investimento estrangeiro. Também pode afetar o câmbio, e, por consequência, o desempenho econômico.
Seguindo a tendência global, o Produto Interno Bruto (PIB) também deve desacelerar consideravelmente. Segundo o Boletim Focus, relatório mensal do Banco Central (BC), expandirá 0,79% no ano que vem. Para este ano, as projeções estão em 3,05%.
Para a inflação, o Focus projeta uma certa estabilidade, subindo 5,17% em 2023 após subir 5,76% projetados em 2022.
A tendência é que 2023 seja marcado pela lenta queda da nossa taxa de juros, a Selic, que hoje está em 13,75% a.a. e está projetada para finalizar 2023 a 11,75% a.a.
Com PIB fraco e uma taxa de juros alta, é importante que o país recupere o consumo da população, que hoje está baixo, e estimular mais investimentos. Uma tarefa difícil em um ano desafiador.
Quer começar a investir com o auxílio de um assessor de investimentos?
Clique no link, conheça a Messem Investimentos e inicie a sua jornada no mundo dos investimentos.