Durante a Expert XP, o vice-presidente do TCU chamou a possibilidade de pagamento dos precatórios fora do teto de “desastre”. Para ele, os problemas vão além da perda de credibilidade do país.
No Senado, Rodrigo Pacheco rejeitou um pedido de impeachment feito por Bolsonaro na semana passada.
Na agenda do dia, fique de olho na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN). No calendário internacional, economistas estão de olho no simpósio Jackson Hole.
Quanto às bolsas, o pessimismo passa a fazer parte dos economistas mais uma vez, impulsionado pelas preocupações quanto à variante Delta e as pressões regulatórias chinesas.
Esses e outros destaques você confere agora.
VICE-PRESIDENTE DO TCU: TIRAR PRECATÓRIOS DO TETO É UM “DESASTRE”
Segundo o vice-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), ministro Bruno Dantas, retirar o pagamento de precatórios do teto de gastos seria um “desastre”.
“Tirar precatórios do teto, na minha forma de ver, é um desastre e não deveria sequer ser discutido. Há outras maneiras inteligentes de lidar com o problema”, disse ele durante um painel da Expert XP.
O pagamento de precatórios é um ponto polêmico enfrentado pelo Planalto. O governo estuda enviar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que parcela em nove anos os pagamentos de dívidas na Justiça acima de R$ 66 milhões, mas não descarta retirá-los do teto de gastos para conseguir mais espaço fiscal.
A alternativa acontece porque os precatórios surpreenderam o governo. Em 2022, os precatórios ficaram em R$ 89,1 bilhões, 60% acima do que o governo pagará em 2021.
Além disso, caso a PEC não passe e a reforma do Imposto de Renda (IR) falhe na Câmara dos Deputados, o governo corre o risco de não conseguir aplicar a reformulação no Bolsa Família, que deve passar a se chamar de Auxílio Brasil no ano que vem.
Segundo o secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal, durante a Expert XP, caso o parcelamento não aconteça, o espaço fiscal é “zero” para qualquer tipo de reformulação de programas sociais. Além disso, ele disse que o governo não descarta a antecipação de pagamentos de precatórios fora do teto de gastos através de um fundo sustentado por ativos da União. Os chamados “planos B” do governo, porém, têm consequências.
“Se vou levar 10 anos para receber da União uma dívida judicial, líquida e certa, que tem capacidade ‘infinita’ de financiamento, como vou comprar dívida do governo?”, disse Dantas. Para ele, retirar os precatórios do teto significaria uma grande perda de credibilidade do país.
PACHECO REJEITA PEDIDO DE IMPEACHMENT FEITO POR BOLSONARO
O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, rejeitou um pedido de impeachment feito pelo presidente Bolsonaro contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
“Como presidente do Senado, determinei a rejeição da denúncia e o arquivamento do processo de impeachment. Esse é o aspecto jurídico. Mas há também um aspecto importante que é a preservação de algo fundamental que é a separação dos poderes, e a necessidade de que a independência dos poderes seja garantida e que haja a relação mais harmoniosa possível”, disse Pacheco em um pronunciamento.
Bolsonaro havia enviado o pedido ao Senado após o ministro incluí-lo nas investigações que apuram o espalhamento de notícias falsas, além de ataques às urnas eletrônicas.
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AGENDA
No destaque do dia para o Brasil, fique de olho na reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central (BC), que deve acontecer às 9h. O órgão é importante para a manutenção do Sistema Financeiro Nacional (SFN), além de regular o valor da moeda no mercado internacional.
Durante a madrugada na Europa, dados de empréstimos da Zona do Euro a empresas não financeiras foram publicados pelo Banco Central Europeu (BCE). O índice fechou em 1,7% em julho, retraindo o crescimento ante os dados do mês imediatamente anterior (1,9%).
Às 8h25, o Banco Central Europeu (BCE) publica as atas da reunião de política monetária.
Às 9h30, os Estados Unidos publicam dados preliminares do Produto Interno Bruto (PIB) do país referente ao segundo trimestre do ano. A projeção indica um crescimento de 6,7%. No trimestre anterior, o crescimento havia sido de 6,5%.
Ainda nos Estados Unidos, às 9h30, dados de pedidos iniciais por seguro desemprego são publicados.
Às 10h nos EUA, acontece o simpósio de Jackson Hole da Federal Reserve (Fed) do país. Economistas também esperam por um discurso do presidente da entidade, Jerome Powell.
Para terminar o dia, às 20h30, o Japão publica dados do seu Índice de Preços ao Consumidor (IPC) referente ao mês de agosto.
BOLSAS E CÂMBIO
Revertendo os leves ganhos que marcaram o início da semana, os índices globais mais uma vez passam por uma onda de pessimismo, provocada principalmente pela variante Delta do novo Coronavírus e as pressões regulatórias da China.
A nova variante do vírus já provoca danos em economias como a chinesa, e pode provocar a aplicação de medidas de restrição em toda a Europa e Estados Unidos. No país norte-americano, a situação é agravada pela baixa taxa de adesão à vacinação.
Os economistas também aguardam o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, que deve acontecer pouco depois da publicação de dados trabalhistas dos Estados Unidos.
Às 8h da manhã:
- STOXX 600 (STOXX): -0,38%, indo a 470,07 pontos
- DAX (GDAXI): -0,65%, indo a 15.758,20 pontos
- FTSE 100 (FTSE): -0,30%, indo a 7.128,71 pontos
- CAC 40 (FCHI): -0,35%, indo a 6.653,29 pontos
- FTSE MIB (FTMIB): -0,48%, indo a 25.935,50 pontos
Na mesma direção, as bolsas asiáticas fecharam registrando resultados negativos nos seus principais índices.
Os mesmos fatores mantiveram o pessimismo dos economistas, que agora já consideram a variante Delta como um fator que vai atrapalhar a recuperação econômica nos países.
Além disso, as pressões regulatórias em companhias como a Tencent, conhecida por sua contribuição no mercado de jogos eletrônicos, contribuem para um clima de mal estar.
- Hang Seng (HK50): -1,08%, indo a 25.415,69 pontos
- KOSPI (KS11): -0,58%, indo a 3.128,53 pontos
- Shanghai Composto (SSEC): -1,09%, indo a 3.501,66 pontos
- Nikkei 225 (N225): +0,06%, indo a 27.742,29 pontos
- Shanghai Shenzhen CSI 300 (CSI300): -1,97%, indo a 4.801,61 pontos
Às 8h da manhã, os índices futuros dos EUA apresentam resultados mistos:
- Nasdaq 100 Futuros: -0,18%, indo a 15.341,50 pontos
- Dow Jones Futuros: +0,06%, indo a 35.426,20 pontos
- S&P 500 Futuros: -0,08%, indo a 4.492,80 pontos
Acompanhe as cotações do Dólar e o Euro na manhã desta quinta-feira (26):
- Às 9h03, o Dólar subiu +0,26%, a R$ 5,22
- Às 9h03, o Euro subiu +0,28%, a R$ 6,14
Foto: Agência Brasil / Reprodução
