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Como encontrar o seu investimento de renda fixa

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A maioria dos investidores começam sua jornada na área de finanças pessoais por ativos de renda fixa, indiscutivelmente pela sua maior segurança em relação aos ativos de renda variável. Porém, é frequente dúvidas frente às diversas opções de papéis disponíveis e ainda sobre os termos que estão relacionados. Essas siglas fazem referência ao indexador daquele investimento em específico, uma vez que os investimentos têm como base o movimento da economia, seja com expectativas de crescimento ou recessão.

As previsões do mercado, por sua vez, são feitas com base em estudos quantitativos e qualitativos, ou seja, leva em consideração acontecimentos macroeconômicos, o comportamento da população, até a tradução numérica desses fatos e a elaboração de gráficos que simulam a economia a partir disso. No geral, é possível dizer que as
financeiras e bancos vão estar dispostas a pagar no rendimento do seu investimento de renda fixa, o que esses indicadores econômicos indicarem necessário para que a economia se mantenha ou volte ao estado saudável.

Dessa forma, se a economia se mostrar arriscada, como por exemplo o pós pandemia somado ao início da guerra entre a Ucrânia e a Rússia, na qual se coloca em debate temas como globalização, forte interdependência dos países, a consequente quebra na cadeia de suprimentos básicos e alta inflacionária, o esperado é que os bancos centrais aumentem a taxa básica de juros do país, aumentando o rendimento do seu investimento. É importante ressaltar que cada país tem suas características e reações aos acontecimentos, por isso é necessário que o investidor esteja atento às notícias.

Uma vez que esteja ciente do momento econômico, se vê as expectativas futuras. Por mais que elas estejam sempre mudando por impacto de inúmeras variáveis, é possível ver facilmente como afetam seu investimento através de dados disponíveis pelo site da B3, a bolsa de valores brasileira, através das taxas referenciais. O entendimento das taxas muda conforme a escolha entre investimentos pré- fixados e pós- fixados, no primeiro caso, os pré-fixados já estabelecem uma porcentagem específica de rendimento, assim, as taxas podem ser usadas como comparativo para ver se a quantia está de acordo com o esperado. Por sua vez, os pós fixados não tem uma quantia direta estabelecida, usa- se uma porcentagem atrelada a um indexador e as taxas referenciais podem ser usadas como estimativa do valor final (porém não fixo).

Então, vamos a um exemplo prático de investimento que renda 110% do CDI com baixo risco e com liquidez diária (ou seja, há uma data de vencimento, mas não a obrigatoriedade de manter seu dinheiro naquele investimento até a data estipulada). Assim, a meta escolhida (arbitrariamente para o exemplo) é que eu mantenha o investimento por 1 ano. Pela B3, vemos que a taxa DI x pré (A curva DI X PRÉ corresponde a curva de juros construída a partir dos preços de ajustes dos vencimentos do Contrato Futuro de Taxa Média de Depósitos Interfinanceiros de Um Dia (DI1) negociado na B3).

Dessa forma, temos então que nosso investimento, dado o dia 25/04/2022, renderia 12,84%, que equivale a 100% do CDI somado a 1,284%, referente a 10% do valor do CDI, resultando um rendimento de 14,12% ao ano (1,1x 12,84). O resultado obtido é o rendimento esperado apenas frente a data de atualização dos dados, ainda assim, não é possível garantir o montante final. Isso porque a curva de juros muda conforme os acontecimentos mundiais inesperados e também frente aos resultados graduais das políticas econômicas e monetárias.Neste exemplo, caso o investidor fosse optar por investimentos pré- fixados a uma taxa de 11% ao ano ou um valor abaixo do indicado pelo mercado, estaria saindo em desvantagem.

Existem diversas curvas referentes aos indexadores de renda fixa, todos úteis para cada circunstância e objetivo do investimento. Um importante fator para se ressaltar é o efeito da inflação, como muito falado, a poupança não rende o mínimo da taxa de juros básica e assim o dinheiro é corroído pela inflação. Porém, esse é também um perigo visto em investimentos de renda fixa com rendimento muito próximo ao CDI ou a Taxa Selic, principalmente os pré-fixados, sendo possível neste período de um ano, que a inflação tenha uma alta maior que o esperado em um determinado mês, não protegendo seu dinheiro no período (apenas desse mês específico). Apesar do risco, os investimentos de renda fixa são considerados os mais seguros e acessíveis para analisar.

Marco Saravalle

Marco Saravalle é analista CNPI-P e sócio-fundador da BM&C e da Sara Invest. Foi estrategista de Investimentos do Banco Safra, estrategista de Investimentos da XP Investimentos, Analista e co-gestor de fundos de investimentos na Fator Administração de Recursos e GrandPrix e analista de ações na Coinvalores e Socopa. Iniciou sua carreira no programa de Trainee do Citibank. Formado em Ciências Econômicas pela PUC-SP, Pós-graduado em Mercado de Capitais pela USP e Mestrando em Economia e Finanças pela FGV/EESP. Atualmente é Diretor Administrativo/Financeiro da Apimec Nacional, membro do comitê de educação da CVM e presidente do Conselho da ONG de educação financeira, Multiplicando Sonhos.

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Sobre o autor
Marco Saravalle é analista CNPI-P e sócio-fundador da BM&C e da Sara Invest. Foi estrategista de Investimentos do Banco Safra, estrategista de Investimentos da XP Investimentos, Analista e co-gestor de fundos de investimentos na Fator Administração de Recursos e GrandPrix e analista de ações na Coinvalores e Socopa. Iniciou sua carreira no programa de Trainee do Citibank. Formado em Ciências Econômicas pela PUC-SP, Pós-graduado em Mercado de Capitais pela USP e Mestrando em Economia e Finanças pela FGV/EESP. Atualmente é Diretor Administrativo/Financeiro da Apimec Nacional, membro do comitê de educação da CVM e presidente do Conselho da ONG de educação financeira, Multiplicando Sonhos.
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