O Banco Central Europeu (BCE) publicou na manhã desta terça-feira (06) uma atualização da sua Pesquisa de Acesso ao Financiamento de Empresas. No release, a autoridade monetária da zona do euro afirmou que as empresas do bloco estão enfrentando condições apertadas de financiamento e uma esperada deterioração do ambiente econômico.
A pesquisa aponta que as empresas da zona euro tiveram uma melhora no volume de negócios, mas custos crescentes seguiram pressionando as finanças corporativas. Na leitura mais recente, divulgada na última sexta-feira (02), o Índice de Preços ao Produtor (IPP) da zona do euro registrou uma alta de 30,8% nos últimos 12 meses.
Preços de matérias-primas, energia e mão-de-obra pesam contra o lucro do setor corporativo da região. A falta de mão-de-obra qualificada e os altos custos de insumos foram apontados como as maiores preocupações das empresas europeias, segundo o BCE.
Ainda segundo o BCE, o déficit de financiamento na região aumentou ante o observado na pesquisa anterior. “O déficit de financiamento aumentou, especialmente para as grandes empresas, uma vez que as necessidades de financiamento aumentaram e a disponibilidade de fundos externos diminuiu ligeiramente”, aponta o BC da zona do euro. “Um aumento nos termos e condições dos preços dos empréstimos bancários foi relatado pelo maior número de empresas desde o início da pesquisa em 2009”.
A pesquisa mostra, no entanto, que as empresas da região não se mostraram preocupadas com o acesso a financiamentos e não notaram uma mudança de postura e disposição dos bancos para conceder linhas de crédito. Hoje, a maior preocupação das empresas europeias é com o futuro e a possibilidade de condições ainda mais deterioradas.
“Elas (as empresas) esperam que a disponibilidade de financiamento externo se deteriore e antecipam que seus fundos internos não serão suficientes para atender às suas futuras necessidades de financiamento”.
A Pesquisa de Acesso ao Financiamento de Empresas (SAFE, na sigla em inglês) é feita bianualmente pelo Banco Central Europeu. O relatório divulgado hoje cobre o período de abril a setembro de 2022 e você pode conferir o mesmo na íntegra – em inglês – no site da instituição.
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O estudo cobriu empresas da zona do euro, bloco composto por 19 países que adotam o euro como moeda oficial. São eles: Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal.
Bulgária, Dinamarca, Estônia, Hungria, Polônia, Romênia, Suécia e Tchéquia são países-membros da UE, mas adotam tem sua própria moeda oficial e, portanto, ficam de fora do SAFE.
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