Após o caminho pavimentado pelos servidores da Receita Federal, os servidores do BC anunciaram que devem fazer uma paralisação para pressionarem o governo por reajustes salariais.
No Ministério da Saúde, o apagão de dados prejudica o monitoramento da pandemia no Brasil.
Confira os destaques desta quinta-feira (06).
SERVIDORES DO BC ANUNCIAM PARALIZAÇÃO
O Sinal, sindicato que defende os servidores do Banco Central (BC), anunciou que deve promover uma paralisação dos servidores em busca de um reajuste salarial. O movimento se assemelha à paralização promovida por servidores da Receita Federal no fim do ano passado.
Ambas as categorias demonstraram insatisfação com o governo após o Orçamento de 2022 ser aprovado com reajustes salariais apenas para policiais federais, pauta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.
Mais de um terço do corpo de servidores do BC demonstrou interesse em aderir a paralização, que deve pressionar o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Além da Receita Federal e BC, uma paralização generalizada do funcionarismo público deve acontecer no próximo dia 18, de acordo com o Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate). A maioria dessas categorias são de serviço público federal.
O ministro da Economia se posicionou contrário ao reajuste, e disse que um aumento de 1% a todos os servidores impactaria as contas em R$ 3 bilhões, e que o movimento pode quebrar o país.
Embora sinalizações tenham partido de Guedes, a falta de comunicação do governo federal com os movimentos sindicais já aumenta a pressão para que uma greve geral aconteça em fevereiro.
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APAGÃO DE DADOS AGRAVA A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA BRASILEIRA
Desde a invasão que atingiu os servidores do Ministério da Saúde, no dia 10 de dezembro do ano passado, o país passa por um verdadeiro apagão de dados sobre a situação epidemiológica da pandemia de COVID-19.
O início de 2022 é marcado pela intensa procura nos postos de saúde e farmácias, e existe um sentimento geral entre os cientistas que essa procura já é maior que a do fim do ano passado, mas os gargalos na computação de dados nos servidores dos municípios deixam incertezas.
O boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), uma das ferramentas mais conhecidas para o monitoramento da doença no país, não funciona a pelo menos um mês por conta da falta de dados.
Com o avanço da Ômicron em todos os continentes do planeta, o monitoramento de número de casos confirmados no Brasil se tornou uma incógnita. Segundo o Ministério da Saúde, são 170 casos na nova variante no país, número que muitos especialistas argumentam estar muito longe da realidade.
Além de prejudicar o monitoramento de casos de COVID-19, o apagão nos dados prejudica a contagem de doses aplicadas contra a doença e o monitoramento de outros surtos respiratórios, como a influenza.
Foto: Agência Brasil / Reprodução