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“A maior desaceleração da economia global em 80 anos”, Banco Mundial revisa projeções de 2022 e alerta para risco de estagflação 

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O Banco Mundial divulgou ontem as suas últimas projeções econômicas para 2022. Com diversos fatores de risco no radar, principalmente a guerra na Ucrânia, a organização diminuiu suas expectativas de crescimento para a economia global e alerta ativamente para o risco de estagflação a nível global. 

Segundo divulgado, as projeções de crescimento da economia global em 2022 caíram para 2,9%. As previsões do Banco Mundial são atualizadas semestralmente, com divulgação nos meses de janeiro e junho. 

“As coisas ficaram, infelizmente, muito piores do que nós esperávamos”, apontou Ayhan Kose, diretor da frente de projeções do Banco Mundial. “Nós estávamos esperando uma desaceleração (da economia), e essa desaceleração está muito mais nítida agora”. 

De janeiro até agora, a economia mundial sofreu alguns fortes golpes. Primeiro, uma escalada rápida nas tensões entre Rússia e Ucrânia no leste europeu culminou no início de uma operação militar russa no país vizinho. 

A guerra entre dois dos principais fornecedores de diversas commodities para o mercado internacional estremeceu a cadeia global. Rodadas de sanções contra a Rússia em resposta à invasão do território ucraniano e a escassez de diversos itens causaram uma disparada da inflação a nível global. 

A guerra na Ucrânia, no entanto, é apenas um dos motivos que leva a economia global a uma desaceleração brusca. A inflação, embora tenha disparado com a guerra, já estava em viés de alta e levou bancos centrais das principais economias do mundo a promover um aperto monetário a partir da elevação dos juros. Esse aperto contribuiu para o cenário de desaceleração da atividade econômica. 

Na Ásia, uma série de lockdowns para conter o avanço da Covid-19 nas grandes metrópoles parou algumas das principais cidades do país por mais de 2 meses entre março e junho deste ano. Como grande ofertante e demandante da economia mundial, a paralisação – parcial ou completa – da economia chinesa também contribuiu para um ambiente de recessão. 

Em coletiva de imprensa, o presidente do Banco Central David Malpass apontou que a crise vai além da baixa atividade econômica. “Tivemos retrocessos no desenvolvimento em várias frentes: na pobreza, mas também na educação, na renda média e outros indicadores-chave”, apontou.


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Segundo Malpass, é possível que a economia global cresça ainda menos do que os 2,9% das estimativas mais recentes. O crescimento pode ficar em até 2,1% em 2022 e cair para 1,5%, números que deixariam o crescimento da renda per capita muito próximo de zero. 

“Muitos países terão dificuldade em evitar uma recessão”, afirmou o executivo. “Nós vemos que é a maior desaceleração da economia global em 80 anos”. 

Abaixo, você pode conferir na íntegra Ayhan Kose discutindo as projeções mais recentes do Banco Mundial para a economia global, com legendas em inglês. 

Guilherme Guerreiro

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