Curiosidades

Entenda o que são taxas de juros e como elas influenciam a economia 

4 Minutos de leitura

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) anunciou na última quarta-feira (29) o aumento dos juros nos Estados Unidos. Na próxima quarta (03), é a vez do Comitê de Política Monetária (Copom) fazer o seu anúncio. 

Nesses períodos, a atenção do mercado se vira totalmente para os bancos centrais e quais sinalizações as autoridades monetárias darão sobre os rumos das economias. Você sabe, no entanto, qual o papel dos juros em uma economia? Sabe como as taxas impactam a sua carteira de investimentos? 

Neste guia, nós da Smart Money vamos responder estas perguntas (e muitas outras) para você. Confira!

O que são as taxas de juros? 

O Banco Central (BC) define juros como “o valor do dinheiro no tempo” ou, de forma mais simples, “o aluguel do dinheiro”. Quando você pode um empréstimo no banco, por exemplo, é necessário pagar pelo tempo em que você ficará com esse montante que a instituição está lhe cedendo. 

As taxas de juros são, portanto, o preço deste ‘aluguel’ do dinheiro. Quanto mais tempo o dinheiro ficar com você, maiores serão os juros pagos para a instituição. 

Para calcular a taxa de juros de um empréstimo, basta dividir o valor dos juros pelo capital emprestado. Um empréstimo de R$ 1.000 com juros de 10% ao ano, por exemplo, custará R$ 100 por ano ao tomador/devedor (desconsiderando juros compostos). 

No exemplo acima, o devedor deve pagar R$ 1.100 à instituição que lhe concedeu o empréstimo ao final dos 12 meses do contrato de ‘aluguel’ do dinheiro. 

A modalidade de juros mais utilizada no mercado financeiro é a de juros compostos. Neste caso, as taxas de juros se acumulam a cada renovação do contrato e, com isso, o valor dos juros vão ficando proporcionalmente maiores. 

Para entender melhor os diferentes tipos de juros e como os mesmos influenciam operações de empréstimo, você pode conferir a explicação completa no portal do BC

Qual a importância dos juros para a economia 

No Brasil, um termo está na ponta da língua de boa parte das pessoas quando falamos em juros: Selic. O Sistema Especial de Liquidação e Custódia é o ambiente virtual onde títulos do Tesouro Nacional são negociados pelas instituições financeiras do país. 

A taxa Selic, juros básicos da nossa economia, é a média dos juros praticados nessas operações citadas acima. Através da emissão destes títulos, o Governo Federal consegue arrecadar recursos que podem ser convertidos em investimentos em diversas áreas da economia brasileira. 

Nossos investimentos também são diretamente influenciados pelas taxas de juros, uma vez que o rendimento de ativos de renda fixa está muitas vezes atrelado a indexadores como a Selic. Em cenários de menos juros, investidores se sentem menos atraídos pelo mercado de renda fixa, fazendo com que mais pessoas procurem outras alternativas. 

Os juros são ainda importantes ferramentas para controlar o mercado. Com as taxas de juros, os bancos centrais conseguem, por exemplo, controlar a inflação nas economias. 

Como? Com juros mais altos, a tomada de crédito fica mais cara e, com isso, desestimula-se a atividade econômica. Isso acontece por dois motivos principais, ambos resultados desse movimento: 

  1. Consumir fica mais caro, uma vez que o consumidor pagará juros maiores em seus empréstimos e/ou compras parceladas; 
  1. Guardar o dinheiro fica mais vantajoso, uma vez que é possível investir em aplicações com rendimentos reais e boa liquidez com maior facilidade. 

Desde 2021, com as economias se recuperando da crise gerada pela pandemia de Covid-19, diversos bancos centrais têm elevado suas taxas em resposta à escalada da inflação. Através do processo de aperto monetário, busca-se um equilíbrio entre oferta e demanda para conseguir estabilizar os preços. 

Este cenário é o que o mercado chama de contracionista. Na direção oposta, em cenários expansionistas, a diminuição dos juros fomenta a atividade econômica, uma vez que consumir está mais barato do que em cenários ‘altistas’.


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Copom e FOMC 

No Brasil, a Selic serve como balizadora para o mercado nacional. É com a taxa básica como referência que as operações de empréstimo no país são feitas. 

Mas quem define o valor destas taxas? 

Aqui no Brasil, essa responsabilidade é do Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne a cada 45 dias para definir os rumos da política monetária nacional. O órgão, criado em 1996, é formado por membros do Banco Central que analisam diferentes aspectos da economia brasileira para ajudar na definição da taxa de juros no país. 

Nos Estados Unidos, quem define a política monetária é o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que também é parte do banco central do país – o Federal Reserve (Fed). Os juros na maior economia do mundo têm impacto direto no mercado financeiro global, influenciando diretamente na entrada e saída de capital estrangeiro na B3, por exemplo. 

Ambos os comitês fazem reuniões com duração de dois dias, com um dia de apresentações sobre a conjuntura econômica e com o anúncio de política monetária acontecendo ao final do segundo dia de reunião. 

Quando as datas das reuniões coincidem, temos um evento apelidado no mercado brasileiro de ‘super quarta’, quando BC e Fed anunciam suas taxas de juros no mesmo dia.

Quando é a próxima reunião do Copom? 

A próxima reunião do Copom acontece entre terça (02) e quarta (03) desta semana. Confira, abaixo, a data das reuniões restantes do comitê em 2022: 

  • 2 e 3 de agosto; 
  • 20 e 21 de setembro; 
  • 25 e 26 de outubro; 
  • 6 e 7 de dezembro. 

Para 2023, as datas das reuniões do Copom também já foram definidas. Elas aconteceram nos dias: 

  • 31 de janeiro e 1º de fevereiro; 
  • 21 e 22 de março; 
  • 2 e 3 de maio; 
  • 20 e 21 de abril; 
  • 1º e 2 de agosto; 
  • 19 e 20 de setembro; 
  • 31 de outubro e 1º de novembro; 
  • 12 e 13 de dezembro.

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Guilherme Guerreiro

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