A falta de consenso nas Casas pode empurrar as pautas que reduzem os combustíveis para depois do carnaval.
Segundo Guedes, seu futuro caso Bolsonaro ganhe as eleições deste ano é incerto. O ministro disse que apoia o presidente, mas espera um continuamento das pautas liberais.
Confira os destaques desta terça-feira (22).
FALTA DE CONSENSO PODE EMPURRAR PAUTAS DOS COMBUSTÍVEIS PARA DEPOIS DO CARNAVAL
Os dois Projetos de Lei (PL) que tratam da redução dos preços dos combustíveis correm o risco de ficaram para depois do carnaval. Isso porque falta consenso para a aprovação da proposta, com inúmeros membros cobrando por mudanças nas propostas, que estão sob a relatoria do senador Jean Paul Prates (PT-RN).
Ambas as propostas, o PL 1.472/2021 e o PLP 11/2020, estavam previstos para serem votadas nesta quarta-feira (23). Enquanto o primeiro PL cria um fundo de estabilização dos preços, o outro altera o cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
A primeira proposta ainda sofre uma certa resistência de membros da Casa pois cria um tributo extra, o imposto sobre exportação de petróleo bruto.
Além disso, o governo ainda estuda se deve ou não desonerar o diesel e o gás de cozinha através da criação de uma emenda. O impacto na arrecadação será de R$ 19,5 bilhões caso isso aconteça.
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GUEDES DIZ QUE TALVEZ FICARIA EM UM EVENTUAL 2º MANDATO DE BOLSONARO
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que existe a possibilidade de ele ficar em um eventual segundo mandato de Bolsonaro caso o presidente continue pautando as agendas liberais.
“Se ver que essa aliança de conservadores e liberais está seguindo, você está entusiasmado. Agora, se for um governo só conservador e não tiver…”, disse ele à Jovem Pan.
Segundo ele, embora goste do presidente, há alguns “desvios” e “atrativos”:
“Eu acredito no presidente Bolsonaro, acho que ele quer o caminho da prosperidade. Agora, há atrativos, há entornos, tem gente que quer desviá-lo, tem gente que acha que as estatais são boas, que Correios, Casa da Moeda, Petrobras têm que ficar com governo mesmo. Aí se trocar de dirigismo de esquerda para dirigismo de direita, a gente conhece as experiências históricas e o que vai acontecer”, disse ele.
Guedes não enfatizou se ficaria ou não em um segundo governo de Bolsonaro. No último ano, o ministro viu sua influência derreter aos poucos, com importantes pautas indo para alas mais ligadas ao Centrão. Segundo ele, porém, antes um governo de “centro-direita” que de esquerda.
“Mil vezes haja esse confronto entre centro-direita e esquerda, mil vezes eu estou com a centro-direita. A esquerda tem o coração macio, mas o miolo mole”, disse ele.
Foto: Agência Brasil / Reprodução