Curiosidades

Tempo não se economiza. Nem se ganha.

2 Minutos de leitura

No início de cursos como administração, contabilidade, economia, e talvez outros, há uma disciplina de introdução à contabilidade, em que se apresenta o que é a contabilidade, alguns conceitos, fundamentos, a importância de se quantificar e controlar o patrimônio, essas coisas. Também se apresenta algumas noções sobre demonstrativos contábeis, em especial a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e o Balanço Patrimonial, que são ferramentas úteis na hora de se fazer a análise de uma empresa.

No Balanço, propriamente dito, consta todos os bens, direitos e obrigações de uma companhia, na forma do seu Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido. Dentre os ativos, ali continha o dinheiro que a companhia possuía em caixa, estoques, imobilizado, veículos, marcas e patentes – os ativos intangíveis –, dentre outros. Mas, saindo do campo das demonstrações contábeis, há um ativo que não se encontra em nenhum balanço patrimonial, de nenhuma companhia, e nem em nenhuma declaração de bens de qualquer pessoa: o tempo.

Desde criança a gente ouve aquela brincadeira que diz que “tempo é dinheiro”; também ouvíamos que não podemos perder tempo, “não tenha pressa, mas não perca tempo”, já dizia o escritor português José Saramago. E isso faz todo o sentido.

Vez por outra a gente ouve que devemos nos preocupar em ganhar tempo, ou economizar tempo, para que sejamos mais produtivos, possamos estudar mais, viajar mais, passar mais tempo com a família, ter mais liberdade de escolha, mas esse argumento parte de uma premissa equivocada: esse argumento de que é possível ganhar, ou economizar, tempo. De imediato digo: não há.

Voltando brevemente ao balanço, alguns ativos possuem depreciação, como veículos, imóveis, bens de tecnologia, e outros materiais permanentes, que ficam bastante tempo na empresa. Mas com o tempo é diferente. Tempo é o ativo mais precioso que temos, e é um ativo que só se deprecia. Não há como ganhar tempo, muito menos “economizar” tempo. Não há a possibilidade de guardar tempo agora para utilizá-lo no futuro, ainda que existam dias que gostaríamos que tivessem, 48, 60, 120 horas, o que é impossível. Todo dia o relógio trabalha da mesma forma, independentemente se você faz algo produtivo ou fica procrastinando.

Para darmos um exemplo, você, querido leitor, ao ler esse texto, está utilizando seu tempo no nosso portal, talvez após procurar se informar sobre os destaques do mercado financeiro, ou até antes mesmo de fazê-lo. Sempre espero que seja uma boa leitura, que sejam momentos agradáveis, pois o ser humano também precisa gastar um pouco do seu tempo com uma leitura mais descontraída.

Reforçando, tempo é um ativo que só se deprecia, e se considerarmos uma noite normal de sono, todos temos 16 horas por dia para nos dedicarmos aos nossos afazeres, sejam eles profissionais ou pessoais. Lembra, tanto investindo em capacitação, ou não fazendo nada o dia todo, você estará gastando seu tempo da mesma forma, e esse é um recurso finito, que só será usado uma vez e nunca mais. Tempo perdido não se recupera.

Se você percebeu que já gastou tempo demais em coisas supérfluas, procure ver como pode gastá-lo de uma forma melhor, mais racional. Lembra que o principal ativo é o tempo. Dinheiro, algum bem material, pode ser recuperado (ainda que se perca em minutos e leve anos para recuperar, essa é a vida real), mas tempo não. Todo o tempo gasto não volta mais. Por isso, repito: tempo só se deprecia. E você, o que tem feito com o seu? Tentou ganhá-lo? Ou procurou usá-lo/gastá-lo da melhor forma?

Douglas Pivatto

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