Nesta quarta-feira (16) mercado voltou a refletir negativamente as tensões políticas entre Rússia e Ucrânia. Na terça-feira (15), a Duma – câmara baixa do Parlamento russo – votou para que o presidente Vladimir Putin reconheça a independência das repúblicas autodeclaradas de Donetsk e Luhanksk, duas regiões separatistas no leste da Ucrânia.
A decisão dos parlamentares russos foi duramente criticada hoje pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. Segundo ele, caso a Rússia continue a defender a independência das regiões, será necessária uma “resposta rápida e firme dos Estados Unidos em total coordenação com nossos aliados e parceiros”.
“A promulgação desta resolução prejudicaria ainda mais a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, constituiria uma violação grosseira do direito internacional, colocaria em questão o compromisso declarado da Rússia de continuar a se envolver na diplomacia para alcançar uma resolução pacífica desta crise”, aponta Blinken. Além da Casa Branca, a União Europeia também alertou a Rússia para que o país não siga adiante com a decisão.
Para piorar a situação, o secretário geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg, afirmou nesta quarta que não há sinais de uma retirada de tropas russas da fronteira com o país vizinho. “Não constatamos nenhuma desescalada no terreno por enquanto. Pelo contrário, parece que a Rússia segue reforçando sua presença militar”, apontou o secretário.
“A Rússia ainda pode invadir a Ucrânia sem aviso prévio. As capacidades estão mobilizadas, e a presença militar é importante, superior a 100 mil soldados”. Ontem, a Rússia anunciou a retirada de aproximadamente 10 mil soldados da região da Crimeia. Ainda ontem, Stoltenberg já havia afirmado não haver sinal de uma resolução para as tensões na região.
Sem uma perspectiva de uma resolução para o conflito no radar, especialistas projetam que o mercado internacional deve enfrentar momentos de grande volatilidade no futuro próximo. Hoje, as falas de Stoltenberg e Blinken ajudaram a devolver o pessimismo dos dias anteriores ao mercado de ações, após um dia de alívio ontem.
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Rússia x Ucrânia: tensão e incertezas econômicas
Em conjunto com as tensões geopolíticas, indicadores econômicos ao redor do Velho Continente também ajudaram a pressionar o mercado. A inflação do Reino Unido ainda resiste, ficando nos mesmos 5,5% registrados no mês passado no acumulado dos últimos 12 meses. A produção industrial na zona do euro subiu 1,2% em dezembro comparado com os números de novembro.
Com tudo isso no radar, os principais índices europeus fecharam com resultados mistos nesta quarta. Confira os números do mercado europeu:
- STOXX 600 (STOXX): +0,04% (467,76)
- DAX (GDAXI): -0,28% (15.370,30)
- FTSE 100 (FTSE): -0,07% (7.603,78)
- CAC 40 (FCHI): -0,21% (6.964,98)
- FTSE MIB (FTMIB): +0,00% (26.969,32)
- IBEX 35 (IBEX): +0,22% (8.737,20)