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Semana da Pátria: veja como era a economia brasileira durante o Império

3 Minutos de leitura

Nesta quarta-feira (07), comemorou-se o Dia da Independência do Brasil. Nesta data, em 1822, Dom Pedro I proclamou a nossa independência de Portugal e assim iniciou-se a trajetória do Brasil como uma nação soberana. 

O século XIX foi um período de muitas mudanças no Brasil. Desde a chegada da família real portuguesa ao país em 1808 até a Proclamação da República no dia 15 de novembro de 1889, a sociedade brasileira passou por diferentes mutações, que moldaram o país de todas as formas possíveis. 

No texto de hoje, vamos te mostrar como era a economia brasileira durante o período imperial. Qual era o ‘carro-chefe’ da economia brasileira na época? Como foi o crescimento da economia do Brasil Império? 

Confira!

Principais atividades econômicas do Império 

Você já deve imaginar que a economia brasileira ainda era muito pouco desenvolvida em 1822. A grande maioria das cidades brasileiras na época vivia a base de sua produção interna e das vilas e fazendas ao redor dedicadas à produção de alimentos. 

Apesar do comércio pouco desenvolvido, o mercado financeiro no país já havia dado os seus primeiros passos. Em 1808, logo após a chegada da família real portuguesa ao país, o príncipe-regente Dom João de Bragança concedeu o alvará para a criação do Banco do Brasil – o primeiro banco criado em uma colônia portuguesa até então. 

Cinco anos antes da Proclamação da Independência, surgiram as primeiras bolsas de valores do Brasil, em Salvador e no Rio de Janeiro. A Bolsa Livre, embrião da atual B3, no entanto, só foi ser fundada em 1890 – um ano após a queda do Brasil Império. 

No início do século XIX, a economia brasileira estava em uma fase de transição. O açúcar, principal produto brasileiro durante o período colonial, começava a dar espaço para o café. Além de ser um produto com demanda crescente no mundo inteiro, o café é muito mais barato de se produzir, exigindo um processo de beneficiamento mais simples que o açúcar, que demandava mais mão de obra e tinha impactos muito mais severos na terra. 

Foi durante esse período que algumas regiões do Brasil se solidificaram como líderes em diversos setores da economia, com o objetivo de abastecer o mercado interno e atender as demandas do exterior. As primeiras indústrias brasileiras também surgiram na primeira metade do século XIX, com grande foco no ramo têxtil. 

Importante afirmar, no entanto, que essa ainda era uma indústria pouco desenvolvida e muitos dos locais classificados como fábricas eram, na verdade, dedicados à produção artesanal dos produtos. Outras indústrias, como fábricas de ferro, surgiram ao longo da segunda metade do século XIX. 

Comércio exterior, PIB e renda per capita no Brasil Império 

Como dito anteriormente, a economia brasileira estava passando por uma transição, com o açúcar gradualmente dando ao café o protagonismo no comércio. Outro produto que ganhou muita relevância durante o Império foi a borracha, que deve um salto de produção a partir de 1850. 

Estima-se que as exportações tenham ultrapassado as importações na balança comercial brasileira na década de 1860. Durante o período imperial, o maior parceiro comercial do Brasil – tanto nas importações quanto nas exportações – foi o Reino Unido. 

O Produto Interno Bruto (PIB), no entanto, é uma metodologia de quantificar a atividade econômica de um país que surgiu apenas no século XX. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula e divulga o valor do PIB nacional desde 1947. Por conta disso, é difícil mensurar com precisão o PIB do Brasil durante o período imperial. 

Em artigo publicado em 2013, Armando Vaz Sampaio e Guilherme Tombolo apontam que projeções anteriores podem ter superestimado o PIB do Brasil Império. Na tabela abaixo, você confere o crescimento projetado do PIB brasileiro – com valores em milhões de reais e per capita em reais (R$ de 2008): 

Fonte: UFPR / divulgação 

Ao longo do século XIX, observou-se ainda uma certa desvalorização da renda per capita do brasileiro ante outras potências, como os Estados Unidos. Entre os anos de 1820 e 1918, cobertos pelo estudo de Sampaio e Tombolo, a renda per capita do brasileiro saiu de o equivalente a 48% da renda per capita norte-americana para apenas 12,79% da mesma. Atualmente, a renda per capita brasileira equivale a aproximadamente 20% da renda per capita nos EUA.


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Guilherme Guerreiro

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